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Indústria de reparos navais é nicho para mercado brasileiro

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A indústria de reparos navais é uma fonte de receita pouco explorada por muitos estaleiros brasileiros. É o que demonstra um estudo que será apresentado durante o 20º Copinaval (Congresso Pan-americano de Engenharia Naval, Transporte Marítimo e Engenharia Portuária), que acontece de 22 a 26 de outubro, em São Paulo.

No Brasil, hoje, a oferta de estaleiros voltados à manutenção de embarcações, principalmente as de grande porte, é restrita e os poucos que operam nesse segmento estão atuando praticamente com sua capacidade máxima.
Além disso, a indústria naval nacional passa por um momento peculiar de demanda aquecida, devido ao programa governamental de renovação da frota, que prevê a contratação, junto a estaleiros do país, da construção de 42 embarcações.

“Há, portanto, uma tendência de redução da capacidade de reparos, abrindo espaço para a atuação de novas empresas”, disse o coordenador do estudo, Marcos Mendes de Oliveira Pinto, professor do Departamento de Engenharia Naval da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).

De acordo com o estudo, nos próximos dez anos será necessária a realização de uma média de 137 reparos/ano em navios brasileiros. Para se chegar a essa estimativa, foram consideradas as seguintes hipóteses: todos os navios que operam no Brasil fazem os reparos localmente; os reparos são realizados a cada dois anos e meio; e os navios se aposentam com 30 anos de operação.

Não foram considerados os navios estrangeiros que aportam no país. Já o número de diques secos necessários para a realização dos reparos, no mesmo período, deverá variar entre cinco e seis.

O levantamento mostra, no entanto, que a quantidade de diques disponíveis deverá girar entre três e quatro, metade no número atual e bem menos do que o país necessitará.
Outro parâmetro apontado leva em conta a receita gerada em função dos reparos. Considerando a média de consertos necessária (137/ano) e um valor de referência do custo dos serviços da ordem de US$ 350 mil por reparo, conclui-se que os ganhos potenciais associados a essa atividade, no Brasil, vão variar entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões por ano na próxima década.

Brasil pode perder divisas potenciais

“Se essa oportunidade não for aproveitada, o país certamente perderá divisas potenciais e nossos estaleiros desperdiçarão a chance de operar em uma atividade lucrativa, que representa a porta de entrada para o desenvolvimento da indústria da construção naval”, afirmou o pesquisador. Ele ressaltou que a indústria de reparos navais representa uma fonte importante de receitas para os estaleiros não só no Brasil, mas em todo o mundo.
“Em 2006 esse segmento representou 13% do total arrecadado pela indústria naval mundial”, destacou.

Cingapura pode ser citado como exemplo de desenvolvimento do setor com base nas atividades de reparos. Dados de 2005 mostram que esse segmento representou 51% da receita total do setor naval no país.
O sucesso de Cingapura na atividade de reparos navais é explicado pela excelente localização geográfica do país e pelos incentivos concedidos pelo governo. Hoje, com o know-how advindo dessa atividade, Cingapura expandiu suas atividades navais e passou a oferecer serviços de conversão e construção de embarcações de apoio e de construção e manutenção de plataformas e sondas.

O Copinaval (www.copinaval.com) será realizado de 22 a 26 de outubro, no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Paralelo ao evento, ocorrerá a Marinexpo 2007 –feira que reunirá representantes dos setores mais importantes da indústria marítima e do transporte.

Entre as empresas que já confirmaram presença estão Transpetro, Aliança Navegação/Hamburg Sud Brasil, Aracruz Celulose e Damen Shipyards, além da Marinha do Brasil, da Colômbia, Peru e Chile.

Interessados na compra de espaço durante o evento podem obter mais informações pelo e-mail copinaval @matrizdeeventos.com.br ou (11) 3051-6121.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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