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Justiça determina que colunista não vai para cadeia

“Perdi! Não vou conseguir metê-lo na cadeia!” A frase foi dita pelo jornalista Paulo Henrique Amorim ao sair da sala de audiências da 1ª Vara Criminal do Fórum de Pinhei­ros, em São Paulo. Amorim, blogueiro do portal iG e animador de programas da TV Record, queria colocar na ca­deia o colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, porque este escreveu que ele, na fase descendente de sua carreira, foi contratado pelo portal iG por R$ 80 mil e se engajou pessoalmente “na batalha comercial do lulismo contra Daniel Dan­tas”.

Paulo Henrique Amorim e Diogo Mainardi compareceram na segunda-feira, ao Fórum de Pinheiros na primeira audiência do processo criminal que o primeiro move contra o segundo por injúria e difamação. A avaliação de Amorim sobre o possível desfecho da causa é calcada em seu próprio comportamento em Juízo. Na audiência, comandada pela juíza Aparecida Angélica Correia Nagao, Amorim rejeitou qualquer tentativa de acordo e se alterou em diversas ocasiões nos cerca de 30 minutos em que a juíza tentou, em vão, compor as partes.

No tribunal, os dois jorna­listas interpretaram papéis tro­­­cados. Amorim tentou de­mons­trar que já não tem a credibilidade que teve um dia e que a culpa disso é de Mainardi, a seu ver, um dos jornalistas mais influentes do país. O colunista de Veja, por sua vez, tentou evidenciar que o prestígio do colega é o mesmo de sempre e que se projeta pelo seu salário: Amorim disse que ganha cinco vezes mais que o colega “em apenas uma das atividades”.

“A senhora confiaria em um jornalista que escreve a soldo? Em um jornalista filiado a um partido político? Ele escreveu que eu trabalho a soldo, por interesses comerciais”, repetia Paulo Henrique Amorim, demonstrando inconformismo com o texto de Mainardi. O jornalista insistiu na tese de que perdeu credibilidade em razão da coluna publicada em setembro de 2006 na Veja. “A senhora não deve acreditar no que eu escrevo porque eu sou um jor­nalista sem credibilidade. Não sei por que a senhora me ouve”, disse à juíza.

Separados por uma cadeira na qual estava sentada a advogada Maria Cecília Lima Pizzo, Paulo Henrique Amorim e o colunista Diogo Mainardi trocaram acusações, ofensas e filosofaram sobre o que é fato e o que é opinião. Depois da tentativa de conciliação, Amorim deixou a audiência porque iria viajar para os EUA.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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