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Indústria de velas pode optar por matéria-prima ecológica

Altamente dependente da parafina, as empresas brasileiras de velas estão se reinventando para enfrentar a alta do preço mundial do petróleo, que já beira os US$ 100 o barril. A principal matéria-prima do produto subiu 30% nos últimos cinco anos, segundo dados da Abrafave (Associação Brasileira dos Fabricantes de Velas).

Procurando uma alternativa ao material, muitos pequenos empresários desse segmento des­cobriram as velas ecológicas, feitas a partir de ceras vegetais derivadas de palma, girassol, soja e até arroz. Segundo a entidade, o setor de velas movimenta US$ 360 milhões no país e é formado por centenas de empreendimentos familiares – pelo menos 40% são micro ou pequenas empresas.
“A matéria-prima ecológica é uma tendência”, disse o presidente da Abrafave, Jozarba Cavalcante Rodrigues. Segundo ele, o material está se firmando como uma opção ao uso da parafina, derivada do petróleo e fabricada exclusivamente pela Petrobras. Hoje, 5% das velas produzidas no país usam a matéria-prima vegetal. “O viés é de alta, já que as empresas usam a cera na produção das velas aromáticas e decorativas, que é o segmento que mais cresce”, disse Rodrigues.

Esse é o caso da pequena fabricante Moroabá, de Americana (SP). Há um ano, a empresa adotou a matéria-prima na composição de uma linha de velas decorativas. “Além de um novo mercado, buscamos uma alternativa à parafina, cujo fornecimento está sujeito a muito altos e baixos”, afirmou o gerente-comercial da empresa, Gilmar Sanches. Hoje, 10% das velas produzidas têm o ingrediente ecológico na sua composição. O faturamento também cresceu 10%, enfatizou Sanches.
No Brasil, ainda existem poucos fornecedores da matéria-prima ecológica. Um deles é a Megh Ceras e Emulsões, que começou a vender para o setor de velas há cerca de quatro anos. A companhia abastece 1% do setor, mas espera crescer. “O dia que a parafina começar a dar problemas, esse mercado vai sentir. E nós estamos prontos para recebê-lo”, observou o diretor-técnico da empresa, Ricardo Dittmer. Segundo ele, em 2010 a capacidade de produção de parafina não conseguirá atender ao consumo.

Preocupação mundial

Nos Estados Unidos e Europa, a preocupação com a questão ambiental já abriu oportunidades para os fabricantes de velas ecológicas. Segundo Dittmer, as ceras ecológicas estão presentes em 35% do mercado americano de velas. “Eles são mais conscientes”, disse. Ele acredita que a indústria nacional tem potencial para exportar para esses mercados. Atualmente, pouco mais de 2.000 toneladas, de uma produção total de 75 mil toneladas por ano, são vendidas no exterior.

Para a Petrobras, única fornecedora da parafina nacional, o avanço dos materiais ecológicos não preocupa. “Só assim para fazer frente ao crescimento desse mercado”, avaliou Sidney Gouvêa da gerência de comércio de lubrificantes e parafinas da Petrobras. O setor de velas estima crescimento de 8% a 10% neste ano.

Segundo Gouvêa, a produção do derivado pela estatal está no limite da demanda. A fabricação do material representa apenas 1% do negócio da companhia.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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