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Lean manufacturing como fator estratégico

Mudanças constantes no panorama competitivo do mundo globalizado têm ocorrido desde a década de 70 impactando nos procedimentos adotados pelas empresas de forma geral. Entre essas modificações, a função do processo de manufatura tem tornado algo poderoso no sentido de verificarmos os impactos sobre o planejamento de produtos e mercado, impactos sobre as estruturas de produção e logística (através das promessas do just in time, da complexidade do just in time nos cenários menos estáveis), impactos sobre os fluxos de capital e de financiamento vivenciado um processo significativo de valorização, principalmente após o advento das técnicas produtivas japonesas e empregadas no meio produtivo do PIM (Pólo Industrial de Manaus).

Essa estratégia global tem sido vista como uma poderosa ferramenta para ganhar economias de escala, assimilar e atender a necessidades do mercado internacional e reunir recursos como capital, recursos humanos, matérias primas e tecnologia provenientes de várias partes do mundo, principalmente do asiático. A reconfiguração de conceitos, filosofias, métodos e técnicas empregadas no processo de gestão da produção, cujo papel estratégico tem sido finalmente reconhecido, acarreta uma série de mudanças no que diz respeito às atividades de planejamento e controle da produção. As empresas do PIM são caracterizadas pelo planejamento estratégico que estabelece uma postura em relação ao ambiente, lidando com fatos, idéias e probabilidades, e caracteriza-se como um sistema de planejamento e termina como um plano estratégico do seu ambiente interno quebrando os diversos paradigmas existentes.

No contexto atual, tem crescido a importância atribuída às estratégias de manufatura no PIM, que posicionam o cliente como o objetivo final e foco de orientação na tomada das decisões pelo meio da utilização das ferramentas da qualidade. Essa nova mentalidade tem crescido as amplitudes nas fábricas locais, motivando um processo de adaptação das técnicas japonesas de gestão da produção para a implementação no contexto produtivo das fábricas, substituindo as rígidas e inflexíveis abordagens e práticas de controle e gestão de chão-de-fábrica até então empregadas.

Os termos Lean Production (LP), Lean Manufacturing (LM) ou Produção Enxuta (PE) delimitam então um campo recentemente aberto pela área acadêmica para estudo sobre como se daria a “ocidentalização” das técnicas japonesas de produção, refletindo sobre a transição para um sistema enxuto de produção, considerando os diferentes aspectos contextuais e de filosofia de manufatura vigentes no PIM. Muitas vezes associada à simples aplicação de técnicas e práticas japonesas de gestão, como Kanban e Kaizen, a transição rumo ao que seria LP é mais do que isso, sendo uma filosofia de manufatura. A consideração prévia dos princípios que regem a filosofia LP é fundamental para que as técnicas sejam implementadas com sucesso, sendo que a literatura já menciona termos mais amplos como Lean Thinking (LT) e não apenas LP.

O pensamento enxuto pode ser resumido em cinco princípios: determinar precisamente o valor por produto específico, identificar a cadeia de valor para cada produto, fazer o valor fluir sem interrupções, deixar que o cliente puxe valor do produtor e buscar a perfeição. A aplicação das técnicas japonesas de gestão e controle de chão-de-fábrica pela filosofia LP, almeja tornar o sistema produtivo mais flexível frente a mudanças, sem onerar os custos de produção, voltando-se para isso à eliminação de desperdícios, sendo a formação de estoques o mais comum deles, de modo a permitir o fluxo contínuo de materiais e reduzir sensivelmente os leads times de produção.

Jandecy Cabral Leite é matemático e engenheiro de produção eletricista. É mestre em engenharia de produção e sistemas pela UFSC. E-mail:[email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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