Vice-presidente regional do DEM (Democratas), o deputado estadual Sidney Leite confirmou ao Jornal do Commercio suas articulações visando a consolidação de sua candidatura à Prefeitura do município de Maués, quarto colégio eleitoral do Estado, situado na região do Médio Amazonas. Leite garante que até o final de maio serão finalizados os entendimentos sobre a construção do arco de alianças políticas que deverá liderar em oposição ao grupo dominante, à frente o prefeito Odivaldo Miguel de Oliveira Paiva, o Belexo (PT).
“Estamos conversando com vários partidos com o objetivo de construirmos um grande leque, uma coligação ampla, que represente não só as lideranças do município, mas o anseio popular mauesense com relação a uma administração nova, sensível aos interesses da sociedade”, destaca Sidney, que já administrou por três vezes o município de 52 mil habitantes e 30 mil eleitores.
Ao contrário da onda de boatos dando conta de entendimentos com o ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-deputado federal Humberto Michiles, membro do PR (Partido da República), Sidney Leite assegura que seu arco de alianças não inclui acertos com Michiles, tampouco com o senador Alfredo Nascimento, presidente nacional do partido. “Não converso e não me encontro há tempos com o ex-deputado Humberto Michiles e não tenho nada acertado com ele, nada mesmo, nada relacionado a política”, explica.
Da mesma forma, Leite descarta qualquer possibilidade de diálogo com o atual mandatário mauesense, Odivaldo Belexo, apoiado pelo líder do governador Omar Aziz (PSD) na ALE-AM, deputado Sinésio Campos, pertencente ao PT a exemplo de Belexo. “Não tenho nenhum diálogo com o atual governo municipal. Somos oposição e eu mesmo tenho representações correndo na Justiça contra os desmandos do prefeito, além de representações encaminhadas por vereadores municipais à Polícia Federal, Procuradoria Geral da União e Tribunal de Contas do Estado”, declara o parlamentar democrata.
Fundeb
As representações de Sidney Leite contra Odivaldo Belexo abrangem, principalmente, denúncias sobre desvio de recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). “Há inúmeras pessoas ganhando salários via recursos do Fundeb, recursos que deveriam ser aplicados na qualificação e no pagamento de professores”, aponta o deputado, salientando que “há uma reclamação geral, professores não receberam um terço das férias e tampouco salário-família. Professores, contratados há vários anos, não receberam sequer o décimo terceiro salário de 2011”. Conforme Sidney, as denúncias, reforçadas pelo apoio da Câmara Municipal de Maués, foram encaminhadas à Polícia Federal e ao Ministério Público Estadual, aguardando providências. “O que acontece é que estão desviando recursos do Fundeb, tão desviando recursos e pagando pessoas que trabalham em outras secretarias, sem vínculo com a área educacional. O MPE e a Polícia Federal devem investigar tudo para brecar tanto absurdo”, frisa. Para o deputado, os desmandos no setor educacional contribuem para o agravamento da crise do ensino em Maués, refletindo negativamente no salário dos professores.
