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Líderes que fizeram história no Jornal do Commercio

O Jornal do Commercio registou mudanças em seu comando em 118 anos de existência. Neste período, diversos líderes marcantes se revezaram no comando da empresa jornalística. Desde 1984, esse legado pertence à família do jornalista Guilherme Aluízio de Oliveira Silva. Com sua morte em 2019, seu filho Sócrates Bomfim Neto assumiu a responsabilidade comandar a empresa.

Conheça, a seguir, alguns desses líderes:

JOAQUIM ROCHA DOS SANTOS

Rocha dos Santos, o pioneiro

    Joaquim Rocha dos Santos nasceu no dia 06 de dezembro de 1851 em Lisboa, Portugal. Veio para o Brasil aos 11 anos de idade, em 1862, morando em Fortaleza, Caxias, no Maranhão, e no Pará. Em Manaus atuou primeiramente como Delegado de Polícia, Juiz de Paz, Deputado, Administrador do Trapiche da Recebedoria, Provedor da Santa Casa de Misericórdia, membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento e cônsul da Argentina. Foi proprietário do jornal Commercio do Amazonas, fundado por Gregório José de Moraes em 1869. No início do século XX, no auge das atividades comerciais em Manaus, Rocha dos Santos, que também era comerciante, sentiu a necessidade de uma nova folha especializada na atividade comercial. Reunindo o capital necessário para tal empreitada, apresentou à sociedade amazonense, no dia 02 de janeiro de 1904, o Jornal do Commercio, com sede na Avenida Eduardo Ribeiro, que em sua primeira edição foi anunciado da seguinte forma: “Fazendo-se orgão do principal elemento de ordem e de progresso, que é o commercio, este jornal vem, innegavelmente, satisfaser a uma das mais palpitantes necessidades de nosso meio social e supprir uma lacuna que, já ha muito, se recente a vida manauense – um diario que preferentemente advogue e defenda os interesses comerciaes d’ esta vasta e rica região do Brasil”. Infelizmente Rocha dos Santos não viu toda a grandiosidade de seu jornal. Faleceu no dia 09 de dezembro de 1905, aos 54 anos, vítima de um infarto fulminante. Após sua morte o jornal não circulou por alguns meses, reaparecendo apenas em abril de 1906.

ALCIDES BAHIA

Alcides Bahia

    Alcides Bahia nasceu no Pará. Estudou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Voltando para o Pará, trabalhou na redação do jornal República, de Belém, órgão oposicionista à administração do Intendente Antônio Lemos. Fugindo de perseguições políticas para Manaus, começou a trabalhar no jornal Commercio do Amazonas, de Joaquim Rocha dos Santos. Foi um dos membros fundadores da Academia Amazonense de Letras. Foi, posteriormente, um dos diretores do Jornal do Commercio quando este foi adquirido pelo Superintendente Municipal Adolpho Guilherme de Miranda Lisboa. Faleceu em Manaus em 04 de outubro de 1934.

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HENRIQUE DE SOUZA RUBIM

Henrique Rubim

    O Tenente-coronel Henrique de Souza Rubim nasceu em Teresina, Piauí, em 25 de março de 1869. Após formar-se em Direito, veio para o Amazonas, onde desempenhou as funções de Chefe de Seção da Secretaria do Tribunal Eleitoral; Professor de História da Civilização no Colégio Amazonense Dom Pedro II; Diretor do Arquivo Público e Biblioteca do Estado; 2° Suplente de Juiz Municipal em Manaus; Vice-Diretor do Horto Florestal; Intendente Municipal de Manaus; Oficial de Gabinete no Governo de Pedro de Alcântara Bacellar, 3° Tabelião de Notas; Secretário da Intendência Municipal de Humaitá, Procurador da Intendência Municipal de Humaitá; Tesoureiro e Pagador da Intendência; Auxiliar da Superintendência; Arquivista da Superintendência; Escrivão Policial; e Juiz de Órfãos. Foi um dos fundadores do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA). Na imprensa colaborou no Diário do Amazonas e foi Diretor dos jornais O Tempo e Jornal do Commercio entre 1906 e 1907. Faleceu em 29 de junho de 1935.

FRANCISCO TAVARES DA CUNHA MELLO

    Francisco Tavares da Cunha Melo nasceu em Recife, Pernambuco, em 16 de dezembro de 1880. Formado em Direito na Faculdade de Direito do Recife, veio para Manaus trabalhar como Secretário do Tribunal de Justiça do Amazonas. Posteriormente atuou como Diretor da Secretaria do Estado, Diretor Geral da Instrução Pública, Procurador Seccional da República, interino, e Juiz Federal do Amazonas. De volta a Pernambuco, foi Juiz Federal até 1931. No Rio de Janeiro, então capital federal, foi Juiz Federal até 1932. Em 1937 foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal pelo Presidente Getúlio Vargas, aposentando-se em 1942. Entre 1906 e 1907 foi um dos diretores do Jornal do Commercio de Manaus após sua compra pelo Superintendente Municipal Adolpho Guilherme de Miranda Lisboa. Faleceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1950.

VICENTE TORRES DA SILVA REIS

Vicente Reis

    Vicente Torres da Silva Reis nasceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1870. Formou-se em Direito na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Em sua terra natal foi Promotor, Delegado de Polícia, teatrólogo e jornalista, colaborando com os jornais Diário de Notícias, Jornal do Brasil, Cidade do Rio de Janeiro e A Vida Fluminense. A convite do Governador do Amazonas, Antônio Constantino Nery, muda-se para Manaus, desempenhando, primeiramente, as funções de Secretário da Prefeitura e Prefeito de Polícia. Também foi deputado estadual por várias legislaturas. Com ajuda financeira de seu sogro, o Coronel Cosme Alves Ferreira, compra o Jornal do Commercio em abril de 1907. Vicente Reis inaugurou uma nova fase do Jornal do Commercio, dotando-o de moderna infraestrutura. Em 1912 importou dos Estados Unidos três máquinas de linotipo, duas n° 10 e uma n° 05, fabricadas pela empresa Mergenthaler Linotype Company, de Nova York. Foram montadas pelo engenheiro norte-americano Mariano Alfredo Walderrama. O linotipo era uma máquina de composição em chumbo. O texto era produzido primeiro sobre placas desse metal, que em seguida eram organizadas e levadas para a impressão sobre o papel. Foi uma revolução no meio jornalístico, pois substituiu a produção manual. Com bem vividos 73 anos e buscando descansar após décadas de trabalho, Vicente Reis vende o Jornal em 1943 para os Diários Associados, na época o maior conglomerado de mídia da América Latina. Faleceu em Belém, no Pará, em 1947.

JOSUÉ CLÁUDIO DE SOUZA

Josué Cláudio de Souza

    Josué Cláudio de Souza nasceu em Itajaí, no Estado de Santa Catarina, em 20 de novembro de 1910. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, radicou-se em Manaus. Jornalista dos Diários Associados, veio auxiliar João de Medeiros Calmon na direção do Jornal do Commercio. Se filiou à União Democrática Nacional, sendo eleito Deputado Estadual em 1947. Fundou, em 1948, a famosa Rádio Difusora do Amazonas. Conseguiu reeleger-se em 1951. Em 1954, agora fazendo parte do Partido Trabalhista Brasileiro, foi eleito Deputado Federal pelo Amazonas. Em 1958 foi eleito suplente do Senador Vivaldo de Palma Lima Filho. Em 1962 tornou-se o primeiro Prefeito eleito de Manaus após a Era Vargas. No ano de 1978 voltou a ser eleito Deputado Federal, agora pela ARENA. Filiando-se ao Partido Democrático Social, foi reeleito Deputado Federal em 1982. Faleceu em 13 de agosto de 1992.

JOÃO DE MEDEIROS CALMON

João Calmon

    João de Medeiros Calmon nasceu em Colatina, no Espírito Santo, em 07 de setembro de 1916. Começou a trabalhar ainda jovem para os Diários Associados, sendo repórter do Diário da Noite, no Rio de Janeiro. Foi enviado para Manaus, em 1943, para assumir a direção do Jornal do Commercio, função que desempenhou até 1946.  Em 1945 adquire uma rotoplana de segunda mão no Rio Grande do Sul para auxiliar na impressão do jornal. Retornou para uma segunda direção em 1962, ficando no cargo até 1966. Essa passagem foi feita de forma indireta, pois em 1962 foi eleito Deputado Federal pelo Espírito Santo, sendo reeleito em 1966. Faleceu em São Paulo em 11 de janeiro de 1999.

FREDERICO LOPES FREIRE BARATA

    Frederico Lopes Barata nasceu em Manaus no dia 31 de agosto de 1900. Formou-se no Liceu Paraense, em Belém, mudando-se posteriormente para o Rio de Janeiro em 1920. Na capital trabalhou nos jornais O Brasil e O Jornal. Foi um dos criadores da afamada revista O Cruzeiro. Foi diretor do Jornal do Commercio de Manaus ntre 1947 e 1961. Faleceu no Rio de Janeiro em 07 de maio de 1962.

EPAMINONDAS CORRÊA BARAHUNA

Epaminondas Barahuna

    Epaminondas Corrêa Barahuna nasceu em Xapuri, no Acre, em 1910. Filho de seringalista, mudou-se cedo para Belém, na década de 1920. Lá trabalhou no jornal Diário da Tarde. Chega a Manaus em 1934, começando a trabalhar como repórter policial do Jornal do Commercio. Foi diretor do Jornal do Commercio de 1959 a 1984. A administração de Epaminondas Barahuna foi marcada pela modernização. Na edição de 01 de janeiro de 1970, em nota sobre o aniversário do periódico, foi registrado que “este último timoneiro, que ora se desdobra no afã de reequipar de material moderníssimo o órgão decano da imprensa amazonense, dar-lhe-á a feição nova com que muito em breve – dentro de 60 ou 90 dias – reafirmará a sua tradicional supremacia”. No dia 27 de junho de 1970 foi inaugurado na oficina do Jornal do Commercio a rotativa ‘Goss Community’ de impressão ‘off-set’ (impressão indireta, com maior custo-benefício e qualidade, pois impedia a danificação do papel pela tinta). Garantindo a impressão de 14.000 mil exemplares por hora, foi a primeira da região Norte e uma das primeiras do Brasil, ao lado da instalada no Correio Brasiliense, também dos Diários Associados. Faleceu em 1992.

GUILHERME ALUÍZIO DE OLIVEIRA SILVA

Guilherme Aluízio

    Guilherme Aluízio de Oliveira Silva nasceu em 03 de setembro de 1937 em Beruri, no interior do Amazonas. Foram seus pais Álvaro Fachina da Silva e Dalila Batalha de Oliveira. estudou em duas tradicionais instituições de ensino: O Colégio Dom Bosco, na Avenida Epaminondas, onde seu genitor, no passado, também havia estudado; e a extinta Escola Normal São Francisco de Assis, na Avenida Sete de Setembro, esta última de propriedade do professor Fueth Paulo Mourão. Em 1955 começou a trabalhar no jornal A Gazeta, onde foi repórter e redator. Após cinco anos trabalhando no jornal A Gazeta, em 1960 começa a trabalhar na empresa de seu pai. Os negócios da família Oliveira Silva giravam entorno da serraria Santa Luzia, fundada em 1955 e localizada na Avenida Ayrão, bairro Presidente Vargas, da Empresa Nacional de Madeiras Tropicais, fundada em 1969, e da madeireira Fronteira Oeste da Amazônia Ltda. – FROESTE, instalada em Benjamin Constant. Dotado de talento para os negócios, atuando em diferentes áreas, do ramo madeireiro à navegação, faltava um campo de atuação mais abrangente para Guilherme Aluízio. Do emprego como jornalista na juventude ficou o desejo de possuir o próprio veículo de comunicação. Possuindo os capitais necessários, em 04 de dezembro de 1984 adquire o Jornal do Commercio,  jornal mais antigo em circulação no Norte do país, fundado em 02 de janeiro de 1904 pelo comerciante português Joaquim Rocha dos Santos; e a Rádio Baré, fundada em 1938. Aluízio tornou-se o quinto proprietário dessa histórica folha (Joaquim Rocha dos Santos, Adolpho Lisboa, Vicente Reis e Diários Associados). Faleceu no dia 03 de junho de 2019 em São Paulo, aos 82 anos, sendo sepultado em Manaus, no Cemitério de São João Batista, no dia 05 de junho.

SÓCRATES BOMFIM NETO

Sócrates Bomfim Neto é CEO do Grupo Jornal do Commercio

Filho do jornalista Guilherme Aluízio, o empresário Sócrates Bomfim Neto assumiu os negócios a partir de 2019. Sócrates é graduado em Administração pela Escola de Negócios da Universidade de Miami (EUA), na turma de 1998. Possui MBA em Gestão; Inovação e Empreendedorismo, ambos, pela Faculdade Stein da Universidade de Nova Iorque (EUA), diplomado em 2007.

Sócrates Bomfim também ocupou os cargos de vice-presidente da Fieam; vice-presidente da Câmara de Comércio Estados Unidos da América no Amazonas; conselheiro do Sistema Sesi/Senai e do Sebrae; conselheiro do Conselho Municipal de Gestão Estratégica. Ele é presidente do Sineja (Sindicato das Empresas Jornalísticas do Estado do Amazonas).

Essa história ainda está sendo escrita com novas cores e muita inovação.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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