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Insatisfação geral com políticos move protestos

A maioria dos brasileiros acredita que os protestos que tomaram as ruas do país em junho foram direcionados contra os políticos em geral, mostra pesquisa divulgada ontem pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Questionados contra quem os protestos eram dirigidos, 49,7% escolheram “políticos em geral” como resposta, 21% disseram “sistema político no Brasil” e 15,9% afirmaram ser a presidente da República. Governadores e prefeitos foram selecionados por 5,9% dos entrevistados e deputados e senadores por 2,1%.
“Há uma insatisfação geral contra os políticos, em especial contra os governantes”, diz Clésio Andrade, presidente da CNT, entidade que encomendou a pesquisa ao instituto MDA.
Ele afirma, contudo, que apesar de a presidente Dilma Rousseff ter sido a mais citada, se comparado com os outros políticos, não é possível afirmar que ela foi o principal alvo das manifestações que contaram com aprovação da maioria dos entrevistados.
Segundo o levantamento, 60,7% das pessoas disseram de forma espontânea ter tomado conhecimento sobre as manifestações via Facebook e 38,5% por sites de notícias. Também foram mencionados o aplicativo de celular WhatsApp (3,3%), e-mail (2,5%), Twitter (2,5%), SMS (2,5%), Instagram (1,3%). Outros 20,5% disseram que foi de outra forma, não especificada no levantamento.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 134 municípios de 20 Estados, das cinco regiões, entre os dias 7 e 10 de julho de 2013. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Nesse cenário de insatisfação geral, os entrevistados apontaram o fim da corrupção (40,3%), melhorias na saúde (24,6%) e reforma política (16,5%) como as reivindicações mais importantes das manifestações. Quando questionados sobre o motivo dos protestos, as respostas mais citadas são insatisfação com corrupção, qualidade dos serviços de saúde e com gastos da Copa 2014.
A maioria dos entrevistados também afirmou que as manifestações nas redes sociais e nas ruas podem interferir no resultado das eleições de 2014. “A eleição está em aberto”, afirmou Clésio Andrade.

Nome novo

Para o presidente da CNT, há grandes chances de aparecer um novo nome com chances de capitalizar votos para as eleições presidenciais nesse cenário de insatisfação generalizada.
Por ora, contudo, o único nome sem experiência em eleição política que aparece de forma espontânea entre os eleitores é o de Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) e relator do mensalão. Apesar de dizer que não é candidato, ele foi lembrado por 0,7% dos entrevistados.
“Há uma reação ao político tradicional. Não testaria o nome dele sem autorização, mas Joaquim Barbosa pode ser o nome novo”, disse Clésio Andrade, afirmando que Marina Silva cresceu nas intenções de voto porque ela é “a menos política dos políticos”.
Marina saltou de 12,5% em junho para 20,7% na pesquisa estimulada, divulgada hoje. Cerca de 31,5% dos entrevistados, contudo, afirmaram que não votariam nela de jeito nenhum.
O apoio de eleitores ao nome de Eduardo Campos para presidente da República também cresceu de 3,7% para 7,4%. Aécio Neves, por sua vez, oscilou de 17% para 15,2%, perdendo o segundo lugar nas intenções de votos para Marina Silva.
Na avaliação dos responsáveis pela pesquisa, a presidente Dilma Rousseff, que assistiu em 30 dias a uma queda significativa da própria popularidade, da aprovação do governo e das intenções de voto nela, dificilmente recuperar os índices de aprovação registrados antes do protesto.
Diante do resultado da pesquisa, o presidente da CNT acredita ainda que as redes sociais vão ter peso maior no marketing eleitoral que a televisão, até hoje considerada a principal arma nas campanhas políticas. “É o fim do marketing tradicional”, afirma.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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