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Indústria espera custos menores

Com a desaceleração do ICI (Indicador de Custos Industriais), que registrou 2,2% no primeiro trimestre de 2016 comparado ao último trimestre ao ano anterior, entidades acreditam que, apesar de menor, o índice representa alerta. No último trimestre de 2015 a expansão havia sido de 3,2% em relação ao terceiro trimestre daquele ano. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (21) pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
De acordo com o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) Wilson Périco, os custos industriais continuam subindo, mas em ritmo menor do que comparado a 2015. “Mesmo em ritmo menor o indicador é preocupante dentro de um cenário recessivo”, avalia. Para ele, será positivo para a esfera econômica quando não houver o aumento somados a atividade recessiva.
A desaceleração dos custos no começo de 2016 se deve em grande parte à menor intensidade de crescimento do custo com bens intermediários, que apresentou expansão de 1,1% no trimestre e cresceu abaixo da média dos custos industriais. Os custos de produção, formados por despesas com pessoal, com energia e com bens intermediários, cresceram 1,7% no primeiro trimestre deste ano.
“A desaceleração dos custos com bens intermediários é resultado da queda dos preços dos insumos importados e da redução do ritmo dos aumentos dos insumos nacionais”, afirma a CNI. Os preços de bens intermediários importados recuaram -1,9% e os dos nacionais tiveram alta de 1,7%, no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2015.
O crescimento foi puxado pela alta de 8,7% nos custos com energia, de 5,7% nos custos com capital de giro e de 4,2% no custo tributário. Os números são em comparação com primeiro trimestre contra o quarto trimestre de 2015. Para Périco, o governo precisa de ações para dar folego ao setor. “Não adianta mudar da noite para o dia, é necessário adotar medidas cabíveis para corrigir uma série de outras equivocadas. São ações que devolvam a credibilidade da indústria, resgatando o investidor e dando segurança aos empregados”, comenta.
De acordo com o relatório, o custo com capital de giro apresenta crescimento desde o terceiro trimestre de 2014 e aumentou 5,7% em 2016. As altas persistem, mesmo com a interrupção dos aumentos na taxa básica de juros da economia. “Isso pode ser consequência da crise econômica, na medida em que a situação financeira das empresas se deteriora e aumenta o risco de inadimplência em empréstimos bancários”, analisa a CNI.

Lucro e competitividade

No primeiro trimestre de 2016 a indústria conseguiu repassar a alta para os preços, o que mostra estabilidade na margem de lucro do setor. De acordo com a CNI, no entanto, o resultado prejudica a competitividade brasileira no mercado externo.
Enquanto os custos industriais subiram, o preço dos bens manufaturados importados em reais caiu 2,3% e o preço dos manufaturados nos Estados Unidos permaneceu constante. Dessa forma, o aumento de 2,2% dos custos industriais brasileiros no primeiro trimestre sugere perda de competitividade das exportações industriais brasileiras.
“Não podemos tratar como oportuno a variação cambial porque para atuar no mercado é necessária política de governo. Isso significa investimento em infraestrutura e maior competividade, que não temos hoje”, disse Périco ao destacar, que a balança comercial brasileira exporta e importa matéria-prima. Mesmo com a desaceleração, segundo a CNI, o custo industrial neste primeiro trimestre aumentou 12,3% em relação a igual período do ano anterior.

Indústria do AM apresenta queda

O Amazonas apresentou queda na produção industrial de 13,5% no mês de abril, em relação aos resultados obtidos em março, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A nível nacional, o percentual negativo foi o de maior expressão e o Estado ainda ganhou destaque com a retração de 21,3%, o segundo pior resultado quando comparado a abril de 2015. Na avaliação dos empresários do setor, os números decadentes correspondem ao atual cenário produtivo no PIM (Polo Industrial de Manaus).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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