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Indústria nacional cresce pelo segundo mês seguido

Indústria nacional cresce pelo segundo mês seguido

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou recuperação global em seus indicadores de junho na variação mensal, embora os números ainda estejam bem abaixo do patamar de 2019 – especialmente no acumulado. Em que pese os diferenciais regionais, lideranças do PIM avaliam que os números apontam para uma tendência positiva para o setor, mas ressalvam que é cedo demais para cravar que a manufatura está em processo de retomada.

De acordo com o levantamento da CNI, o faturamento real das indústrias em todo o país aumentou 9,3% na comparação com junho. O crescimento não se deu apenas nos resultados das empresas, como também na massa salarial (+8,8%), no rendimento médio real do trabalhador (+8,1%), nas horas trabalhadas na produção (+6,8%) e até mesmo no emprego (+0,2%) – interrompendo uma sequência de quatro quedas consecutivas.

O incremento, no entanto, foi insuficiente para tirar o semestre do vermelho, uma vez que a atividade industrial ainda não se recuperou o tombo de abril, no auge da pandemia, da crise da covid-19 e do isolamento social, quando a demanda desapareceu. Entre janeiro a junho, o faturamento real encolheu 7,1% na comparação com o primeiro semestre de 2019, e a renda média caiu 3,5%. As horas trabalhadas foram 9,1% inferiores, enquanto o emprego caiu 2,4%.

O mesmo pode ser dito do nível de atividade. “A Utilização da Capacidade Instalada aumentou 1,8 ponto percentual em junho,após alta de 3,3 p.p. em maio. Apesar do aumento dos dois últimos meses, a ociosidade segue elevada, já que o indicador encontra-se em 72%, 6,7 p.p. abaixo do patamar registrado em fevereiro, antes da pandemia”, reforçou a CNI, no texto da pesquisa.

No entendimento do gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, os indicadores industriais estão demonstrando mensalmente a evolução de curto prazo da atividade industrial, mais especificamente da indústria de transformação. E, de acordo com o dirigente, os Estados pesquisados respondem por mais de 90% do produto industrial brasileiro.

“A retomada da atividade em maio e junho foi significativa. Mas ainda não temos todos os elementos para afirmar que a indústria seguirá nesse ritmo nos próximos meses. Ainda temos que esperar o resultado de julho para falarmos em tendência. Os dados são positivos para o curto prazo”, reforçou.

Sem surpresa

Mais veemente, o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, disse que os números não trazem novidades, já que os dados mês a mês após abril – que foi o pico da pandemia em Manaus, com 90% das indústrias paradas – e maio – na extensão do período de validade das medidas de distanciamento social e fechamento de lojas – deveriam apontar mesmo para uma melhora. Para o dirigente, contudo, é prematuro fazer comemorações.

“Acredito que isso se dará também em relação a julho e agosto. Mas, isso não quer dizer que estejamos em uma recuperação. Acho que é muito cedo para falar em retomada. Perdemos praticamente um mês inteiro de atividade, no balanço do semestre. O que assusta é o fato de o governo do Estado não ter perdido arrecadação no período, apesar de todo o comércio e a indústria estarem parados. Temos que entender melhor, para ter um posicionamento”, assinalou.  

“Menos ruim”

Já o presidente da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Jose Jorge do Nascimento Junior, reafirma que os números são animadores para o setor, embora estejam abaixo do patamar de 2019 e sinalizem se manter nessa linha, a despeito do aquecimento das vendas e do crescimento gradual no nível de atividade da indústria. O executivo reforça também que é necessário esperar novo números para fazer novas projeções.

“É muito bom, porque nossa expectativa, assim que a pandemia começou, era de números horríveis para o final deste ano. É claro que não devemos chegar nem perto dos números do planejamento que fizemos antes dessa crise. Agora, temos que ver se os números são sustentáveis, ou se o crescimento se sustentou apenas em auxílio emergencial e demanda reprimida durante a quarentena. Muita gente que iria viajar ou tinha outros planos acabou consumindo de outra forma. Temos que esperar os números de julho e agosto para sentir a tendência”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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