Pesquisar
Close this search box.

Itaú, Natura e Nestlé juntas

Itaú, Natura e Nestlé juntas

Pode parecer improvável que empresas de segmentos diferentes se unam para conhecer o mesmo cliente, mas para o banco Itaú, a fabricante de cosméticos Natura e a fabricante de alimentos Nestlé a estratégia vem fazendo sentido por meio de uma plataforma que permite entender o hábito dos brasileiros a partir da gamificação.

A história que começou em 2015, quando o Itaú criou um ambiente digital com o objetivo de atender as mudanças nas metodologias de trabalho, culminou no desenvolvimento do Lab, que trabalha com gamificação e com a escolha dos consumidores participantes de acordo com a demanda. Agora, em 2020, a Natura e a Nestlé se juntaram à iniciativa e começaram a fazer parte da plataforma.

“Com o Lab desenvolvemos um processo de esteira com o qual conseguimos ter resultados de pesquisas a cada quinze dias, ao invés de um mês ou mais como era anteriormente. Todo o aplicativo do Itaú, por exemplo, foi transformado com base nessas pesquisas. Agora com a Natura e a Nestlé conseguimos interações e resultados mais diversos”, diz Livia Sarmento Campos, superintendente de planejamento, consumo e marketing do Itaú.

A comunidade de respondentes interage em uma plataforma semelhante ao Facebook, e se forma a partir de convites de um prestador de serviço, tendo uma rotatividade média a cada três meses. Ao participar da pesquisa as pessoas ganham brindes e vouchers.

Na Nestlé, a pandemia do novo coronavírus levou a subsidiária brasileira colocar em prática o C Lab, um centro de pesquisa dentro da empresa. Desde março a área de consumo e marketing passou a conduzir estudos sobre o comportamento do consumidor na hora de comprar alimentos. A parceria com o Itaú é mais um complemento nessa estratégia que visa agilizar os processos e deixar para os institutos de pesquisas os projetos que necessitam mais tempo e detalhamento.

“A mesma pessoa pode ser um cliente Itaú Personnalité, procurar alimentos proteicos da Nestlé,  e  uma determinada linha da Natura, por exemplo. Há uma relação de ganha-ganha para as três empresas”, diz Diego Venturelli, chefe de consumo e marketing da Nestlé. 

O processo de transformação ágil também foi o pontapé para a Natura. Segundo Larissa Berbare, líder global de entendimento de marcas e consumidor da Natura, mais do que entender sobre produtos, é uma oportunidade para analisar o comportamento das pessoas de modo geral, que tanto mudou no pandemia da covid-19. “Continuamos com metodologias que já usávamos, mas passamos também a testar hipóteses sobre temas variados”, afirma.

Um dos exemplos comentado pelos executivos é a pesquisa “A volta ao novo normal”, realizada em outubro, com mais de 300 entrevistas online, que revelou informações como: 62% dos entrevistados tiveram algum impacto negativo na renda durante a pandemia. As categorias que tiveram maior aumento de consumo durante a pandemia foram produtos de limpeza para casa, produtos de

higiene pessoal e alimentos da cesta básica. E, para o fim de ano, 38% declararam a intenção de comprar presentes para si próprio e 44% para os familiares.

A partir dos dados as empresas podem planejar campanhas e oferecer produtos e serviços que se relacionam mais com as expectativas e momentos dos clientes. Além disso, é uma forma de ter dados mais diretos sobre o consumidor visto que, tradicionalmente, eles estão concentrados nos intermediários entre os clientes e a indústria.

“Para o Itaú tem sido bastante proveitoso compartilhar essa metodologia e estamos abertos a receber outras empresas que não sejam concorrentes com as três atuais participantes, mas entendemos que juntas temos mais assertividade”, afirma Campos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar