Com os preços mais altos e o aumento do desemprego, o brasileiro pretende gastar menos com presentes para o Natal em 2015 do que em 2014. O gasto médio por presente neste ano deverá ser de R$ 106,94, queda de 22% em relação à intenção observada no passado, de R$ 125,22. Os dados, que descontam os efeitos da inflação, são de pesquisa realizada nas 27 capitais brasileiras pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas) em parceria com o SPC Brasil.
A queda na intenção de gasto médio é resultado de um aumento na parcela de consumidores que pretendem desembolsar um valor menor com a data, que saltou de 29,1% em 2014 para 41,2% em 2015. Por outro lado, cresceu o número de consumidores que querem comprar algum presente, de 87% para 93%. “Os dados demonstram que o Natal carrega um significado cultural importante. O consumidor quer presentear e não vai deixar de fazê-lo, mas sabe que o momento é de cautela e que, por isso, os gastos devem ser mais bem pensados”, explicou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A economista afirmou também que sete em cada 10 consumidores (74,3%) avaliam que os presentes estão mais caros em 2015. A diferença é que essa percepção de aumento dos preços se deve principalmente à instabilidade do quadro econômico. A crise econômica foi apontada como causa da inflação por 38,1% dos entrevistados em 2015, contra 13,6% em 2014. As menções ao aumento do dólar para os preços saltaram de 1,9% para 8,7%.
Levando em consideração somente os entrevistados que disseram que pretendem gastar menos, 25,9% citaram o aumento dos preços como uma barreira às compras, bem acima do patamar de 1,8% observado no ano passado. Outros aspectos citados são o endividamento (14,7%) e o desemprego (12,8%). “Com tantos consumidores inseguros para gastar, as lojas que apresentarem preços e condições de pagamentos diferenciados vão sair na frente para ganhar a atenção dos brasileiros”, disse.
Segundo a pesquisa, juros elevados e crédito mais restrito devem levar o consumidor a adotar o dinheiro como forma de pagamento neste Natal, com 42,3% das respostas, seguido pelo cartão de crédito parcelado (27,7%), cartão de crédito à vista (13,6%) e cartão de débito (12,1%). Para quem pretender parcelar, a média é de cinco prestações. “Isto significa que quem comprar presentes em novembro ou dezembro, estará com a renda comprometida com prestações a pagar pelo menos até os meses de abril e maio de 2016, respectivamente”, afirmou o educador financeiro José Vignoli.
O levantamento também aponta que os filhos aparecem em primeiro lugar na lista dos que serão mais presenteados, citados por 46,7%, seguidos pelos cônjuges (42,6%), pelas mães (35,0%) e pelos sobrinhos (19,4%). As roupas serão os presentes mais comprados, com 67,2% das respostas, à frente de calçados (37,0%), brinquedos (31,7%) e perfumes e cosméticos (27,7%). Os shoppings centers serão o lugar favorito para as compras, com 50,4%. As lojas de ruas aparecem em segundo lugar, com 30,8%, e as lojas virtuais estão em terceiro, com 30,3%.
Intenção de gasto com presente cai 22% este ano
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Desemprego sobe a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, diz IBGE
28 de março de 2024
Desenrola Brasil é prorrogado; veja como renegociar sua dívida
28 de março de 2024
Alta da renda tira 20 milhões de situação de insegurança alimentar
28 de março de 2024
Manifestação reúne centenas de motoristas
27 de março de 2024
Navegistic Navalshore Amazônia terá quase 100 expositores
27 de março de 2024
O que faz um Pai de Santo? Saiba tudo!
27 de março de 2024