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Jesuítas pedem ajuda para ajudar os migrantes no Amazonas

Jesuítas pedem ajuda para ajudar os migrantes no Amazonas

A história dos padres jesuítas na Amazônia é bem antiga. A ordem religiosa chegou ao Brasil poucas décadas depois do descobrimento do país, em 1549. Na Amazônia, como era uma região de difícil acesso, os religiosos, que não mediam sacrifícios para pregar a palavra de Deus, demoraram um pouco mais a se estabelecer, o que aconteceu a partir de 1580. Agora eles estão de volta. Os novos jesuítas montaram um escritório, em Manaus, em 1º de outubro de 2018 e, como seus antepassados, continuam a pregar a palavra de Deus com a diferença de que agora eles fazem boas ações em favor do próximo, por isso, desde o mês passado e por todo o mês de fevereiro o SJMR (Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados) está realizando uma campanha de ajuda emergencial solicitando cestas básicas, fraldas e kit de higiene e limpeza.

Os novos jesuítas montaram um escritório, em Manaus e continuam a pregar a palavra de Deus 
Foto: Divulgação

“Após, o fluxo migratório de venezuelanos/as que deixavam o Estado de Roraima em busca de melhores condições de vida, uma vez que o Estado estava colapsado nos serviços públicos de acolhimento, os migrantes e refugiados seguiram uma nova rota, a capital amazonense, que passou a recebê-los com mais frequência e intensidade. A ação do SJMR foi acompanhá-los, por isso abrimos um escritório, em Manaus. As atividades aconteceram inicialmente no Cefam (Centro de Formação da Arquidiocese de Manaus), em cooperação com a Cáritas e SPM (Serviço da Pastoral ao Migrante)”, explicou Karla Gama, coordenadora do SJRM Manaus.

Doze jesuítas

Na América Latina, o fechamento das fronteiras e o isolamento social implantados para mitigar a propagação do vírus da pandemia da covid-19, aumentaram a situação de vulnerabilidade e precariedade de muitos migrantes e refugiados. A recomendação da OIM (Organização Internacional para Migrantes) é que os governos incluam nos seus planos nacionais de vacinação os mesmos critérios que são usados para os seus próprios cidadãos nacionais em termos de risco, de idade e vulnerabilidades médicas, sem discriminar as pessoas em mobilidade, o que ainda em muitos países não é realizado. Essa realidade, associada ao colapso do sistema de saúde em Manaus, aponta um cenário ainda mais devastador para migrantes e refugiados que em sua maioria vivem aglomerados em abrigos ou espaços alugados e que estão limitados a oportunidades de empregos, até mesmo os informais.

Atualmente, doze jesuítas atuam em todo o Amazonas. Em Manaus, eles são encontrados em três bairros, Aparecida, São Jorge e Cidade de Deus, de onde coordenam a campanha para as demais regiões da cidade.

De acordo com Mikely Tapudima, analista social do SJMR, no momento em que se vivencia uma segunda onda da covid-19, em Manaus, a equipe do SJMR busca com a campanha emergencial “beneficiar migrantes, solicitante de refúgio e refugiados que se encontram em situação de vulnerabilidade social, principalmente as mulheres e crianças”.

Ainda segundo Mikely “muitas mães entram em contato conosco solicitando alimentos básicos como leite, e fraldas, e relatam que estão passando fome e sendo despejadas porque não tem como pagar o aluguel”.

“As pessoas que mais nos têm pedido ajuda são os migrantes, solicitantes de refúgio e refugiados. A demanda maior é de venezuelanos. Lógico que o que essas pessoas querem de imediato são alimentos e as que mais sofrem são as mães com crianças”, esclareceu Karla Gama.

Atuações em Manaus

Normalmente, quando não há uma pandemia no meio do caminho para atrapalhar, o SJMR Manaus atua na área de meios de vida com enfoque em soluções duradouras, ofertando ao público, serviços de confecção de currículos, orientação e preparação para o mundo do trabalho, cursos profissionalizantes, assessoria e consultoria na área de gestão de negócios, atendimento socioassistenciais, encaminhamento para revalidação de diploma, e curso de português.

“O SJMR conta com apoio financeiro de diversos parceiros como a Visão Mundial (instituição que desenvolve programas e projetos em diversas frentes, sempre com o foco na proteção de crianças e adolescentes), e a Open Society (instituto de filantropia fundado por George Soros), além de receber doações de empresas privadas e pessoas físicas, inclusive, a nossa própria mantenedora Asav (Associação Antônio Vieira)”, informou Karla.

Quem quiser fazer doações para a campanha de ajuda emergencial pode ligar para os fones: 9 9399-5009 / 9 9191-0618 / 9 9157-6097, ou procurar diretamente a sede do SJMR, localizada na av, Constantino Nery, 1029 – São Geraldo.

“As doações só serão aceitas até o final de fevereiro. Foi estipulado um passo inicial para sentirmos a adesão. Acreditamos que a situação de calamidade no Estado irá melhorar e as pessoas poderão voltar a trabalhar, porém, se for necessário, a campanha será prorrogada”, adiantou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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