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Incentivos financeiros são necessários para fixar pessoal de nível superior

A formação e a fixação de recursos humanos qualificados para pesquisa científica são desafios imediatos para qualquer tentativa de buscar modelos de desenvolvimento sustentáveis para a região amazônica e a situação atual é marcada por pequena quantidade de doutores atuando na região (tanto em absoluto quanto per capita), investimentos em C&T menores do que nas demais regiões, dificuldades em preencher vagas de concursos públicos em que o doutorado é requisito e fuga de pesquisadores para outros Estados.
O cenário foi traçado nesta segunda-feira, dia 13, na Reunião Anual da SBPC, em mesa-redonda para discutir a revisão do documento “Amazônia: desafio brasileiro do século 21”, elaborado pela ABC (Academia Brasileira de Ciências). Coordenada pelo presidente da ABC, Jacob Palis, a mesa debateu sugestões para melhorar o quadro e tornar palpável uma série de recomendações para elaboração de políticas públicas.
Segundo Palis, a revisão se impõe por dois motivos. Em primeiro lugar, algumas coisas mudaram desde o lançamento do documento, em 2008. Os salários de professores e pesquisadores foram reajustados e foi criada a Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) a criação de novas instituições de ensino superior e institutos de pesquisa estava proposta no documento.
O segundo motivo é a proximidade com o ano eleitoral de 2010. O presidente da ABC pretende receber sugestões de melhorias ao estudo no decorrer deste segundo semestre e início de 2010, com o objetivo de contribuir no debate sobre programas de governos que será colocado no próximo ano.

Remuneração diferenciada

Palis defende remuneração diferenciada para os doutores atuantes em regiões ainda carentes de recursos humanos qualificados, sugestão já inserida no documento de 2008. Colocar o incentivo financeiro em prática, vencendo eventuais resistências, é o desafio. “O país terá que encarar esse problema”, disse o presidente da ABC.
As discussões na mesa-redonda foram guiadas por levantamento preliminar de dados feito pela pesquisadora Flávia Costa, do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), em parceria com demais jovens membros da ABC atuantes na região Norte. Os números colhidos junto ao CNPq, às FAPs da região, às universidades e aos institutos de pesquisa demonstram as desigualdades regionais e até mesmo dentro da região Norte, Amazonas e Pará estão em estágio mais avançado em relação aos demais Estados.
Palis afirmou que o sistema universitário centralizado nacionalmente (sem diferenciação regional da remuneração, por exemplo) tem inspiração francesa e não funciona diante das desigualdades regionais do Brasil. Uma mudança radical no sistema, porém, sofrerá muita resistência.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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