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IPCA

O IPCA, índice oficial de inflação do país, fechou 2013 em 5,91%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. O número é maior do que os 5,84% de 2012, segundo dados do IBGE divulgados ontem. O resultado também supera as previsões de mercado de crescimento entre 5,82% e 5,83%, abaixo do ano anterior.
Apesar da forte pressão ao longo do ano, especialmente de alimentos, a taxa perdeu força no segundo semestre e o governo evitou o estouro da meta, de 6,5%.
O grupo alimentação registrou alta de 8,48% no ano e foi um dos principais responsáveis pelo avanço do índice.
Outros grupos que mantiveram a inflação no rol das preocupações de mercado e governo, ao puxaram o IPCA para cima, foram despesas pessoais, com alta de 8,39%, e educação (7,94%).
Apesar do aumento da gasolina no fim de 2013, o grupo transporte, o segundo de maior peso, atrás de alimentação, avançou 3,29% diante do represamento dos reajustes dos combustíveis e dos preços em queda de veículos graças ao IPI reduzido.
Em dezembro, o índice ficou em 0,92%, superando o nível de novembro (0,54%) e bem acima das previsões de mercado, entre 0,82% e 0,84%.
O resultado é o pior para o mês do ano desde 2002 (2,10%), quando o país vivia um choque de confiança diante da disparada do dólar e da incerteza quanto à eleição daquele ano vencida por Lula. O índice também é o mais elevado desde abril de 2003 (0,97%).
Também indica que 2014 não será um ano fácil para a equipe econômica, que convive com a necessidade de conter a inflação e seus efeitos na popularidade da presidente Dilma em ano eleitoral.

Remédio amargo
Preocupado com a inflação, o governo lançou mão da alta de juros no ano passado. Segundo analistas, o “remédio amargo” será necessário em 2014 para conter a alta dos preços, que, em dezembro, subiram já acima do previsto.
O IPCA de 0,92% acendeu o sinal amarelo. Ficou além do esperado e mostrou aumentos disseminados especialmente entre os alimentos, que subiram 0,92% acima do já elevado índice de 0,54% em novembro e no maior índice para o mês desde 2002.
Diante desse cenário, analistas veem uma inflação elevada nos primeiros meses deste ano. A consultoria LCA prevê uma alta de 0,76% do IPCA em janeiro. A taxa só vai ceder graças ao fim do impacto do reajuste da gasolina, absorvido pelo índice de dezembro.
Com o calor e as chuvas forte em algumas regiões, é provável que os alimentos sigam pressionados em janeiro, numa tendência típica dos primeiros meses do ano período no qual outro grupo também puxa o IPCA, o de educação, com o reajuste das mensalidades.

Alimentação
Dois serão os focos de reajustes dentro do grupo alimentação: a alimentação fora do domicílio e os chamados produtos in natura, como frutas, legumes e hortaliças, sempre mais sensíveis ao clima.
Em dezembro, as carnes já vieram bastante pressionadas, com aumento de 2,33% no mês para uma alta até que moderada de 4,57% no ano, abaixo do índice do grupo alimentação como um todo (8,03%).
Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, as maiores exportações da carne brasileira (com o câmbio mais favorável e problemas em outros mercados fornecedores) reduziram a oferta nos supermercados do país, puxando os preços para cima.
“Claro que há também um efeito da maior demanda no final de ano por causa das festas”, diz. Para este ano eleitoral, analistas esperam uma inflação um pouco mais pressionada. A LCA projeta 6%. A consultoria Rosenberg & Associados prevê 5,9%, mas com um “viés de alta”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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