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Indústria de pneus responde por 93% de vagas na pauta do Codam

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A Neotec Indústria e Comércio de Pneus, pertencente ao grupo Levorin, deve gerar 909 postos adicionais de trabalho nos próximos três anos, 438 só no primeiro ano, caso o projeto de atualização da empresa seja aprovado na reunião de hoje do Codam (Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas). O número corresponde a 93,4% das 973 vagas previstas na pauta da reunião. Quanto aos investimentos, a atualização a ser aprovada projeta um montante de R$ 77 milhões a ser aplicado até 2014.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Extração de Borracha do Estado do Amazonas, Orlando Cidade, a iniciativa é muito importante para o parque industrial amazonense. “Tendo em vista o polo de duas rodas que possuímos, uma indústria de pneus já deveria estar instalada aqui há muito tempo”, afirmou.
O governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), também comemorou durante a abertura da Fiam, no último dia 26 “Conseguimos trazer a Levorin para produzir pneus aqui, o que é fantástico uma vez que fechamos um arranjo produtivo, porque gera emprego lá no início quando o trabalhador colhe o látex, depois vai para a Usina em Iranduba e conclui o ciclo produtivo na fábrica”, explicou.
O consultor empresarial Teruaki Yamagishi aposta no beneficiamento da borracha como um segmento em expansão, uma vez que, segundo ele, de acordo com os dados da própria Suframa o faturamento já cresceu mais de 150% até agosto deste ano.
“Ainda temos sérios problemas para enfrentar, sobretudo no que se refere à competitividade do extrativismo, área deixada de lado por muito tempo para priorizar a Zona Franca. No entanto, acredito que com os investimentos e o empenho adequado em dez anos seremos competitivos novamente”, projetou.
Para ele, a Usina de beneficiamento Borracha da Floresta, localizada em Iranduba, a 28 km de Manaus, e a instalação da fábrica de pneus Neotec/Levorin são um sinal de que “o extrativismo como fonte de riqueza para o Estado, ainda é possível”, opinou.

Problemas na fase de extração

Na análise de Orlando Cidade, no entanto, a realidade é outra. “ Trazer borracha bruta de outros Estados para beneficiar aqui custa muito caro, mas acredito que o principal impeditivo seja mesmo o custo da mão de obra e o tempo de coleta. O que um seringueiro demora três meses para extrair, em outros lugares, leva-se apenas uma semana”, exemplificou.
Para ele, o Amazonas perdeu tempo e está muito atrasado em relação a outros polos produtores. “Concordo que a fábrica é um avanço de investimento e geração de empregos, mas não acredito que isso dê ao Estado a possibilidade de voltar a ser um grande produtor de borracha”, ponderou.
Na cerimônia de abertura da Fiam, Omar Aziz admitiu que o Amazonas ainda enfrenta grandes problemas em relação ao processo extrativista. “A nossa produção de borracha é em torno de mil toneladas por ano. Só para essa indústria precisamos de 3 mil toneladas por ano. Mesmo estando subisidado em R$ 1 por quilo, nós não conseguimos essa produção”, lamentou.
O Codam vai avaliar ao todo 22 projetos, sendo 12 de implantação 9 de diversificação e 1 de atualização. Estão estimados R$ 297 milhões em investimentos e geração de 973 empregos nos próximos três anos.
Entre os destaques estão os projetos da Procomp que pretende investir cerca de R$ 11 milhões e gerar 19 postos de trabalho na fabricação de tablets e a CR Zongshen que vai injetar R$ 150 milhões na fabricação de bicicletas elétricas.
A última reunião, realizada em agosto, aprovou 36 projetos industriais que somavam investimentos de R$ 592 milhões e 2.677 empregos no período de até três anos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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