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Injeção de 13º salário da Prefeitura de Manaus deve estimular vendas do comércio

Os comerciantes do Amazonas esperam que o adiantamento da primeira parcela do pagamento do 13º salário da Prefeitura de Manaus ajude o setor a ganhar fôlego, em um momento considerado difícil pelos empresários. O varejo vem de uma lenta retomada, com vendas acima das projeções nos últimos dois meses, por conta do Dia das Mães e do Dia dos Namorados. Mas, amarga os efeitos da pandemia e da cheia recorde nos negócios, sem uma data comemorativa para capitalizar vendas, no curto prazo. 

Anunciada pelo prefeito David Almeida, nesta segunda (21), a antecipação do benefício, vai contemplar mais de 41 mil servidores municipais, incluindo ativos e inativos. A administração municipal calcula que a primeira parcela do 13º totaliza R$ 81,3 milhões de injeção de liquidez na economia manauense, até o final do mês de junho. Somados à folha de pagamento, o montante sobe para R$ 278 milhões. 

Conforme a programação da Prefeitura de Manaus, os recursos serão depositados nos mesmos dias do calendário de pagamento dos servidores municipais. A data inicial está prevista para esta sexta (25), começando pelos servidores inativos e pensionistas. O pagamento dos funcionários da Semed (Secretaria Municipal de Educação) será na segunda (28). Na terça (29), será a vez dos servidores da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) e da Semef (Secretaria Municipal de Finanças e Tecnologia da Informação). Os beneficiários dos demais grupos recebem na quarta (30). 

A injeção de liquidez proporcionada pela Prefeitura de Manaus se soma ao pagamento da segunda parcela dos 13º salários de aposentados e pensionistas do INSS, e do governo do Estado. Só a primeira parcela de ambos os benefícios já havia proporcionado um impulso de R$ 234,76 milhões à economia amazonense, no mês passado. No caso do INSS, foram R$ 180,76 milhões, pagos a 235.597 beneficiados no Amazonas. O poder estadual, por sua vez, injetou mais de R$ 54 milhões, em depósitos destinados a 23.200 segurados.

Iniciativa conjunta

Em vídeo gravado por sua assessoria de imprensa, o presidente da CDL Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayg, destacou que o adiantamento do 13º salário da Prefeitura de Manaus será muito bem vindo pelo setor, em um período tradicionalmente de baixas vendas, e de condições ainda piores neste ano, em razão dos impactos econômicos da pandemia e da cheia recorde no comércio da capital amazonense.

“Vamos ter condições de ter mais um mês de manutenção de empregos e das lojas, mesmo com a situação da enchente, que atrapalha tanto o comércio, principalmente no Centro. Esperamos que, com isso, possamos manter mais um mês [de atividade], para que possamos chegar a agosto, no Dia dos Pais, sobrevivendo nesse período muito difícil. E que circule esse dinheiro e essa mercadoria que vai ser vendida. Esperamos bons resultados”, declarou.  

O presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, também garantiu que o adiantamento do benefício pela prefeitura é sempre bem vindo, assim como as iniciativas semelhantes de outros órgãos e categorias. O dirigente estima que metade dos recursos injetados pelo 13º da administração pública de Manaus irá para o consumo. O restante deve ir para poupança e pagamento de dívidas, em função da maior atratividade das aplicações pela alta da Selic, e do elevado índice de inadimplência dos consumidores do Amazonas.

“A CDL-Manaus, em iniciativa conjunta com a FCDL-AM, já havia pedido ao prefeito David Almeida que avaliasse se seria possível esse adiantamento. Felizmente, ele conseguiu atender ao comércio, nesse momento em que alguns segmentos do centro estão com suas atividades comprometidas pela cheia. Especialmente os que ficam nas proximidades do Porto de Manaus, e que atendem prioritariamente o interior, que estão sendo muito castigado pela enchente”, asseverou.

Festas ‘julinas’

Na mesma linha, o presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, também considera que a antecipação do 13º salário da Prefeitura de Manaus vai dar um empurrão significativo e decisivo ao varejo local que também ficou sem o faturamento dos festivais de festas juninas (e ‘julinas’) que costumam incrementar a economia da capital. O dirigente, inclusive, se mostra mais otimista ao estimar que pelo menos 70% do dinheiro deve ir para o consumo, a despeito da inadimplência e dos juros. 

“Não tivemos festas juninas, em virtude das restrições impostas para conter a pandemia, além das alagações. A turma faz os seus eventos em suas casas. Mas, essa injeção de R$ 81,3 milhões, mais as parcelas de outros benefícios municipais pela cheia vai ajudar a completar o mês e garantir as vendas de julho. Acho que a maior parte vai para as compras mesmo, até porque o pessoal não costuma ter muita disciplina financeira”, avaliou.    

“Folga orçamentária”

Em texto distribuído pela Semcom (Secretaria Municipal de Comunicação Social), o prefeito de Manaus, David Almeida, comemorou a iniciativa. “O servidor municipal, mesmo com todas as limitações impostas pelo período pandêmico, não parou suas atividades. Mantivemos, desde o início da gestão, as secretarias e órgãos em pleno funcionamento, adequadas em regime de teletrabalho, escala e, em alguns casos, atuação diária e permanente. Garantir a antecipação deste benefício é uma das formas de valorizar as pessoas que contribuíram diretamente para a manutenção das atividades desta municipalidade”, ressaltou. 

No mesmo texto, o secretário da Semef, Clécio Freire, destacou que o adiantamento do 13º dos servidores é fruto também do “bom trabalho” que todas as secretarias vêm operacionalizando neste ano. “Graças à economia otimizada e à boa aplicação dos recursos, a prefeitura vem conseguindo ter uma folga orçamentária e financeira no seu caixa, o que permite fazer o pagamento do 13º de forma adiantada, fazendo com que a economia de Manaus cresça especialmente neste momento de crise sanitária e da maior inundação que a nossa cidade vem passando”, encerrou.  

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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