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Insegurança limita expansão do comércio

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A insegurança e a vulnerabilidade à violência dificultam a atividade comercial no Amazonas. Em muitos lugares, os empresários são obrigados a trabalhar em horários diferenciados, fechando mais cedo do que o expediente normal, e outras áreas, como partes da zona Leste, são consideradas zona de risco para a atividade comercial.

No Dia do Comerciante, comemorado nesta segunda-feira (16), empresários varejistas cobram ações mais efetivas para minimizar o risco de assaltos. “Infelizmente a população, os comerciantes e a cidade estão entregues em algumas áreas. Muita gente acaba fechando mais cedo, às 16h, e outros precisam pagar por vigilância”, criticou o presidente da ACA, Ataliba David Antônio.

A questão da segurança pública e da chamada sensação de insegurança fica ainda mais latente em áreas comerciais dos bairros, ou no Centro antigo. “Há relatos de criminosos inibindo os próprios comerciantes, principalmente na zona Leste”, criticou. Esse tipo de situação acaba freando investimentos dos empreendedores em algumas áreas da cidade.

A análise é compartilhada com o presidente da Fecomércio/AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços, Turismo do Amazonas), José Roberto Tadros. “No comércio de Manaus, principalmente no Centro, os clientes desaparecem quando chega 5 da tarde, um real prejuízo ao faturamento e, em consequência disso, aos tributos. O Centro da cidade abandonado, à mercê de ladrões que assaltam lojas, transeuntes, consumidores”, criticou.

Roberto Tadros também questiona a falta de ações que garantam efetivamente a segurança para consumidores, empresários e ao cidadão comum. “Um dos deveres do Estado é a segurança. Então qualquer cidade precisa ter um organismo de segurança que dê aos cidadãos ordeiros, honestos e cumpridores dos seus tributos, a liberdade de ir e vir e de circular na sua cidade”, afirmou.

O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas, Ezra Benzion, avalia que a insegurança impacta na vontade das pessoas de saírem para fazer compras, optando muitas vezes pela aquisição de produtos pela internet. O empresário explica que o sair às compras é uma atividade de lazer que vem sendo restringida a lugares como os shoppings que detêm uma segurança maior. “A questão da segurança é mais um fator até porque sempre houve, não é de agora”, disse.

Expectativa

O presidente da Fecomércio/AM, José Roberto Tadros, avalia que a crise do trabalho, com o desemprego de 14 milhões de trabalhadores economicamente ativos, além da inflação acelerada e da queda do PIB por três períodos consecutivos fazem com que a expectativa de melhoria no ambiente econômico ocorra mais lentamente do que o esperado.

“A expectativa das eleições presidenciais, sobre quem irá suceder o atual presidente, isso tem inibido a aceleração da atividade econômica. Nós temos boas perspectivas, mas poderiam ser melhores se não fosse ano eleitoral”, acrescenta o presidente da Fecomércio/AM.

A opinião é repartida com o presidente da ACA, Ataliba Antônio. O empresário avalia que o comércio do Amazonas sofre ainda mais percalços por conta de particularidades regionais. “O comércio local depende dos elos da cadeia econômica. Se a indústria sofre um baque, nós acabamos muito vulneráveis a isso por conta da queda no consumo” , disse.

Vendas em alta

Apesar dos problemas conjunturais, o desempenho do comércio varejista vem crescendo neste ano. De acordo com o IBGE, a Pesquisa Mensal de Comércio de maio de 2018 no Amazonas mostrou um crescimento de 6% no volume de vendas, se comparado com abril. Se comparado com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 9,3%. Comparando com outras unidades da federação, o Amazonas teve o segundo melhor resultado; atrás apenas de Roraima (11%).

No acumulado do ano, o volume de vendas no comércio varejista do Estado do Amazonas registrou em maio de 2018, crescimento de 8,7%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No agregado dos últimos 12 meses, o volume de vendas no comércio varejista do Estado registrou em maio de 2018, aumento de 9,4%.

Fecomércio lança Comércio Mais

No Dia do Comerciante, toma posse a nova diretoria da Fecomércio com o lançamento do programa “Comércio Mais” que tem como objetivo duas coisas. Primeiro, aproximar o Sistema Fecomércio e sindicato dos comerciante, estimulando a relação entre o capital e o trabalho, porque o trabalhador é consumidor e o empresário é empregador. “Paralelamente a isso, visa também criar alternativas para os sindicatos para que eles supram as perdas em consequência do fim do Imposto Sindical Obrigatório, que era a fonte de renda que mantinha esses sindicatos ativos e voltados a defesa dos interesses dos comerciantes e por via de consequência dando estabilidade ao emprego”, explica o presidente Roberto Tadros.

Por meio do Comércio Mais, além da estreita relação com o consumidor final, o empresário também poderá captar novos clientes, facilitar o consumo nos pontos de venda e oportunizar a fidelização do seu respectivo público. A implementação do Comércio Mais, com o cartão de benefícios da Fecomércio, será por meio de parcerias e convênios com diversos segmentos comerciais e de serviços, entre eles, hospitais, clínicas médicas, odontológicas, de fisioterapia, laboratórios, academias, floriculturas, cursos, materiais de construção, supermercados, restaurantes, além de livrarias, postos de combustíveis, clínicas de estética e beleza, óticas, lavanderias, hotéis.

“Hoje, então, estamos procurando alternativas, usando criatividade, para não só beneficiar o comerciante com baixa e queda das vendas, como também os sindicatos recebendo parte desse nosso programa e projeto criado aqui no Amazonas e, paralelamente a isso, o trabalhador que terá um abatimento nas compras e será beneficiado nesse momento difícil que atravessa a economia”, explica o presidente.

Fred Novaes

É jornalista
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