Os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central consideram que aumentou o risco de a inflação sair de um “cenário benigno’’, o que justificaria uma alta nos juros no próximo encontro, segundo a ata da sua última reunião.
Nesta reunião, realizada na semana passada, os membros do Copom resolveram, por cinco votos a três, manter a taxa básica de juros do país em 8,75%.
“O Copom avalia que, diante dos sinais de robustez da demanda doméstica (…) e do comportamento recente das expectativas de inflação, aumentaram os riscos para a concretização de um cenário inflacionário benigno, no qual a inflação seguiria consistente com a trajetória das metas’’, diz a ata.
Houve consenso entre os membros do comitê quanto à necessidade de se implementar um ajuste na taxa básica de juros, prossegue o documento, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia, bem como para reforçar a ancoragem das expectativas de inflação.
Apesar de terem identificado uma alta da inflação além da que gostariam, os membros do Copom decidiram manter a taxa nos 8,75% ao ano. “A maioria dos membros do Copom, tendo em vista as informações disponíveis neste momento, aliado ao fato de que já está em curso o processo de retirada dos estímulos introduzidos durante a crise, entendeu ser mais prudente aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião do Comitê, para então dar início ao ajuste da taxa básica’’, apontou a ata.
Mesmo assim, três membros do Copom consideraram elevar a Selic em 0,5 ponto percentual já nesta reunião.
De acordo com a ata, os principais riscos que os membros do Copom veem para a inflação vem de um eventual avanço do preço das commodities no mercado internacional e dos “efeitos cumulativos e defasados’’ dos benefícios fiscais e de crédito dados pelo governo para impulsionar a demanda interna no auge da crise financeira global.
“O balanço dessas influências sobre a trajetória prospectiva da inflação será fundamental na avaliação das diferentes possibilidades que se apresentam para a política monetária’’, apontou o documento.
Segundo o último boletim semanal Focus, do BC, as instituições financeiras consultadas previram que a Selic será elevada em 0,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano, na próxima reunião do Copom, que se realizará nos dias 27 e 28 de abril. Para o fim do ano, os economistas consultados projetam que a Selic chegará a 11,25% anuais.
Inflação avança e BC considera retomar aumento dos juros, diz ata do Copom
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Seguro de acidentes de volta
24 de abril de 2024
Governo facilita crédito e renegocia dívidas de pequenos negócios
24 de abril de 2024
Entrada de turistas no Brasil foi recorde em março, diz Embratur
24 de abril de 2024
Sistema Fieam apresenta programas para soluções inovadoras nas indústrias do PIM
24 de abril de 2024
Farinha do Uarini, patrimônio do Amazonas
24 de abril de 2024
Amazonas de guarda alta para reforma
24 de abril de 2024