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Jazz amazônico de Ítalo Jimenez

O saxofonista Ítalo Jimenez lança nesta quinta-feira, 31, seu novo CD ‘Amazonas in Jazz’, nada a ver com o jazz americano

Se você gosta de jazz, mas não daquele estilo americano, bebop ou standard, pode agendar para quinta-feira, 31, em dois horários, às 18h e às 19h30, o lançamento de ‘Amazonas in Jazz’, o mais novo CD do saxofonista amazonense Ítalo Jimenez, no Teatro da Instalação. A entrada é gratuita.

“O CD está vindo com dez faixas instrumentais, composições minhas e de parceiros, e também composições de amigos onde mostro um pouco da riqueza musical encontrada no Amazonas, construída a partir de várias influências”, falou Ítalo.

“Esse novo trabalho não tem esse lado do jazz bebop, ou jazz standard americano. O disco é um resgate de ritmos do Amazonas com uma visão jazzística, então eu toco um beiradão com pitada de jazz, com participação mais instrumental, mais global. Eu peguei, por exemplo, o gambá, estilo musical amazônico, e coloquei um pouco de jazz brazil, além das minhas influências, enfim, o CD está muito interessante porque não fica totalmente raiz, ele foge disso, mas tem essa linguagem, essa roupagem, essa cor diferenciada”, explicou.

‘Amazonas in Jazz’ foi contemplado no edital Prêmio Manaus Conexões Culturais 2019, da Manauscult.

“Estou muito feliz por esse momento. É meu segundo álbum solo e sei que os amigos que acompanham minha carreira estão na expectativa para ver e ouvir esse novo trabalho que, devido à pandemia, ficou ‘estacionado’ e somente agora vamos poder apresentá-lo”, completou.

Time de instrumentistas

A maioria das músicas de ‘Amazonas in Jazz’ foram compostas durante a pandemia, quando Ítalo aproveitou estar bem concentrado e com bastante tempo em casa, e compôs com mais assiduidade.

“Acabei fazendo muita coisa legal, outras coisas a gente não gosta muito. Algumas músicas eu resolvi resgatar porque são importantes, fortes, e uma delas é uma homenagem póstuma ao instrumentista Carlos Eugênio Magrão”, informou.

Quanto aos músicos, nas bases estiveram Célio Vulcão (teclados), Airton Gaúcho (bateria), e Túlio Sérvio (contrabaixo), com várias participações especiais, como os guitarristas Stanley Wagner, que mora em São Paulo, e Oliver Pellet, que reside na Suíça. De Manaus, o também guitarrista Aldenor Honorato, o percussionista Tarcísio Braga, e os saxofonistas Jonaci, Daniel Jander, Giovane Oliveira e Ênio Prieto completaram o time de instrumentistas.

“Todos eles são músicos que eu confio muito, são parceiros, amigos que admiro muito, e continuam acreditando nesse tipo de música instrumental, e gostam de executá-las. Digo que o CD não é do Ítalo, mas nosso, de nosso trabalho. Dentro do meu trabalho eu abro muito espaço para estes músicos, para que possam mostrar o trabalho deles ao meu lado. Todos me acompanharam no primeiro CD, ‘Codajazz’, e foi uma imensa felicidade poder reunir essa turma novamente”, revelou.

O CD começou a ser gravado em novembro do ano passado e em janeiro deu uma parada. As gravações recomeçaram em fevereiro e acabaram agora, em março.

“Eu componho através de células e de cores. Uma célula rítmica ou melódica. A partir dali eu já tenho um começo. Depois eu vou dando continuidade. Quando eu componho, enxergo muito as cores, alegres, amenas, românticas. Eu também associo as composições ao dia a dia, às pessoas, até com os animais. Eu tenho um jabuti, o Ângelo, para o qual compus uma música, a ‘Angelus blues’, enquanto acompanhava o andar dele no meu quintal”, riu.

Longa trajetória

O coariense Ítalo Jimenez tem uma trajetória de mais de 20 anos na música cabocla, tendo sido um dos pioneiros na história do jazz, em Manaus. Da década de 1990 pra cá, formou e integrou diversos grupos instrumentais como o ‘Jazzmania’, com Almir Fernandes e Ronaldo Uchoa; o Blues na Floresta, com Régis Gontijo; o Codajazz e Brasilis, com Hudson Alves, Stanley Wagner e Célio Vulcão, além de acompanhar vários cantores de renome como Cileno, Célio Cruz e Chico da Silva.

Atualmente é saxofonista da Amazonas Band, onde está desde 2000 e teve a oportunidade, durante o projeto Amazonas Band Convida, de compartilhar o palco com grandes nomes como o maestro Branco, Proveta, Vinicius Dorin, Daniel Barry, Steve Mostovoy, Rodrigo Ursaia, Bob Mintzer, David Liebman entre outros.

Tocou saxofone e flauta com o grupo regional Os Tucumanus, durante quatro anos, tendo participado do Brazilian Day, em New York, em setembro de 2012.

Também é integrante da OBA (Orquestra de Beiradão do Amazonas), desde sua fundação em 2013.

Participou de vários projetos de música instrumental como o Amazonas Jazz Project, Amazon Jazz Club, 5º Circuito Amazon Jazz com o show ‘The Beatles In Jazz’ junto com Humberto Amorim & banda All That Jazz, e Jazz Day, comemoração realizada anualmente para celebrar o jazz no mundo. Como educador, tem mais de 20 anos de experiência atuando como professor de sax e flauta no Liceu de Artes e Ofício Cláudio Santoro.

Além de ‘Amazonas in Jazz’, Ítalo tem o CD ‘Codajazz’, gravado em 2001 pelo projeto ‘Valores da Terra’, além de inúmeras participações em outros CDs, como o da Orquestra de Beiradão do Amazonas, Miquéias Pinheiro, Os Tucumanus, Amazonas Jazz Band, Eduardo Branco, entre outros.

‘Amazonas in Jazz’, pode ser solicitado através do 9 8463-5049, e estará disponível nas principais plataformas de música.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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