A taxa de emprego industrial no país assinalou forte crescimento tanto no acumulado dos últimos 12 meses (16,2%) quanto no acumulado de janeiro a maio deste ano (12,9%).
No Amazonas, apontado como um dos Estados onde a demanda por mão-de-obra especializada mais cresceu na região Norte, essa expansão foi mais acentuada nos setores de alimentos/bebidas (3,52%), eletroeletrônicos (3,41%) e construção civil (2,86%).
Os números se referem à Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e indicam ainda que a indústria local foi impulsionada pelos resultados positivos de 12 dos 18 segmentos pesquisados pelos referidos Institutos.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, explicou que o aumento de empregos formais no Amazonzas durante o período apontado pela Fipe foi resultado da política de expansão na capacidade fabril da maioria das empresas do PIM (Pólo Industrial de Manaus). Segundo o executivo, nos cinco primeiros meses deste ano, a capacidade de produção oscilou entre 75% e 80% nas empresas de eletroeletrônicos, sendo a greve dos auditores o principal influenciador dessa oscilação durante o período. “O aumento da demanda por mão-de-obra está diretamente relacionado ao aumento da capacidade produtiva do setor. Como geralmente as fábricas ampliam em 15% a capacidade industrial para atender às festas de fim de ano, é fácil estimar um aumento de pelo menos 5% sobre o atual quadro de operários formais para o segundo semestre”, asseverou.
Os dados divulgados pela Fipe destacam que, em nível nacional, na comparação de maio com igual período do ano passado, o número de horas pagas avançou 1,6% em virtude dos impactos positivos provenientes de oito dos 14 locais e de 11 dos 18 ramos pesquisados pelo IBGE. Em termos setoriais, os maiores avanços foram detectados em máquinas e equipamentos (variação positiva de 10%), meios de transporte (avanço de 10,3%) e produtos de metal (incremento de 9,4%).
Sobre a expansão do emprego formal no Estado, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, disse que os percentuais falam por si, embora considere modesta a atual demanda por operários no PIM. No entendimento do dirigente, Manaus deveria consolidar percentuais de crescimento muito mais expressivos que os atuais para ser referência permanente no país.
“Se analisarmos o crescimento das indústrias do pólo e as pretensões de expansão industrial para este ano, podemos considerar que a demanda de mão-de-obra ainda está muito aquém da capacidade de absorção das indústrias locais”, ressaltou.
Mercado é amplo
O executivo da área de alimentos, Rodrigo Bedoschi, explicou que o crescimento do setor de alimentação é resultado dos investimentos em melhoria da qualidade de vida realizados pelas empresas locais ao longo dos últimos dois anos que optaram por alimentos orgânicos. No entendimento do executivo, contrariamente às expectativas de uma região altamente industrializada, o mercado local ainda é bem amplo, o que facilita a exploração de negócios em diversas linhas para um grande número de empresas. “No nosso caso, viemos observando um crescimento mensal de 20% no volume de negócios nos cinco primeiros meses, inclusive na demanda por operários ligados à alimentação, o que corresponde necessariamente à realidade do setor no Estado”, completou.
O setor de alimentação foi, nos últimos dois anos, um dos que mais cresceram no Brasil, apontado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) como o segundo maior produtor de orgânicos do mundo. O Amazonas é a sexta maior região produtora de orgânicos do país, cuja lista de produtos inclui, além de frutas e verduras, laticínios, café, cachaça, açúcar, sucos, geléias, azeite de dendê, guaraná, cacau, mel, algodão, óleo de babaçu, soja, arroz, carne de gado, de frango, ovos, extratos vegetais, chás, camarão e cogumelos.
