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Indústria de motos adota ações para melhorar a produtividade

A indústria de duas rodas do PIM (Polo Industrial de Manaus) produziu em fevereiro 58.014 motocicletas. A quantidade representa um crescimento de 8,2% em relação a janeiro, que registrou 53.631 unidades fabricadas. Em relação ao mesmo período do ano passado (94.442 motocicletas) o setor registrou uma queda de 38,6%. Os dados foram divulgados, ontem (11), pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Mesmo em meio a limitações impostas pela segunda onda da covid-19, montadoras buscam estratégias para manter produção e atender ao mercado consumidor. 

Queda na produção da Moto Honda foi reflexo da paralisação temporária das atividades
Foto: Divulgação

A queda no volume de produção da Moto Honda, por exemplo, foi reflexo da paralisação temporária das atividades produtivas entre os dias 25 de janeiro e 3 de fevereiro, em virtude dos impactos da covid-19 nas cadeias de suprimento. A situação gerou indisponibilidade de insumos para a produção, do agravamento da pandemia no estado do Amazonas e da necessidade de preservar a saúde e segurança das pessoas. A empresa trabalhou, nos meses de janeiro e fevereiro, na maior parte do tempo, em regime de turnos reduzidos, com volume limitado. 

“Desde março, a atividade produtiva foi retomada em todos os turnos, com isso a montadora terá o volume de produção regularizado. Intensificamos os protocolos de saúde e segurança aplicados na fábrica, que contam com mais de 200 medidas, e reforçamos as orientações aos colaboradores. A covid-19 tem gerado impactos importantes no negócio de motocicletas, desde abril de 2020. Para que a Honda e o segmento de duas rodas possam retornar, efetivamente, à normalidade é fundamental que o país supere a pandemia. As vacinas são hoje os principais fatores que podem contribuir com esse processo”, disse Júlio Koga, vice-presidente industrial. 

Já a Yamaha Motor da Amazônia adotou medidas estratégicas para manter a produtividade e atender ao mercado. Desde o início da pandemia a empresa tem adotado em suas operações os protocolos sugeridos pelas autoridades de saúde para continuar a atender aos seus compromissos de produção e, ao mesmo tempo, garantir a saúde dos colaboradores. 

“Reforçamos por meio de vídeos e comunicados constantes, que os profissionais cuidassem de sua saúde e atuassem no mesmo ritmo de trabalho anterior a pandemia. Assim, com a demanda aquecida no mercado de duas rodas, a Yamaha está retomando o segundo turno de produção, o que vai incrementar significativamente o número de motos fabricadas. O aumento da produção permitirá que a Yamaha atenda à demanda de mercado, sempre com segurança para os colaboradores”, disse o diretor de relações institucionais da empresa Hilário Kobayashi.     

A empresa vive um momento de boas expectativas com o processo de vacinação das pessoas e a possibilidade de voltar aos poucos, a normalidade das atividades das suas linhas de produção. “A Yamaha apóia os esforços dos governos federal, estaduais e municipais em prol da vacinação. Esperamos que este processo avance de forma célere e efetiva para que as economias brasileira e mundial possam voltar à normalidade”, reforçou Kobayashi.

Segundo o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, os números ainda são reflexos da crise sanitária em Manaus causada pela Covid-19. As medidas restritivas de combate a pandemia que diminuíram a quantidade de mão de obra nas linhas de produção e reduziram o tempo de serviço nas fábricas, ainda são os principais empecilhos para aumento da produção. No primeiro bimestre do ano, a entidade registrou a produção de 111.645 motocicletas, o que corresponde a uma retração de 42,7% em relação ao mesmo período de 2020 (194.734 unidades). Apesar do cenário de produtividade reduzida, a Abraciclo vislumbra um mês de março de recuperação.

“Essas medidas impediram que as fábricas mantivessem a curva crescente de produção registrada nos últimos meses de 2020. Acreditamos que, com produção plena a partir de março, conseguiremos recuperar parte dos volumes e, com isso, ter condições de reduzir a fila de espera por motocicletas, que hoje é de cerca de 150 mil unidades”, disse.

De acordo com o presidente, a Abraciclo continua cautelosa com relação ao desempenho do setor e mantém sua expectativa de produzir 1.060.000 motocicletas em  2021. Ele explica, que  atualmente a fila de espera por motocicletas é de cerca de um a dois meses conforme o modelo. “Acreditamos que, com produção plena a partir de março, conseguiremos recuperar parte dos volumes e, com isso, ter condições de reduzi-la gradativamente. Nossa expectativa é que, a partir de março, sem interrupções de produção, possamos recuperar parte das perdas dos últimos meses para, finalmente, equilibrar a relação de oferta e demanda juntamente com o avanço do processo de vacinação”, disse.

Para que as empresas continuem mantendo o ritmo de crescimento da produção nos turnos habituais sem colocar em risco a saúde dos colaboradores, Fermanian destacou que é fundamental que as empresas continuem seguindo os protocolos de saúde de forma rigorosa. “ É importante ressaltar, no entanto, que vamos continuar mantendo os protocolos de segurança recomendados pelas autoridades para garantir a saúde de todos os colaboradores. Isso é prioridade para todas as fabricantes”, disse.

Otimismo

Na análise da economista Denise Kassama, no atual cenário econômico do país, com todo o período de incertezas, qualquer notícia de aumento na produção industrial dos diversos setores, sempre será uma notícia positiva para a economia, principalmente quando se trata do setor de duas rodas que emprega mão de obra em toda sua cadeia produtiva.

“As grandes empresas do PIM não só geram bastante empregos, como também demandam muitos insumos fabricados aqui  formando uma grande cadeia de fornecedores que geram mão de obra em suas respectivas fábricas. Eu vejo com bastante naturalidade esse aumento de produção em fevereiro e sua evolução desde o ano passado. O setor foi o que apresentou menor percentual de queda”, explicou.

Vendas no varejo

Os emplacamentos em fevereiro totalizaram 57.384 unidades. O volume é 33,1% menor que o registrado no mês anterior (85.798 motocicletas) e 28,1% inferior às 79.812 motocicletas emplacadas em fevereiro de 2020. “O impacto sofrido na produção afeta toda a cadeia. Ainda temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender. A procura por motocicletas segue em alta, mas é preciso equilibrar a relação de oferta e demanda”, destacu  Marcos Fermanian.

A categoria mais emplacada em fevereiro foi a Street com 27.598 unidades e 48,1% de participação no mercado. Em segundo lugar, ficou a Trail (11.248 unidades e 19,6% do mercado), seguida pela Motoneta (7.544 unidades e 13,1%). 

No bimestre foram 143.182 motocicletas licenciadas contra 171.476 no mesmo período de 2020, queda de 16,5%. As três categorias que registraram o maior volume de emplacamentos foram: Street (69.336 unidades e 48,4% de participação no mercado), Trail (27.815 unidades e 19,4%) e Motoneta (20.089 e 14%).

A média diária de vendas em fevereiro, que teve 20 dias úteis foi de 2.869 motocicletas. De acordo com levantamento da Abraciclo, foi o pior resultado para o mês desde 2003, que teve 3.390 emplacadas. Na comparação com janeiro, que teve o mesmo número de dias úteis, houve retração de 33,1% (4.290 unidades licenciadas/dia). Em relação a fevereiro do ano passado, que teve 18 dias úteis, a queda foi de 35,3% (4.434 motocicletas emplacadas/dia).

Exportações

Em fevereiro, as exportações de motocicletas totalizaram 2.926 unidades, o que representa queda de 25,1% na comparação com o mês anterior (3.904 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram exportadas 2.394 unidades, houve alta de 22,2%.

De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês,os três principais destinos foram: Estados Unidos (1.628 unidades e 44,2% do volume total exportado), Argentina (762 unidades e 20,7% das exportações) e Canadá (450 unidades e 12,2%). 

No primeiro bimestre, foram exportadas 6.830 motocicletas, o que representa aumento de 66,8% na comparação com o mesmo período do ano passado (4.095 unidades). Os países que mais receberam motocicletas produzidas no Polo de Manaus foram: Estados Unidos (2.826 unidades e 36,6% do total exportado), Argentina (2.466 unidades e 31,9%) e Colômbia (694 unidades e 9%).

Antonio Parente

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