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Indústria critica alta nos juros

O aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, anunciado ontem pelo Banco Central, foi criticado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que vê na medida prejuízos para o setor, como afirmou o responsável pela área econômica da entidade, Flávio Castelo Branco.
“Qualquer aumento da taxa de juros é sempre ‘mal-vindo’ para a indústria, pois implica em aumento de custos e redução de compras pelo consumidor. A questão agora é saber quanto vai durar este ciclo, pois não acredito que esse aumento será o único a ser feito pelo Banco Central”, disse Castelo Branco.
O economista considerou que o governo deveria adotar medidas para reduzir a expansão fiscal –aumento dos gastos públicos –principalmente com pessoal, em lugar de aumentar a taxa de juros.
Segundo Castelo Branco, o principal prejudicado quando os juros sobem é a indústria, enquanto o setor de serviços se beneficia da medida, que atrai investimentos estrangeiros e provoca aumento da concorrência com o parque industrial brasileiro, que já sofre com esse problema há muito tempo.
Para Castelo Branco, se o ciclo de alta dos juros se prolongar, deverá trazer impacto para o setor de serviços e refletir também na valorização do câmbio, “reduzindo ainda mais a competitividade do setor industrial”.
A elevação da Selic para os industriais é a opção de controlar inflação com maiores danos à produção. Na avaliação da entidade de empresários, a combinação de “aumento de gastos com elevação dos juros gera o pior cenário para a economia, que é o de inflação alta e crescimento mínimo”.
Os empresários reconhecem a importância de medidas do governo para evitar a alta dos preços, mas destacam que o setor tem registrado desempenho abaixo do esperado, dando continuidade à situação negativa do fim de 2012. Os empresários acreditam que o novo ciclo de alta dos juros irá afetar a confiança do empresário e comprometer os investimentos, cuja elevação considera essencial para reativar a economia.

‘Mal das pernas’

A pesquisa Sondagem Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), divulgada ontem, indica que a produção industrial do país cresceu em março, em comparação ao mês anterior, atingindo 52,9 pontos contra 46,1 pontos em fevereiro. Mas o índice foi o menor para o mês de março, desde o início da série mensal, em 2010. Os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100 e, abaixo de 50, indicam variação negativa. Economistas da entidade dão entrevista neste momento para detalhar o resultado.

Reajuste é um “mal necessário”, justifica diretor da Anefac

O aumento da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 7,5% ao ano era um mal necessário, na avaliação do diretor executivo e coordenador de estudos econômicos da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
“Sempre fui crítico do aumento de juros. Mas, neste momento, não fazer nada seria o pior dos mundos”, disse. Segundo avaliação do diretor da Anefac, caso nenhuma medida fosse adotada, a expectativa de inflação para o futuro iria continuar, o que levaria a reajustes de preços no presente. Ele acrescentou que a decisão do Copom sinaliza ao mercado a necessidade de parar com o reajuste de preços.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), escolhido pelo governo para o sistema de metas de inflação, vem subindo desde julho do ano passado. Em março, o índice acumulado em 12 meses chegou a 6,59% e ultrapassou o teto da meta de inflação do governo, que é 6,5%. Cabe ao BC fazer com que a inflação fique dentro da meta, no fechamento do ano. A meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional é 4,5% (centro da meta), com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Já a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) destacam, em comunicado, que a decisão de elevar a taxa poderia ter sido postergada para o próximo mês, “caso o governo adotasse medidas de austeridade para reduzir os gastos públicos”. Para a CNDL, o aumento dos juros tem efeitos colaterais amargos, pois reduz o consumo, o investimento, que passa a ficar mais caro, e piora a situação dos endividados.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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