Avaliações preliminares da ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários) indicam que as empresas ligadas à entidade vão cortar em 20% os investimentos previstos para os próximos cinco anos. Ano passado a entidade estimou em R$ 20 bilhões os aportes em novos projetos no período, mas o montante foi reduzido para R$ 16 bilhões. Segundo o presidente da ABTP, Wilen Manteli, a principal razão para o cancelamento ou o adiamento de novos terminais é a crise econômica mundial, aliada à indefinição de marcos regulatórios do setor.
Segundo a ABTP, pelo menos mais R$ 13 bilhões também devem ser investidos por empresas estrangeiras que estão ingressando no Brasil ou mesmo grupos nacionais que decidiram ter suas operações em terminais e por isso ainda não são associadas à entidade. A ABTP lembra ainda que outros três grandes projetos que somados chegavam a US$ 5 bilhões foram vetados pelo governo do Rio de Janeiro. Segundo a entidade, a Antaq (Agência Nacional dos Transportes Aquaviários) tem sob análise 29 pedidos para a instalação de terminais privativos de uso exclusivo ou misto.
Segundo Manteli, os projetos dos setores de siderurgia, mineração e celulose são os que foram mais afetados pela crise, enquanto que no agronegócio o quadro é de maior normalidade. O dirigente observa que as decisões de cancelamento ou postergação podem ser revertidas ainda este ano em caso de melhora do ambiente econômico e devido à necessidade de ampliação da capacidade portuária brasileira. “As empresas estão pensando em 2012. O Brasil vinha crescendo de 40 milhões a 50 milhões de toneladas por ano e devemos chegar a 2012 com 1 bilhão de toneladas (de volume de cargas nos portos brasileiros). Isso requer investimento. E hoje para se instalar um terminal no país se leva em média 10 anos desde o início do projeto”, observou Manteli.
Dados da ABTP indicam que, ano passado, a movimentação de cargas nos portos brasileiros somou 800 milhões de toneladas, 6,1% a mais em comparação com 2007. “Para 2009 se esperava um crescimento de 8%, mas a previsão foi reduzida para 5%”, disse Manteli. Para ele, ainda é difícil uma previsão mais segura devido à falta de certeza do tamanho dos impactos de fatores como a valorização do dólar e a redução da demanda mundial. Já a movimentação de contêineres em TEUs ano passado foi de 6,789 milhões, um acréscimo de 5,1%sobre 2007. Para 2012, estima-se chegar a 8,6 milhões de contêineres.
Outras preocupações da entidade e alvo de negociações com a SEP (Secretaria Especial de Portos) e Antaq são as pendências dos marcos regulatórios, os ajustes dos contratos de exploração de terminais e áreas portuárias, que estão vencendo, além de licitações para a operação de terminais públicos. A ABTP alerta ainda para os atrasos nas dragagens, obras que contam com R$ 1,2 bilhão do PAC, necessárias para que acompanhem os investimentos privados.
Investimento em terminais portuários deve cair
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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