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Lançamento na Livraria Nacional

Lançamento na Livraria Nacional

Dois professores, dois escritores. Um é romancista, o outro, poeta. Ambos já têm três livros publicados e se preparam para o lançamento de seu quarto título no sábado, dia 1º de agosto, às 10h, na Livraria Nacional.

João Pinto é da cidade de Luzilândia, no Piauí, mas há mais de 40 anos vive no Amazonas. Já lançou ‘Luzes esvaídas’, ‘O ditador da terra do sol’, ‘Contos de uma aula no vermelho’ e agora irá lançar ‘As pedras doentes da rua do fio’.

“O livro é uma mistura de memórias familiares com ficção. Rua do Fio é uma rua de Luzilândia, a primeira da cidade onde passou a fiação do telégrafo, então as pessoas passaram a chamá-la de rua do fio, e assim ficou”, comentou João Pinto.

“O autor traz à baila a imagem de uma prostituta e a de um professor viajante, João Vinvim, que com ela se envolve, sob todos os dramas que essa relação implica tendo, ainda, o fantasma do Alzheimer por sombra. Narrativa de linguagem firme, que apresenta os sentidos – inclusive os mais velados da paisagem – ela se desloca do Nordeste para a Amazônia”, escreveu o editor Leonardo Costaneto.

“Ser romancista fora do eixo Rio/São Paulo significa produzir uma literatura que, por mais que seja boa, dificilmente será reconhecida. Você mesmo deve fazer seu trabalho aparecer, por isso, depois de Manaus, irei lançar ‘As pedras doentes da rua do fio’ em Teresina, durante o Salipi (Salão do Livro do Piauí) e Luzilândia; em Minas, porque foi editado pela Caravana Editorial, de Belo Horizonte. Lá pretendo realizar o evento na Biblioteca Estadual de Belo Horizonte, onde Guimarães Rosa, Carlos Drummond, Altran Dourado, entre outros, também lançaram livros; e ainda em João Pessoa, e Manicoré”, informou.

Grandes incentivadores

Efraim Amazonas começou a ler poesias ainda adolescente, principalmente os poetas românticos, como Álvares de Azevedo, depois outros foram caindo no seu gosto. Com 16 anos o jovem escreveu uma poesia e ganhou um concurso com ela 14 anos depois. Escrever um livro ele só teve coragem aos 22 anos, ‘Algum verso’, também pudera, Antísthenes Pinto e Arthur Engrácio, membros do Clube da Madrugada, foram os responsáveis pela a orelha e a contra-capa do livro, respectivamente.

“Foram meus grandes incentivadores, então não tinha como eu não acreditar que minha poesia não era boa”, disse.

Depois, Efraim lançou ‘Engenharia do Tempo’ e ‘Estação dos Espelhos’. Por 18 anos, porém, novos livros aguardaram, latentes. Agora ele volta à cena com ‘Poemas de agosto’.

“A gênese da lítera poética de ‘Poemas de agosto’ é o prosaico do cotidiano, elementos comuns ao dia a dia. Todavia, a letra da obra é uma revelação trágica desses elementos. Ora, revela-se numa dicção romântica, ora, barroca: agosto é manhã. Sol, tarde, vento, como também é noite e escuridão. Seus poemas se constroem em um intenso e denso labirinto poético”, escreveu o poeta Souza Neto.

“Escrever livros de poesias, no Brasil, é complicado. As pessoas não têm a cultura de consumir leitura, principalmente poesia, esse gênero nobre, mas há um nicho de leitores, mesmo em Manaus, que gosta de ler e escrever poesias. Infelizmente não há projeto educacional no país que incentive a formação de bons leitores”, lamentou Efraim.

‘Poemas de agosto’ foi editado pela Editora Becalete, de São Paulo, onde Efraim pretende realizar seu próximo lançamento repetindo o feito de 1994, quando participou da Bienal do Livro de São Paulo e da Feira do Livro de Frankfurt e esgotou os exemplares de ‘Engenharia do tempo’.

Trechos de ‘As pedras doentes da rua do fio’

‘Cursou até o Ginásio, escrevia bilhetes para mim, deixando-os por baixo da porta, Beijinhos, coroa. Era uma mocinha ingênua no mundo pequeno de Luzilândia, arrumadinha no traquejo de pedir, possivelmente desejasse apenas roupas elegantes para brilhar nas festas da cidade. Curtir a vida antes que o prazo de validade batesse à porta’.

Porões – ‘Poemas de agosto’

Nos porões das casas antigas

há decerto um olor

pelo tempo esquecido

e deixado

no passado

na mecânica antiga

do pensamento dos moradores

que neles depunham

seu voluntário abandono

Porões mutilados!

perdoai aqueles que vos deixaram

e na corrente do tempo

vos imputaram somente

lembranças menores

iluminadas pela escuridão

que as portas fechadas

fabricam

Tiro-vos agora do cárcere

no fundo das memórias aniquiladas

e exibo vossos mortos

à luz que se refaz neste poema

Serviço

O que: Lançamento dos livros ‘As pedras doentes da rua do fio’, de João Pinto; e ‘Poemas de agosto’, de Efraim Amazonas  

Onde: Livraria Nacional, rua 24 de Maio, 415, Centro

Quando: Dia 1º de agosto, sábado, às 10h

Informações: 9 9294-1777

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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