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Indicadores de riscos de crise permanecem elevados

O Relatório sobre a estabilidade financeira global, divulgado recentemente pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), afirma que, a despeito das iniciativas dos bancos centrais em fornecer liquidez aos mercados, os indicadores de riscos de crise sistêmica permanecem elevados. As taxas de juros interbancárias e os custos de captação das instituições financeiras permanecem altos tanto nos Estados Unidos como na Europa, em razão das incertezas sobre a magnitude das perdas a serem contabilizadas e sobre a rentabilidade futura.
A contínua queda nos preços dos imóveis e a desaceleração da atividade econômica estão contribuindo para a ampliação da inadimplência e para a piora generalizada da qualidade das principais modalidades de crédito bancário nos Estados Unidos.
De acordo com o Fundo, além de aumentar as preocupações com prováveis perdas futuras de alguns dos grandes bancos comerciais, essa situação deverá se traduzir em maior contração do crédito, conduzindo, assim, a um maior arrefecimento da economia norte-americana, bem como da área do euro.
Embora os bancos americanos e europeus tenham reduzido o grau de alavancagem e fortalecido o capital, os recursos novos obtidos cobrem apenas dois terços das perdas já contabilizadas desde o início da crise, que totalizam quase US$ 500 bilhões. As dúvidas quanto à solidez e rentabilidade das instituições financeiras devem dificultar a obtenção de capital adicional, aumentando a probabilidade de interação negativa entre o ajustamento do sistema bancário e da atividade econômica.

Mercados imobiliários

Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, notadamente, Reino Unido, Irlanda e Espanha, os mercados imobiliários seguem em retração, o que sugere futuros problemas com empréstimos bancários concedidos nos segmentos residencial, construção civil e propriedades comerciais. Nos Estados Unidos, em particular, a contínua queda nos preços dos imóveis e a desaceleração da atividade econômica estão contribuindo para a ampliação da inadimplência e para a piora generalizada da qualidade das principais modalidades de crédito bancário, tais como: crédito comercial, crédito ao consumo, cartão de crédito, crédito imobiliário residencial e comercial.
Nos Estados Unidos, a taxa de crescimento do endividamento do setor privado caiu a 5,2% no primeiro trimestre de 2008, nível inferior ao verificado na recessão de 2001.

Países emergentes

O FMI adverte ainda que, embora os países emergentes estejam apresentando relativa resistência ante as turbulências financeiras globais, aqueles com déficit em transações correntes equivalentes ou superiores a 5% do PIB estão sofrendo com a deterioração das condições de financiamento externo, expressas em elevados prêmios de risco. Igualmente, os mercados acionários desses países estão registrando pior desempenho em comparação com os dos países com menor desequilíbrio nas contas externas.
Segundo o Fundo, há, igualmente, sinais claros de que os mercados emergentes estão sob maior escrutínio dos investidores, sobretudo, em relação às suas políticas de controle das pressões inflacionárias. Os mercados asiáticos concentram a saída de investidores estrangeiros em função da inflação mais elevada e de maior risco de desaceleração.
Nesse cenário de fragilidade dos mercados e inflação ascendente, os formuladores de política enfrentam dificuldade crescente para realizar escolhas entre inflação, crescimento e estabilidade financeira. Sobretudo, nos países de economia madura, as margens de manobra dos bancos centrais estão mais reduzidas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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