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Indústria do Amazonas fecha ano com alívio e otimismo

Indústria do Amazonas fecha ano com alívio e otimismo

Realizada na manhã desta quinta (3), a última reunião ordinária do CAS (Conselho de Administração da Suframa) de 2020 foi marcada por um misto de alívio pela capacidade de resistência da Zona Franca de Manaus, em um ano marcado pelas perdas humanas e econômicas impostas pela crise da covid-19 e um otimismo cauteloso para 2021, que ainda sinaliza incertezas e dificuldades. É significativo, contudo, que a 295ª reunião do CAS foi a primeira realizada em modo presencial, desde o começo da pandemia, no Amazonas. 

Além do balanço positivo das realizações das instâncias de governos e órgãos públicos ligados à ZFM e com representantes presentes na reunião, o evento foi marcado ainda pela aprovação, na íntegra de uma pauta que incluiu 14 projetos industriais e de serviços, com previsão de investimentos de R$ 2 bilhões e geração de 1.012 vagas no mercado de trabalho. Na oportunidade, os conselheiros também avaliaram proposições de natureza administrativa, que sinalizam incremento para o setor agropecuário do Estado, com destaque para o Distrito Bioagroindustrial e do DAS (Distrito Agropecuário da Suframa), em mais de 1.005 hectares. 

Com as homologações de ontem, o CAS fechou 2020 com 146 projetos, aportes globais de R$ 6 bilhões e 8.000 empregos, superando 2019 em propostas (144) e injeção de capital (US$ 1.1 bilhão), mas não em postos de trabalho (9.500). “Apesar de todos os desafios gerados pela pandemia, tivemos a aprovação de dois projetos a mais do que no ano passado”, comemorou o titular da Suframa, Algacir Polsin, durante sua fala no evento.

Abertura Algacir Polsin

O superintendente observou que a retomada das reuniões presenciais do CAS, o que permitiu a realização de uma programação de três dias de atividades com os conselheiros, para que estes conhecessem melhor a realidade da região, incluindo o PIM, além das potencialidades em áreas de empreendedorismo, inovação, bioeconomia, agronegócios e turismo, entre outras. 

Também apontou resultados positivos do trabalho desempenhado pela Suframa neste ano, em especial os avanços na revitalização do Distrito Industrial, em parceria com a Prefeitura de Manaus, e as sinergias criadas Sudam, Conselho da Amazônia, Basa, Finep, prefeituras, governos estaduais e entidades de classe, entre outros, que possibilitam a diversificação dos vetores econômicos e maior irradiação de riquezas para toda a Amazônia.

Sobre as metas para o próximo ano, o superintendente ressaltou a transformação do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia) em uma entidade que promova o bionegócio e contribua para a implantação de cadeias produtivas na região, regularização fundiária do DAS (Distrito Agropecuário da Suframa) e na área de expansão do Distrito Industrial de Manaus, apoio ao PIM para evolução em ações de economia circular e da indústria Indústria 4.0, além de iniciativas de desburocratização, entre outras ações.

“Amazônia Verde”

Em sua fala, o titular da Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade) do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, salientou o ritmo de aprovação de investimentos e de geração de empregos, a despeito das dificuldades impostas pela pandemia, e ressaltou, também, o comprometimento do governo federal, ao longo dos últimos dois anos, de reduzir custos e dificuldades para operar e investir na região, o que colaborou para que a ZFM fechasse 2020 em ritmo de crescimento e distante do cenário de perda de empregos, produção e número de empresas visto em períodos anteriores.

Abertura da Sepec

Mencionou ainda a redução em mais de 30% do volume de renúncias fiscais por trabalhador nos projetos aprovados recentemente pelo CAS, mantendo a orientação do governo federal de dedicar e priorizar recursos para iniciativas que gerem mais postos de trabalho na região. Segundo o titular da Sepec, o governo federal quer desenvolver uma “Nova Amazônia Verde”, com aproveitamento progressivo das expertises e vocações produtivas regionais, com a ênfase especial que equipes técnicas do Ministério da Economia buscarão dar para reduzir o Custo Amazônia. 

“Temos de olhar para o que já foi feito, mas também olhar para a frente e ganhar ritmo no que se tem a fazer. Tivemos dois anos de crescimento, mas que esses resultados possam ser ampliados e que sejam muitas décadas de prosperidade pela frente na região, com emprego, renda, saúde e felicidade para todos”, reforçou.

Distrito Bioagroindustrial

Durante o evento, o governador Wilson Lima destacou a aprovação do projeto do Distrito Bioagroindustrial da Amazônia, iniciativa do Executivo estadual, em parceria com o governo federal e a Prefeitura de Rio Preto da Eva. Batizado de Darpe, o projeto visa desenvolver potenciais econômicos da região, em segmentos como pesca; movelaria; biojoias; extratos naturais; óleos vegetais e fitoterápicos; além do cultivo de banana, açaí, laranja, mandioca e outras frutas; criação de suínos, bovinos, aves e peixes.

A expectativa é que, até 2025, pelo menos 50 agroindústrias se instalem no Darpe, gerando cerca de 10 mil empregos diretos e envolvendo mais de 5.000 famílias de agricultores. No entendimento do governador, a iniciativa vai estimular a atividade agroindustrial e a bioeconomia como bases para geração de emprego e renda na Região Metropolitana de Manaus.

“Agora, temos a aprovação de uma etapa importante do Distrito Bioagroindustrial, que também vai fazer parte dessa construção de desenvolvimento de atividades econômicas no corredor da AM-010. O projeto de modernização da rodovia já está avançado na Caixa Econômica Federal. Temos depositados R$ 220 milhões, que é resultado de uma emenda parlamentar. A outra parte será complementada pelo governo do Estado”, declarou.

O governador também destacou a logística fluvial e outras potencialidades de municípios vizinhos. “Temos ainda, em Itacoatiara, um calado que permite a navegabilidade de grandes embarcações e por ali passam parte da soja e outros produtos do Mato Grosso. Em Silves, temos a exploração de gás por parte da Eneva. A partir de abril, já saem os primeiros carregamentos. Em Itapiranga há a possibilidade da exploração do potássio, que já está sendo estudado pela Potássio do Brasil”, listou.

Emprego e desenvolvimento

Também presente na reunião do CAS, o titular da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jório Veiga, ressaltou a importância da aprovação de novos projetos para garantir empregabilidade e desenvolvimento. “Temos dado mais um passo na direção de trazer mais aportes produtivos ao Amazonas, com empresas com investimentos de mais de R$ 1 bilhão, trazendo a nova tecnologia e a utilização de metais preciosos, semipreciosos, metais especiais também, bastante importante para a geração de empregos”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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