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Interdições causam transtornos

As frequentes interdições ocasionadas pela Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) para obras emergenciais em algumas vias da cidade, além de exigir paciência dos motoristas, em consequência de um  trânsito intenso, traz um indicativo sobre a deficiência na infraestrutura do Estado, sobretudo com os índices de chuvas intensas que estão atingindo a capital no mês de abril. Outras situações também advindas da obras tem afetado alguns nichos de atividade comercial. 

Representantes do setor de transporte admitem que o tempo de viagem está maior e a lentidão no trânsito tem feito motoristas encararem longas filas. “O tempo de viagem programada para quem trabalha com transporte por aplicativo está 20% a 30% maior em determinados trechos”, informou o presidente da Ameap-AM (Associação de Motoristas por Aplicativo de Manaus), Alexandre Matias.

Ele disse que são cerca de 4km a 5 km a mais que precisam percorrer para não deixar o passageiro se atrasar, isso já é um prejuízo porque os aplicativos não recalculam o trajeto feito pelo motorista. Outro agravante é que essa lentidão resulta no consumo maior de combustível. 

O motorista Jeferson Menezes, reiterou que está evitando corridas para o Centro da cidade justamente porque o planejamento de viagem tem demorado além do esperado. “A gente pede paciência para os clientes, mas alguns não entendem porque tem hora para estarem em seus compromissos. E para chegar até aquela área o tempo é bem maior. Infelizmente tenho recusado esse trajeto porque cheguei a ficar mais de trinta minutos no trânsito”, contou. 

O taxista Roberto Ramos da Abetam (Associação Beneficente dos Taxistas de Manaus), que atua na região central de Manaus, diz que a categoria está sem ponto para trabalhar justamente pela interdição na avenida 7 de Setembro. Eles tiveram que mudar o ponto para um local que contempla o Sistema Zona Azul que cobra R$ 2,45 por cada táxi que estaciona no perímetro. “Como a rotatividade é muito grande de entrada e saída de táxi é gerado cobrança. Estamos há três dias com essa dificuldade”. 

Em 2015 a categoria fez uma negociação com a prefeitura onde não pagaria pelos serviços do sistema, agora o Zona Azul está cobrando em alguns pontos. “A gente aproveita para fazer um apelo ao prefeito para rever esse sistema em algumas áreas porque nós estamos trabalhando e nós já estamos há anos nesses pontos”, sugeriu. 

Os congestionamentos devido a execução das obras também são criticados por alguns trabalhadores. “Os desvios que criaram  fez eu adiantar em pelo menos 30 minutos a minha saída de casa. Eu estou acordando mais cedo e levando em média quase uma hora para chegar até o trabalho. A volta para casa é bem pior, estou levando mais, quase, duas horas para chegar. É uma excessiva lentidão em horário de pico”, contou o pintor mecânico Sérgio Oliveira. 

O proprietário de um restaurante na avenida Constantino Nery, John Barreto concorda que as obras são necessárias para a cidade, mas teriam que ser de forma mais eficiente. “Esse tipo de reparo requer um previsão a médio prazo, infelizmente esses transtornos têm ocorrido em período de chuvas intensas. Querendo ou não isso restringe o fluxo dos  cidadãos até para sair de casa”. 

“Aqui nós temos uma via para pedestres que facilita a locomoção e desperta o interesse do consumidor que passa pelo local, no entanto, infelizmente, quando tem uma obra ou qualquer tipo de intervenção a nossa cidade para, é um transtorno”, complementou o empresário. 

O presidente em exercício da  Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, enfatizou que as fortes chuvas da forma que vem acontecendo atrapalham muito o volume de vendas do varejo, que, aliás, gera vários problemas. “Dificulta o trânsito. Limita o ir e vir das pessoas, inclusive diminui o acesso de quem costuma ir às compras rápidas em supermercados, farmácias, e outros estabelecimentos, além da cidade acabar sofrendo com problemas de infraestrutura. 

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Interdições

Na manhã de ontem, parte de uma rede de drenagem profunda rompeu em frente ao CCC (Centro de Cooperação da Cidade ), na avenida Umberto Calderaro, abrindo um buraco. A prefeitura interditou a avenida para obras emergenciais na rede de tubulação. Conforme a Seminf, o trecho sofre rompimento há 9 anos. O local ficará interditado por quatro dias para que a rede de tubulação possa ser substituída.

O IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana) colocará equipe permanente no local orientando os motoristas.

A interdição permanecerá até o próximo domingo (24), para que a Seminf possa trabalhar na implantação da nova tubulação e solucionar de vez o problema que já ocorre há mais de nove anos no mesmo local. As equipes vão trabalhar diuturnamente, aproveitando o feriado onde o fluxo de veículos fica reduzido.

Para que o trânsito no local não seja tão prejudicado durante o dia de hoje, chapas de ferro foram colocadas na pista  para liberar o fluxo de veículos.

As inundações em decorrência das fortes chuvas e da cheia que atinge o Amazonas foram responsáveis pela abertura de uma cratera em um trecho da galeria da avenida 7 de Setembro na esquina com a Eduardo Ribeiro, no local, está sendo executada uma obra emergencial  pela Prefeitura de Manaus.

A Arsepam (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas) solicitou à Secretaria Municipal de Infraestrutura de Manaus e ao MPAM (Ministério Público do Estado do Amazonas), na segunda-feira (18), o bloqueio integral de parte do Complexo Viário Ministro Roberto Campos, na avenida Constantino Nery, zona Centro-Sul de Manaus.

O diretor-presidente da Arsepam, João Rufino Júnior, explicou que a falta da estrutura compromete a segurança do gasoduto que passa pelo local, deixando em risco também a população que trafega ou mora pelas adjacências. Ele salienta, ainda, que o limitador em questão estava danificado há alguns meses, conforme mostra imagens anexadas ao relatório enviado ao MPAM e à Seminf.

Ainda segundo gestor, a ação é necessária até o retorno da proteção, visto que no momento das inspeções, por parte de equipe técnica do Dere (Departamento de Recursos Energéticos) da Agência, nos dias 17 e 18 de abril, foram constatadas a presença de dois agentes de trânsito, sem a devida orientação técnica sobre a altura permitida dos veículos para trafegar no interior da passagem subterrânea.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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