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JUROS – Consultores apostam em queda forte na Selic

Com o índice de inflação considerado controlado e ainda apreensivo em relação à crise na Europa, o BC (Banco Central) deve decidir hoje pela quarta redução consecutiva da Selic –taxa básica de juros– na primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2012. A tendência é que o índice passe de 11% para 10,5% ao ano (a.a).
Na análise dos economistas e representantes da Indústria ouvidos pelo Jornal do Commercio, a redução pode ser de até 1 ponto percentual, chegando a 10% ao ano.
O presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus), Athaydes Mariano Félix, por exemplo, disse acreditar que, embora a expectativa da maior parte dos especialistas seja de redução de 0,5%, a taxa deve cair um pouco mais.
“Esperamos que a redução seja de pelo menos 0,75%. O mercado sofreu uma desaceleração , e apesar do faturamento recorde, o último trimestre foi fraco para o PIM, por questões sobretudo sazonais, a indústria, de uma forma geral, não cresceu no resto do país, e os primeiros meses do ano ainda são mornos. Nesse momento, quanto mais reduzir melhor para a atividade industrial, melhor para o PIM”, explicou.
O presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Ailson Rezende, que aposta em uma redução de 0,5%, explica que a prioridade do governo federal, no momento, é justamente aquecer a produção industrial.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em dezembro, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre foi nulo, puxado principalmente pelo fraco desempenho da indústria e do setor de serviços, que recuaram 0,9% e 0,3%, respectivamente.
Já o vice-presidente do órgão, Francisco de Assis Mourão Junior, aposta ainda mais alto. “Minha aposta é maior, de queda de 1%. A tendência é baixar devido à crise externa. Se a inflação seguir controlada como está, não há problemas. O importante é estimular o consumo interno”.
Segundo aponta o economista, o objetivo é chegar ao primeiro semestre com a Selic em 9% a.a. “Então acredito que eles vão cortar em 1% agora e depois reduzir 0,5% até a metade do ano. Como a economia esta travada no começo do ano, é importante dar um “empurrão” agora e depois ir fazendo os corte menores”, ressaltou.
A atividade comercial também sofre o impacto da alteração. Para o vice-presidente da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a grande preocupação é que a economia não desaqueça devido ao reflexo da crise global. “Os primeiros meses constituem um momento fraco para o comércio, onde apenas as vendas de segmentos específicos, como o de materiais escolares, apresentam resultados mais expressivos”.
Apesar de concordar com a redução, ele lembra que ela precisa ser executada de forma gradativa para não gerar grandes impactos. “Já houveram muitos saques na caderneta de poupança como consequência das alterações na Selic. Isso é um dos sintomas de que as mudanças exigem cautela”, exemplificou.
O índice oficial de inflação, IPCA (índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que chegou a acumular alta de 7,31% no último trimestre de 2011, terminou o ano em 6,5%. Dentro da tolerância da meta atual de 4,5%, que estipula margem de 2 pontos percentuais para cima e para baixo. A expectativa do Banco Central é terminar 2012 com a taxa entre 9% e 9,5%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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