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Indústria da borracha vende, produz e emprega mais

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A indústria local de beneficiamento da borracha fechou 2009 com faturamento recorde na série histórica dos últimos cinco anos ao obter US$ 3.93 milhões ou 130,01% a mais que o observado no acumulado de 2008 (US$ 1.71 milhões). Em termos de volume da produção, o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Extração e Beneficiamento da Borracha do Estado do Amazonas, Ronaldo Gall, garantiu que do Estado partiram cerca de 940 toneladas em 2009.

A criação de empregos e a renda gerada com o beneficiamento e venda da borracha também foi recorde assegurado pela indústria em 2009, segundo Gall. O aumento de 15% na demanda industrial juntamente com remunerações que variam entre R$ 1.400 e R$ 2.800 fez o setor oferecer 620 novos postos de trabalho ao longo de todo o ano passado. “Havia uma demanda reprimida de pelo menos 230 toneladas em virtude do baixo número de trabalhadores. Somente nos últimos quatro meses, o setor de beneficiamento conseguiu em parte atender os pedidos do mercado interno”, revelou.

Gall afirmou ainda que os principais suportes do insumo para a indústria se localizam em Novo Aripuanã (a 228 km de Manaus, em linha reta) e Manicoré (a 333 km), onde cerca de dez famílias cuidam de 3 mil pés de seringueiras. O empresário garante que cada família recebeu em média R$ 3.000 pela produção do látex. “Mas ainda temos demanda a ser atendida e o volume produzido pelos heivicultores não chega sequer ao total de pedidos sugerido pela indústria local. Por isso, vamos solicitar ao governador mais apoio ou incentivos e às agência de fomento aumento no prazo de pagamento do financiamento”, comentou.

Instabilidade econômica

Para o gerente industrial da Yasufuku Polímeros do Brasil, Milton Horikoshi, o principal problema enfrentado pelo setor em 2009 foi o impacto que a instabilidade econômica ocasionou sobre o plano de demanda crescente. O executivo revelou que, para atender a demanda do polo industrial, as indústrias adquiriram insumos que resultaram em acúmulo de estoque. “Fomos felizes em não ter efetivado os investimentos que estavam planejados, tivemos tempo hábil para cancelar. Mas sofremos uma redução de 30% em comparação ao planejado no ano anterior”, asseverou.

De acordo com o diretor-presidente da ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável), Valdelino Cavalcante, os programas dos governos federal e estadual têm proporcionado uma valorização da borracha através dos programas de subvenção que são coordenados no Estado pela ADS e pela Conab, podendo o preço chegar a R$ 4,20 o quilo. “Isso tem estimulado os seringueiros a retornar para atividade, ou seja, a retornar aos seringais abandonados pela falta de incentivos com a queda do preço de mercado”, explicou.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Cavalcante considerou ainda que a vinda de uma empresa de processamento de borracha para Iranduba viabilizará todo o processo de comercialização da produção que deve atingir 500 toneladas por mês, acelerando o mercado consumidor e assegurando um preço justo ao produtor. “Esta empresa também estimulará outras do segmento de pneus e artefatos de borracha para Manaus, pois produzirá a base para estes produtos, como a NeoTec, unidade fabril do grupo Levorin Pneus, em construção na AM-010 (Manaus/Itacoatiara), gerando 600 postos de trabalho com capacidade para absorver em torno de 300 toneladas/mês de borracha na fabricação de pneus de motocicleta e bicicleta em Manaus”, disse em nota.

Produtores asiáticos

A estimativa do governo é que o Estado produza e beneficie este ano 1.200 toneladas de borracha, obtendo algo em torno de US$ 5.62 milhões (cotação da moeda em janeiro).
Dados do Ministério da Agricultura informam que o consumo do país é de 370 mil toneladas de borracha, mas o Brasil importa dois terços do látex que consome. Os maiores produtores são os países do Sudeste Asiático –Tailândia, Indonésia e Malásia. Até 1920, o Brasil era o maior produtor de borracha do mundo. Eram produzidas, em média, 45 mil toneladas de modo extrativista.

Houve um retorno da produtividade em 1970 com o desenvolvimento de técnicas e o incentivo do Governo Federal por meio do Probor (Programa de Incentivo à Produção de Borracha), que chegou a ter três edições durante o processo de implantação em todo o país.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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