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Incentivo fiscal puxa inovação tecnológica no PIM

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A Brasfanta Indústria e Comércio da Amazônia foi uma das 16 empresas do PIM que tiveram projetos aprovados pela Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) com benefícios de 75% do IR (Imposto de Renda). Há oito meses em Manaus, a empresa produz concentrados para bebidas não-alcoólicas –sucos e chás.
Outro projeto que a empresa está buscando desenvolver no PIM (Polo Industrial de Manaus) é de sucos feitos a partir de matéria-prima regional, principalmente o açaí. O diretor-residente da empresa, Alexandre Reys, informou que a empresa já iniciou a fabricação de sucos de açaí em pó e projeta trabalhar também a polpa do produto, que é oriundo do município de Codajás.
Segundo Reys, a intenção da empresa é fazer a mistura do açaí com outros concentrados, cujo sabor dependerá do gosto do cliente. “O concentrado a base do açaí é um mercado novo que a gente está explorando e que está tendo boa aceitação no país”, disse, informando que atualmente a Brasfanta atende a demanda da UOL, empresa do ramo de alimentos, especializada em chás e sucos, situada em São Paulo. “Nosso objetivo é atender novos clientes futuramente”, completou.
Sediada desde novembro do ano passado no Distrito Industrial a fabricante de concentrados para bebidas não-alcoólicas está gerando nove empregos diretos. Com o incentivo da Sudam, Reys disse que o foco da empresa é continuar seguindo as metas de produção, que é atender a demanda da UOL e futuramente de novos clientes.
Segundo ele, o incentivo da Sudam é positivo porque hoje a carga tributária no país é grande e com a redução de 75% do Imposto de Renda a empresa vai poder ter maior competitividade. “É uma grande ajuda para as empresas”, avaliou Alexandre Reys, ressaltando que a área de alimentos não sofreu muita queda com a crise financeira global.

Outros projetos

O projeto da Brasfanta Indústria e Comércio da Amazônia foi um dos quatro projetos aprovados –que somam sete produtos– pela Sudam e que foram acompanhados pela Projec (Projetos e Consultoria). Os demais projetos foram da Reflect Indústria e Comércio, da Rexam Amazônia e da Panasonic da Amazônia.
O diretor da Projec, Raimundo Lopes, informou que o projeto da Reflect Indústria e Comércio, fabricante de retrovisores para motocicletas e veículos automotores, é para fabricar espelhos retrovisores eletrônicos, sofisticados, utilizado por carros top de linha. Além disso, a empresa teve aprovado outro projeto para fabricação de calotas extra-convexas para espelhos retrovisores de caminhões. “A ZFM (Zona Franca de Manaus) entrou na competição na fabricação de componentes para veículos de quatro rodas”, informou Lopes.
A Rexam Amazônia aprovou projeto de ampliação para fabricação das tampas de latas de alumínio, utilizadas para engarrafar cervejas e refrigerantes. Raimundo Lopes informou que hoje 100% das tampas de lata de alumínio para atender o mercado brasileiro são fabricadas na ZFM. “A Rexan está ampliando seu projeto e grande parte é em decorrência do investimento do IR que ela deixou de pagar ao governo por isso está crescendo bastante, apesar da crise”, assegurou.
A quarta empresa acompanhada pela Projec é a Panasonic da Amazônia que teve projeto aprovado pela Sudam para fabricação de televisores de LCD (cristal líquido) e plasma. “Há bastante tempo no PIM, a empresa está diversificando uma nova linha de produção”, informou Lopes.

Burocracia está menor, avalia economista

Na avaliação de Raimundo Lopes, mesmo diante do quadro de crise a ZFM tem demonstrado ser uma instituição de sucesso, porque assumiu um papel importante na renovação tecnológica do país. Ele apontou que se não fosse o modelo, essa produção toda que aí está seria atendida via importação, o que significa que ao invés de criar empregos na região estaria criando nos Tigres Asiáticos, por exemplo. “A ZFM se ressentiu da crise econômica sim –até porque reflete o que acontece no país–, no entanto, alguns segmentos mantiveram o pique de crescimento e isso segurou a manutenção do próprio modelo”, garantiu, lembrando que mesmo os segmentos que encolheram estão voltando a crescer.
Na opinião do consultor, a renovação tecnológica que está havendo no segmento de televisão elevou a produção de TVS de LCD e plasma, cujas vendas estão crescendo gradativamente. O mesmo acontecendo com o segmento de set-top box para TV a cabo e via satélite (Sky) está de vento em popa. “Indicadores de junho apontam alta de 18%”, informou, lembrando que quem fornece esse produto para o país é a ZFM.
O que falta deslanchar, segundo o economista, é o set-top box para a TV digital. Ele explicou que o novo sistema ainda está sendo implantado através de um cronograma pré-estabelecido pelo governo federal, que atingiu apenas alguns Estados brasileiros. “Diferente da TV a cabo e via satélite, que já implantaram o sistema digital”, disse.

Como funciona

A Projec foi responsável pelo laudo de quatro empresas, que envolvem cerca de sete produtos. A Sudam concede o benefício da redução do IR por produto. É um incentivo importante porque permite a empresa reinvestir o valor de 75% que ela pagaria para o governo poderá reinvestir na produção. Na verdade, essa redução do IR que governo concede não é para ser distribuído, mas ser reinvestido na própria empresa. Com isso, então as empresas recebem um incentivo especial para aumento de produção, para melhoramento da qualidade de produtos.
Ele ressaltou que o trabalho feito pelo superintendente da Sudam, Djalma Mello, conseguiu abrir essas concessões, que estavam emperradas e hoje nos que acompanhamos de perto a tramitação desses projetos, verificamos que praticamente não existe pendência.
Essas empresas que receberam o laudo constitutivo da redução do IR foram vistoriadas no mês passado e hoje já está sendo conccedido o incentivo fiscal.

Componentes para motos

A Keinhin Tecnologia do Brasil teve três laudos aprovados pela Sudam, que foram acompanhados pela Assis Mourão Consultoria Econômica. O diretor técnico da empresa, economista Assis Mourão, informou que o projeto da empresa, fabricante de componentes para motocicletas da Moto Honda, fabrica vários tipos de componentes, principalmente na área de ignição total flex-economizadora de combustível, automática entre gasolina e álcool, com a vantagem de reduzir em 30% o nível de poluição.
Mourão avaliou que a entrada de Djalma Mello na superintendência da Sudam propiciou uma redução na burocracia, cujos projetos têm sido sistematicamente aprovados. “Quando ele assumiu o órgão tinham mais de 500 projetos encalhados e hoje está fluindo rapidamente”, avaliou, lembrando que os 32 projetos aprovados agora já são de 2009. “Já houveram duas vistorias técnicas neste ano, uma em fevereiro e outra em junho”, completou.
Segundo Mourão, atualmente o projeto entra na Sudam, onde é feita uma vistoria imediata e se a empresa está com toda a documentação em ordem e a linha de produção está em funcionamento, o laudo sai no mês seguinte após a vistoria técnica.
A fabricante de motocicletas e motonetas Dafra da Amazônia Indústria e Comércio de Motocicletas teve um projeto aprovado composto de três produtos. O consultor da Objetiva Consultoria, Herlon Paes, que acompanhou os projetos, informou que o primeiro é para motocicletas acima de 100 cilindradas até 150; outro de motonetas de 100 cilindradas a 450 e o terceiro para motocicletas de 250 cilindradas a 400.

Centro de pesquisa

De acordo com Herlon Paes, o lucro da exploração da produção desses três produtos vai ser utilizado para a empresa elaborar um centro de pesquisa e desenvolvimento. Como se trata de um projeto de implantação –mesmo a fábrica já tendo sido implantada há mais de um ano em Manaus– ele disse que deverão ser gerados 700 postos de trabalho.
Herlon Paes lembrou que o beneficio concedido de 75% do IR é dado para que as empresas transformem isso em benefício para a população por meio da geração de emprego e na modernização da planta fabril.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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