Com investimentos próximos a R$ 7 milhões, a Intertrade Digital inicia até o fim de fevereiro a produção de HD-DVD (Disco Digital Versátil de Alta Densidade) e Blu-ray em Manaus, mídias gravadas que estão substituindo o DVD (Disco Digital Versátil). Depois de a Novodisc anunciar a fabricação dos itens para o segundo semestre deste ano, a nova fabricante de discos chega prometendo ‘start’ imediato e a contratação de 100 trabalhadores.
Segundo consta no projeto aprovado pelo CAS (Conselho de Administração da Suframa) e o Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas), a Intertrade estima a produção de um milhão de unidades no primeiro ano de operações, sendo 500 mil na linha de HD-DVD, considerado o primeiro padrão de vídeo de alta definição, e a mesma quantidade de discos Blu-ray, capazes de armazenar conteúdos mais ‘pesados’ que o concorrente HD-DVD.
Ritmo fabril
Se concretizado, esse ritmo fabril deve render à indústria um faturamento próximo a R$ 30 milhões nos primeiros doze meses. A empresa projeta ainda para o segundo ano de funcionamento a ampliação da produção para 550 mil unidades em ambas as linhas e para o terceiro ano um outro aumento que deve permitir a fabricação de 605 mil discos no formato HD-DVD e 605 mil no formato Blu-ray.
De acordo com o consultor do projeto de implantação, Adalberto Lopes, a Intertrade é controlada por um grupo que já atuava com a distribuição de mídias em São Paulo.
Atraídos pelos incentivos fiscais da ZFM (Zona Franca de Manaus) e do governo do Estado, os empresários decidiram fabricar os discos aqui.
“Embora tenhamos dificuldades logísticas no Amazonas, os incentivos dados em IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) foram determinantes para a opção feita pelo grupo”, enfatizou Lopes.
Produtos vão sair da fábrica com marca que leva o próprio nome
O consultou informou que neste mês a corporação já começa a procurar um prédio pronto para se estabelecer e iniciar a produção no fim de fevereiro. Conforme o projetista, a localização desejada pelos empresários é o Distrito Industrial, mas caso não consigam alugar um prédio na zona sul, a segunda opção é o bairro de Santa Etelvina, na zona Norte da cidade.
Parte dos R$ 7 milhões a ser invertidos pela organização virá de crédito obtido junto a bancos internacionais, mas a empresa também vai aplicar recursos próprios. “A compra de máquinas vai absorver 80% do valor. Os equipamentos serão fornecidos por uma fabricante alemã e têm um custo elevado porque são poucas as empresas no mundo que produzem o HD-DVD e o Blu-ray”, explicou.
O economista adiantou que inicialmente a Intertrade deve comercializar os discos Blu-ray para as grandes gravadoras a um preço médio de R$ 80. Já o custo do HD-DVD ficará entre R$ 5 e R$ 10 mais em conta. Os produtos vão sair da fábrica com marca que leva o próprio nome da empresa.
O preço do Blu-ray, assim denominado por causa do laser azul-violeta utilizado na leitura da gravação do disco, é mais alto porque o custo de produção do disco é bem maior do que o do HD-DVD. Enquanto o Blu-ray exige a compra de maquinário específico, o HD-DVD pode ser feito com os mesmos equipamentos utilizados na fabricação do DVD.
O que compensa o gasto ‘extra’ trazido pelo Blu-ray é sua capacidade de armazenamento de informação por camada, que leva vantagem em relação ao HD-DVD. Enquanto uma camada do Blu-ray tem 25 gigabytes ou seis horas de vídeo de alta definição, a camada única do HD-DVD não tem mais que 15 gigabytes.
Na comparação entre discos de camadas duplas, o Blu-ray pode armazenar até 54gb de capacidade, enquanto o máximo que o HD-DVD pode conseguir é 30gb. Outro aspecto superior do ‘disco do raio azul’ é a velocidade de transferência de dados, que é de 54 mbps (megabytes por segundo), contra 36,55 mbps do produto concorrente.
Cem empregos
De acordo com o consultor Adalberto Lopes, a
