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LG lidera pauta de projetos avaliados no CAS

O Conselho de Administração da Suframa avalia hoje uma pauta com 28 projetos industriais e de serviços, sendo oito de implantação e 20 de ampliação, atualização e diversificação. As propostas contam com R$ 1,2 bilhão (o equivalente a US$ 232 milhões) em investimentos e estimativa de 1.421 novos empregos no PIM, em até três anos. A pauta da 297ª Reunião Ordinária do CAS inclui ainda aportes de R$ 8,3 milhões para quatro projetos do DAS (Distrito Agropecuário da Suframa) – três de implantação e um de atualização –, que devem abrir 52 novas vagas, nos próximos cinco anos.

É a segunda vez em que os conselheiros do CAS se reúnem para deliberar sobre novos investimentos no Polo Industrial de Manaus. Caso a pauta submetida nesta quarta (28) seja aprovada na íntegra, serão 60 novos projetos, com aportes globais de R$ 3 bilhões (ou R$ 559,05 milhões) e previsão de 2.718 postos de trabalho. Para efeito de comparação, as duas reuniões iniciais do conselho em 2020 registraram a mesma quantidade de projetos (60), mas com número menores de empregos (2.499) e de capital injetado (R$ 1,63 bilhão ou US$ 326,70 milhões). 

Os principais destaques da pauta a ser submetida ao aval dos conselheiros do CAS vêm dos polos eletroeletrônico e de bens de informática. O primeiro faturou US$ 430.32 milhões em janeiro, respondendo por 22,69% das vendas globais do PIM, conforme números mais recentes da Suframa. O segundo acumulou US$ 475.34 milhões no mesmo mês e foi responsável por uma fatia ainda maior dos ganhos da indústria incentivada de Manaus (25,12%).

O projeto com maior previsão de investimentos pertence à LG Electronics do Brasil Ltda. A empresa pretende diversificar suas linhas de produção mediante a fabricação de microcomputadores portáteis, monitores de vídeo com tela de LCD, unidades digitais de processamento de pequeno porte com monitores de vídeo e unidades de memórias montadas em um mesmo corpo ou gabinete, com previsão de investimentos de R$ 325 milhões e expectativa de geração de 68 novos postos de trabalho.

Entre os projetos de implantação, o destaque vem da proposta de implantação da empresa Smart Modular Technologies do Brasil Indústria e Comércio de Componentes Ltda, visando à produção de módulos de memória RAM padronizados, unidades de armazenamento de dados, não voláteis, em meio semicondutor (SSD) e placas de circuito impresso montadas (de uso em informática), com previsão de investimentos de R$ 137 milhões e expectativa de geração de 142 novos postos de trabalho.

Outra proposta em evidência vem da Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda. A multinacional coreana pretende ampliar e atualizar sua planta industrial de Manaus, visando à produção de fones de ouvido sem fio, com sistema inteligente de áudio e função principal de conectividade e pareamento por wireless. O capital necessário para tanto é de R$ 231 milhões e há uma expectativa de gerar mais 366 novos postos de trabalho na unidade fabril do PIM.

Já no setor agropecuário, destaca-se o projeto de implantação da Fazenda Morada Nova Agroindustrial para produção de mandioca e agroindústria de farinha. O aporte de capital previsto para a nova iniciativa é de R$ 5,2 milhões, com expectativa de geração de 33 novos empregos, em uma área de 401 hectares.

Consolidação x diversificação

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, reforça que o principal ponto a ser comemorado em razão da pauta do CAS é a garantia de que o modelo Zona Franca de Manaus continua sendo “um porto seguro” para os empreendedores que pretendem investir, mesmo durante a pandemia. O dirigente aponta ainda a assiduidade das reuniões e a manutenção e ampliação dos investimentos, como pontos “extremamente alvissareiros”, mas concorda que ainda há um caminho longo a ser percorrido para ampliar o portfólio de produtos ‘made in ZFM’.

“Os projetos continuam centrados naqueles segmentos presentes no Polo Industrial de Manaus, indicando não uma diversificação, mas uma consolidação dos subsetores já sólidos, como eletroeletrônicos, duas rodas e termoplásticos. A almejada diversificação perpassa muito pelas diretrizes que estão sendo trabalhadas pelos governos federal e estadual, com foco particular naqueles segmentos voltados para utilização de matéria-prima regional. Entretanto, esse é um trabalho de médio e longo prazo”, ponderou.

Indagado se as diferenças de números entre um ano e outro decorrem de eventuais efeitos da crise da covid-19, ou apenas do perfil dos investimentos submetidos ao crivo do CAS, Antonio Silva diz que ambos os fatores contribuem para isso. “Uma parte dos projetos da presente reunião são intensivos em mão-de-obra e não em capital. De igual modo, o custo do capital, aliado ao seu risco, encareceu em meio à pandemia. Essa tendência mais conservadora deve ser observada ainda a curto prazo”, analisou.

“Segurança jurídica”

Na mesma linha, o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Jose Jorge do Nascimento, também vê na ZFM um ambiente comparativamente mais confiável para os investidores, quando comparado ao atual cenário brasileiro. O dirigente avalia que a tendência de curto prazo é positiva para o PIM e destaca que a pauta também aponta para diversificação de produtos – embora nem tanto de segmentos industriais.

“São movimentos importantes que são sinalizados pelas empresas na reunião do Conselho de Administração da Suframa. A diversificação no PIM sempre foi uma pauta que defendemos, e as indústrias estão fazendo sua parte. A gente vê produtos como smart watches e semicondutores que, por serem bens de informática, estavam sendo produzidos fora de Manaus. Agora, pela segurança jurídica do modelo, os investidores olham para o PIM e veem um porto seguro, em meio a um cenário de insegurança no país e sem a previsibilidade necessária para os negócios. Nossa expectativa é que outras empresas façam movimento semelhante”, afiançou.   

“Motivação e confiança”

Em texto divulgado pela assessoria de imprensa da autarquia federal, o superintendente da Suframa, Algacir Polsin, destaca que a oportunidade de aprovar uma pauta como a de hoje, em um momento de dificuldades e incertezas no horizonte econômico brasileiro e mundial, é “salutar” e mostra que a Zona Franca de Manaus permanece em “ótimas condições” de atratividade e competitividade. 

“Caso essa pauta seja aprovada na íntegra, teremos aproximadamente R$ 3 bilhões em novos investimentos chancelados pelo CAS, somente nas duas reuniões realizadas neste ano. Isso significa também a manutenção e a geração de milhares de novos postos de trabalho. Isso é muito importante para trazer motivação e confiança ao trabalho da Suframa, do Ministério da Economia e do governo federal, como um todo, na busca contínua pela geração de benefícios para a população regional”, arrematou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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