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INFLAÇÃO

Corroído pela inflação e sem o impacto positivo de um reajuste expressivo do salário mínimo, o rendimento médio dos trabalhadores das maiores metrópoles do país registrou em 2013 o menor crescimento desde 2005.
A renda real -já descontada a inflação -subiu 1,8%, abaixo dos 4,1% de 2012, segundo o IBGE. Em 2005, o aumento havia sido de 1,5%.
Apesar do “bom resultado da taxa de desocupação, o crescimento do rendimento médio real habitual já dá sinais de esgotamento”, de acordo com a Rosenberg & Associados.
A perda de ritmo está ligada à elevação da inflação, que fechou o ano passado num patamar mais elevado do que em 2012.
O IPCA, índice oficial de inflação do país, ficou em 5,91% em 2013, superior à taxa de 5,84% de 2012.
Segundo Adriana Araújo, técnica do IBGE, a inflação mais elevada teve “impacto” na evolução do rendimento em 2013, que não cresceu com o mesmo vigor dos anos anteriores.
Outro fator, diz, é que com a desaceleração da oferta de vagas no ano passado a ocupação cresceu apenas 0,7% os trabalhadores perderam “poder de barganha” para negociar reajustes em melhores condições.
A tendência de desaceleração da renda se intensificou no final do ano passado.
De novembro para dezembro, houve queda de 0,7% na renda. Já na comparação com dezembro de 2012, o rendimento cresceu 3,2%.
Para a LCA, porém, a “perda de fôlego” da inflação acumulada em 12 meses a partir de julho de 2013 “contribuiu para estancar o movimento de perda real” dos salários.
Diante do mercado de trabalho enfraquecido e no qual a renda e o emprego cresceram pouco, menos recursos foram injetados na economia.
Tal fenômeno fica claro com o menor crescimento da massa salarial em 2013 de 2,6%.
Apesar da freada em 2013, a renda segue como um dos destaques do mercado de trabalho na última década, com expansão real de 29,3% entre 2003 e 2013, segundo o IBGE.

Desigualdade
Ainda que tenha registrado avanço, o rendimento continua a ser um dos focos da desigualdade do mercado de trabalho das grandes metrópoles. As mulheres, por exemplo, tinham uma remuneração que correspondia a 73,5% da renda dos homens.
Esse percentual era de 70,8% em 2003, ou seja, havia uma diferença ainda maior.
No que tange à cor, a distância era ainda mais marcante. Os pretos e pardos tinham um rendimento que representava apenas 57,4% da remuneração dos brancos. Em 2003, esse percentual era de 48,4%

Emprego
Apesar do fraco crescimento da economia e da moderação do consumo, a taxa de desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país caiu para 5,4% na média de 2013, a menor marca da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego IBGE, iniciada em 2002.
Os dados foram divulgados pelo instituto na manhã de hoje. Em 2012, a taxa média havia sido de 5,5%.
Em dezembro, o indicador ficou em 4,3%, abaixo dos 4,6% registrados em novembro. Em dezembro de 2012, o índice também se situou em 4,6% em ambos os casos, era o mais baixo nível mensal até então. Agora, o menor patamar ficou com a taxa de dezembro do ano passado.
O mercado de trabalho aquecido se contrapõe ao modesto desempenho da economia, cuja expansão não deve atingir 2,5% em 2014. O resultado também se descola do rendimento, que já não cresce no ritmo dos anos anteriores.
Pelos dados do IBGE, a renda subiu 1,8%, em média, em 2014, estimada em R$ 1.929,03. Em 2012, o avanço havia sido maior, de 4,1%. De novembro para dezembro, houve queda de 0,7% na remuneração dos trabalhadores.
A desaceleração é resultado da freada do crédito para o consumo, do menor reajuste do salário mínimo (e a consequente injeção de menos recursos na economia), da confiança reduzida de empresários, além de inflação (que corrói a renda) e juros mais elevados.
Diante disso, a criação de novas vagas perdeu força e cresceu somente 0,7% em 2013, chegando a um contingente de 23,3 milhões de ocupados nas seis regiões. Em 2012, o incremento da ocupação fora de 2,2%. Em dezembro, houve estabilidade.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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