A LD (Louis Dreyfus) Commodities revelou que, entre 2007 a 2008, o total investido em pomares de laranja será de US$ 70 milhões, para ocupar sua capacidade produção de suco. O diretor de citros da companhia, Henrique de Freitas, não descarta a ampliação nas unidades processadoras, caso a oferta de fruta supere o limite de produção. “Vamos crescer na capacidade de produção ociosa e, se precisar ampliar, vamos ampliar”, afirmou Freitas, que não revelou o porcentual de ociosidade nas três fábricas da companhia, nas cidades paulistas de Bebedouro, Matão e Engenheiro Coelho.
As unidades, juntas, têm capacidade de processar 65 milhões de caixas (40,8 kg) de laranja por safra e vão produzir, em 2007, 210 mil toneladas de suco de laranja concentrado e congelado.
Os investimentos nos pomares devem levar a empresa a atingir, até o final do próximo ano, 13 milhões de plantas cultivadas, um aumento de 160% sobre as 5 milhões de árvores de citros cultivadas em 2004, quando a LD implantou o projeto de ter pomares próprios ou de parceiros para o cultivo de laranja no Brasil. E é justamente no modelo de parceria implantado pela multinacional de origem francesa que ocorre o crescimento da produção própria da empresa.
Enquanto o número de plantas dos pomares em propriedades da LD saltará de 3,8 milhões para 4,5 milhões entre 2005 e 2008, os pomares de parceiros, mantidos por ela, crescerão de cerca de 3 2 milhões para 5,5 milhões no período. Pelo modelo de parceria, a companhia assume plantio, tratos culturais, contratação de mão-de-obra e a colheita, por 20 anos, nos pomares plantados nas terras de terceiros. O produtor, que não é arrendatário, recebe 15% da fruta colhida pela LD nos pomares e ainda tem garantia de um preço mínimo se quiser entregar essa fruta para a empresa.
“O produtor assume o risco, tanto comercial, como da produção, conosco e ainda tem a opção de entregar a fruta dele para um concorrente, o que nunca ocorreu”, disse Freitas, em entrevista a jornalistas que participaram, entre terça-feira e quarta), da primeira visita de órgãos de imprensa feita em unidades de produção de suco e de laranja da LD pela companhia no país.
Produção própria
O executivo garantiu que os investimentos na produção própria de laranja dão lucro para a LD Commodities. “Eu nunca conseguiria aprovar um aporte como esse na matriz da empresa se não fosse lucrativo”, disse Freitas, segundo o qual o retorno financeiro das árvores cultivadas começa entre sétimo e o oitavo ano após o plantio.
Ele não revelou o custo de produção dos pomares, mas a Agência Estado apurou com fontes do mercado que ele seria de até US$ 2 50 por caixa, cerca da metade dos custos médios de alguns pomares com baixa tecnologia localizados em São Paulo, superiores a US$ 5.
Mesmo com os investimentos nos pomares, a LD espera seguir dependente dos contratos de fornecedores de frutas independentes que ainda representam 80% da laranja processada. “Esse porcentual não deve variar, mesmo com os investimentos em plantio, porque a previsão é de que tenhamos o aumento no processamento dentro da capacidade ociosa”, reafirmou o diretor de citros da LD. Os investimentos na ampliação d a produção estão concentrados em 25 fazendas, que devem chegar a 30 até o fim do próximo ano, a maioria no Estado de São Paulo, numa área produtiva de 35 mil hectares. A LD priorizou regiões longe de áreas com muitos pomares, mas mesmo assim próximas aos seus centros processadores.