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Libertarmo-nos de nós mesmos

A criação do mundo, o primeiro homem (Adão), a primeira mulher (Eva), o Jardim do Éden, o conhecimento através do consumo da maçã, a expulsão do Jardim do Éden, a necessidade de trabalhar e ganhar o pão de cada dia, a educação dos filhos, o primeiro assassinato que a Bíblia descreve, provocado por inveja, discórdia. A construção da Arca, o Dilúvio e o recomeço da vida na Terra. Abraão, seguindo a direção de Deus, deixou sua parentela e foi para terras distantes, e lá construiu uma grande nação; mitos ou verdades, o fato é que a palavra de Deus é muito discutida e as conclusões são cada dia mais complexas e subjetivas.
Para unir essa humanidade tão controversa é que Deus enviou seu filho e mais uma vez o resultado foi desastroso. Jesus sendo um Ser iluminado, sem preconceitos, amava com sinceridade indiscriminadamente, principalmente aos fracos e oprimidos e também sua maneira de ver o mundo não foi aceito pela humanidade que naquela época já era mais evoluída, politicamente mais organizada e não aceitou que alguém desconhecido, sem cargo ou mandado, simplesmente se dizendo filho de Deus, pregando o perdão, a ética, a tolerância e, principalmente o amor, interferisse nos rumos políticos e sociais de um mundo onde a força dos exércitos é que podiam mais. Os questionamentos são muitos, as teorias de construção e desconstrução existem aos montes, mas as dúvidas continuam existindo e, pelo visto sempre existirão.
Em “O Discípulo da Madrugada”, da Editora Planeta, o padre Fábio de Melo nos propõe desconstruir as nossas convicções e teorias e procura motivar uma libertação de nós mesmos através do autoconhecimento e do amor. Quebrando paradigmas o leitor é levado a procurar uma descoberta de si e colocado diante de Jesus quando este é preso, julgado e crucificado. Em todas as situações citadas o narrador-personagem age como alguém que a tudo assiste e, mesmo tendo vontade de interferir, tem medo. São contextos que levam a uma reflexão diante de fatos em que, na maioria das vezes, se houvesse interferência teríamos mudado a realidade destes mas, talvez, por não querermos parar, “perder tempo”, ou por sermos egoístas, deixamos que a situação se desenrolasse.
Em outro momento o personagem nos leva a refletir em relação ao Velho Testamento (da Bíblia Sagrada), quando Deus é descrito como um Ser que castiga, se vinga, derrota os inimigos, despreza os desobedientes e os escraviza. São ensinamentos que evangelizadores usaram e usam e, que nos levam a questionamentos, muitas vezes sem respostas.
De uma maneira fácil e despretensiosa, o personagem quebra tais paradigmas usando argumentos simples: quando amamos, cuidamos, ensinamos, perdoamos e, mesmo nos momentos difíceis, considerados por muitos como “castigos”, Deus está lá, nos amparando como um pai que ama seu filho e nos lembrando que a vida espiritual é uma travessia que nunca acaba. Tal reflexão nos remete às injustiças e intolerâncias de que somos vítimas e vemos nosso próximo sendo vítima todos os dias e ainda assim não interferimos.
A mensagem de autoconhecimento, de amizade com Jesus, de amor incondicional é descrita no livro com uma linguagem simples e prazerosa. Não é um livro religioso, é um livro cristão que leva o leitor a refletir sobre amor e libertação… de nós mesmos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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