Com a abertura de vagas para especialistas de outras organizações, Ana Aleixo espera que as instituições de ensino e pesquisa, como UEA (Universidade do Estado do Amazonas), Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Ufam (Universidade Federal do Amazonas), também contribuam para a formação de um corpo técnico local. “Esse curso vai ser o primeiro de um ciclo de treinamentos que o órgão vai promover. Concluído esse processo, não precisaremos mais trazer especialistas de outros Estados”, destacou a dirigente.
No intuito de se tornar um órgão certificador, o Ipem-AM conclui até dezembro de 2008 a construção de um centro tecnológico na avenida Danilo Areosa, Distrito Industrial. Segundo Ana Aleixo, a licitação do projeto acontece ainda este ano. “Os recursos necessários para a construção do empreendimento são da ordem de R$ 4 milhões. Parte do orçamento do Ipem-AM vai ser destinada ao centro, mas também vamos buscar o apoio financeiro do Inmetro e da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), informou.
Microempresas contestam
De acordo com Alfredo Lobo, outro fator que dificulta a anuência da certificação para os componentes de bicicletas é a contestação das empresas importadoras, cujo argumento é de que não há acidentes provocados pelos produtos importados. Conforme cálculos dos importadores, 3.000 micro e pequenas empresas ‘quebrariam’ se o Inmetro aprovar a certificação.
Para o diretor da Abraciclo, a resistência dos importadores não é nenhuma novidade. Paes frisou ainda que a entidade é contra a declaração do fornecedor, proposta pelo Inmetro, afirmando que esse instrumento não garantiria a segurança do consumidor.
“Estabelecer uma ‘auto-declaração’ de conformidade para combater as importações é como colocar raposa para tomar conta do galinheiro”, comparou.
O representante das indústrias de bicicletas disse que a certificação garantiria às peças maior confiabilidade, porque exigiria que os componentes fossem testados em laboratório. Quanto ao ônus que a medida traria às empresas, Moacyr Paes avaliou que os gastos com laboratórios não seriam tão expressivos como anuncia o Inmetro.
Números do Inmetro
De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) , existem atualmente 88 programas de certificação compulsórios e 26 voluntários. Na carteira de programas de avaliação da conformidade em desenvolvimento, há ainda 52 propostas.
Ao todo, o instituto federal já credenciou 570 laboratórios de calibração de instrumentos e de ensaios e 54 organizações. Como resultado, 1.200 produtos brasileiros são certificados com a marca do Inmetro.