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Inovação entre os pequenos ainda enfrenta barreiras

Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, revela que as pequenas empresas do segmento industrial ainda enfrentam desafios quando o assunto é inovação. Nos últimos três anos cerca de 82% das pequenas empresas apostaram nesse processo pelo menos uma vez. O estudo foi direcionado a executivos de 500 indústrias de pequeno porte (de 10 a 49 empregados).

O levantamento considera que apesar dos esforços na busca por inovação em sua maioria, as pequenas empresas caminham a passos lentos nesse quesito. A dificuldade esbarra no planejamento e investimento estrutural.

Roberto Garcia, diretor adjunto da Coordenadoria de Ciência Tecnologia e Inovação da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), diz que no processo de inovação tão importante quanto ter estrutura é ter cultura/ mentalidade/ mindset de inovação e liderança sinalizado “para a organização de que este é o caminho para diferenciação de mercado e de sobrevivência empresarial”. 

Segundo ele,  isto exige esforço contínuo, foco e conhecimento de “o que” tem que ser feito, “como” mobilizar a organização, “quando” as iniciativas devem estar realizadas , “quem” é responsável por cada entrega e monitoramento contínuo do andamento das atividades.

Outros dados relevantes da pesquisa revelam que 68% não possui uma área de inovação e 76% não têm orçamento específico para inovação nem profissionais dedicados exclusivamente a esse fim. Mas para 57% dos executivos, a importância que a empresa dá para a inovação é alta ou muito alta.

O CEO da DriveOn e Btracer, empresas da Osten Group, Expedito Belmont, discorda do resultado da pesquisa, pois com as ferramentas de software e acesso a fundos de investimento (Venture Capital), além de programas como o Inovativa Brasil, editais das fundações de amparo à pesquisa, Finep entre outros, levantar uma estrutura não deveria ser um assunto pois para inovar o principal são pessoas com DNA empreendedor, rede de contatos sólida e muita dedicação ao aprendizado e domínio do nicho a ser aplicada à inovação. 

Para ele, é importante lembrar que não há empresa grande que não seja pequena. “A força motriz da economia é o pequeno e médio negócio. Sou empreendedor e a satisfação de gerar empregos e oportunidades para quem está em fragilidade, para mim, é a maior expressão do responsabilidade social e, enquanto grandes grupos saem do Brasil ou deixam de investir aqui, nós, empreendedores (as) de pequeno e médio porte seguramos o piano e fazemos a roda girar”, considera. 

Ele ressalta que apesar de ainda existir um longo caminho a percorrer no universo de inovação, acredita que é só o Estado não atrapalhar. medir com equidade a carga tributária e remover os marcos legais ineficazes assim como evoluir o equipamento legal para atender a agilidade do pequeno e médio negócio.

Números

Os números mostram ainda que, durante a pandemia, 68% das pequenas indústrias inovaram e tiveram ganhos de lucratividade, produtividade e competitividade. De acordo com a pesquisa, 45% das empresas apontaram que a dificuldade para inovar no período de Covid-19 aumentou, enquanto 19% consideram que a dificuldade para inovar no período diminuiu. Para 36%, ficou igual.

A pesquisa revela também que 45% das pequenas empresas tiveram mais dificuldades em inovar por conta da pandemia. No entanto, para 19% que considerava difícil inovar, o processo melhorou na pandemia. Os executivos consideram as parcerias importantes para inovação em suas empresas. Para eles, os principais parceiros para inovar são: fornecedores (16%), bancos (15%) e outras empresas (11%).

A inovação é considerada essencial por 68% das pequenas empresas que não fizeram inovação nesse período. Pensando num mundo pós pandemia, 80% afirmam que terão que investir em inovação para crescerem ou se manterem no mercado. As regiões Nordeste (93%) e Sul (81%) são as que mais acreditam na inovação para o futuro das empresas.

Considerando os avanços da tecnologia nesse período da pandemia, 78% das empresas avançaram, em algum nível, na adoção de novas tecnologias digitais. Com isso, 49% das empresas ampliaram o volume de vendas durante a pandemia, 47% estão produzindo com mais eficiência e 46% ampliaram o volume de produção. Com isso, é possível perceber como a inovação e adoção de novas tecnologias impactaram positivamente no desempenho das pequenas empresas durante a pandemia.

Os executivos destacaram, ainda, que a relação com o cliente e o marketing são os itens prioritários para o pós-pandemia. Já para os próximos 3 anos, as prioridades serão a ampliação do volume de vendas, a produção com menos custos e mais eficiência, além do aumento do volume de produção.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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