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Lava Jato aumenta consciência crítica

Escândalos políticos, esquemas de corrupção e a ‘quebra’ da economia nacional. Esse é o cenário visualizado constantemente pelo amazonense há pelo menos dois anos. Como resultado dos últimos acontecimentos e no desfecho de mais um pleito eleitoral, o eleitor demonstra indignação e descrédito com a classe política. Na avaliação de pesquisadores, as eleições de 2016 revelam o início da construção de uma consciência crítica, por parte do eleitorado, um novo momento na história política do Estado. Para entender os anseios da população, o JC foi às ruas para ouvir o eleitor.
Para o presidente da Action Pesquisas, Afrânio Soares, os problemas políticos nacionais tornaram a população mais crítica e criteriosa quanto à escolha dos representantes políticos. Ele descarta a possibilidade, no período atual, da formação de um novo perfil do eleitorado, mas assegura que o cidadão está mais consciente e criterioso no momento da avaliação entre os candidatos.
“Todos os escândalos que vieram à tona contribuíram para que as pessoas ficassem mais antenadas sobre o perfil e as promessas de cada parlamentar. O novo perfil começou a ser construído e espero que essa mudança ganhe volume por meio de uma consciência crítica. Acredito que o novo perfil estará consolidado em uma próxima eleição”, avaliou.
Segundo Soares, neste período, o amazonense demonstra que quer mais transparência quanto às informações públicas. “O povo quer ter acesso às informações, quer saber das propostas e de como serão implementadas. O cidadão pensa mais no futuro”, cita.
De acordo com o cientista político, Breno Rodrigo Leite, o amazonense mostra claramente que quer mudanças na classe política e que repugna a impunidade e a corrupção. Ele acredita que o período atual é o de formação de um novo eleitor, realista e observador.
“O amazonense sempre foi pessimista, com aversão à política em função do histórico de impunidade. Está aparecendo um novo perfil resultante das punições da operação Lava Jato. A mudança também está ligada ao compromisso com a seriedade porque o eleitor analisa e avalia o candidato e suas propostas. Não se deixa mais enganar”, analisa.
Leite também destaca o papel das mídias sociais no processo de disseminação da informação e de esclarecimento do cidadão. “O eleitor está mais criterioso e procura analisar os políticos, sem se deixar enganar. Isso, se deve a uma espécie de abertura das fontes de informação e as redes sociais são fundamentais neste processo de difusão. A partir de informações o cidadão consegue apurar o que recebe como notícia. Ele está mais esclarecido”, disse.

Voz das ruas
O povo quer mudança

O comerciante Antonio Carlos, 48, expressa indignação ao falar sobre processo eleitoral. Ele afirma estar desacreditado da política e que sonha com um dia em que todos os partidos políticos sejam extintos juntamente com os parlamentares que os compõem. Carlos acredita que somente a partir de uma renovação, tanto de partidos como de figuras políticas, será possível presenciar novos tempos na política brasileira.
“Não acredito mais em ninguém da classe política. Os candidatos vão às TVs e rádios para mentir, falando de propostas que não cumprem. Sou comerciante e me sinto prejudicado quando tento ter acesso a um empréstimo para expandir meu empreendimento mas sou impedido por burocracias; ou ainda, quando as cargas ficam retidas pela Receita Federal, também por burocracias. Enquanto um parlamentar consegue liberações com a maior facilidade. Os trabalhadores precisam de ajuda”, reclamou.

O universitário Luan Henrique, 23, tem esperança de dias melhores na capital amazonense. Ele acredita que a boa escolha do eleitor pode resultar em mudanças na governança municipal. “Político é tudo igual. Mas, acredito que é possível ter melhoria a partir de renovação. Para isso, precisamos selecionar bem os candidatos. É preciso pensar e muito”, frisou.

Para a técnica de enfermagem, Francinete Sarmento, 38, o novo eleitor deseja mudança. Ela acredita que os últimos acontecimentos, de diversos escândalos de corrupção, mostram a importância do eleitor ser criterioso e exigente.
“Precisamos ser mais atenciosos, pesquisar sobre quem pretendemos votar. Se essa pessoa já teve algum envolvimento em escândalos. Queremos mudança. O que tem acontecido é prova de que precisamos ser mais exigentes até mesmo quanto aos partidos”, declara.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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