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Importações equilibram balança comercial do Amazonas

Puxada pelas importações, a balança comercial do Amazonas emendou a terceira variação mensal positiva seguida, na virada do ano. Em sintonia com as restrições do lockdown na indústria, o desempenho das aquisições do Estado no estrangeiro, no entanto, ficou devendo no confronto com o registro de janeiro do ano passado. As vendas externas foram na direção contrária e seguiram impulsionadas pelos manufaturados do PIM. É o que revelam os dados mais recentes do portal Comex Stat, disponibilizados nesta quinta (4).

Em janeiro, as vendas externas do Externo totalizaram US$ 64.74 milhões e foram 6,38% piores do que as do mês anterior (US$ 69.15 milhões), embora tenham ficado 11,03% acima do registro de exatos 12 meses atrás (US$ 58.31 milhões). Em paralelo, as importações do Amazonas contabilizaram US$ 934.57 milhões no mês passado, correspondendo a um acréscimo de 10,69% frente a dezembro de 2020 (US$ 844.28 milhões). O confronto com janeiro do mesmo ano (US$ 950.23 milhões), por outro lado, foi negativo em 1,65%. 

As vendas externas seguiram impulsionadas pelos manufaturados do PIM
Foto: Divulgação

As importações do Amazonas foram encabeçadas por circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 159.35 milhões), partes e peças para televisores e decodificadores (US$ 134.03 milhões), platina (US$ 79.61 milhões), celulares (US$ 49.29 milhões) e polímeros de etileno (US$ 34.93 milhões). Apenas os celulares apresentaram números piores do que os de janeiro de 2020. 

A China (US$ 398.93 milhões) voltou a liderar a lista de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com queda de 4,65% frente janeiro de 2020 (US$ 418.39 milhões). Os Estados Unidos (US$ 88.88 milhões) ficaram em segundo lugar, sendo seguidos por Coreia do Sul (US$ 58.13 milhões), Taiwan (US$ 51.09 milhões) e Vietnã (US$ 50.67 milhões), entre outros. Apenas Taiwan conseguiu avançar na mesma comparação.

Preparações alimentícias/concentrados (US$ 12.50 milhões) encabeçaram a lista de exportações do Estado, com elevação de 33,98% sobre o desempenho de janeiro de 2020 (R$ 9.33 milhões). Motocicletas (R$ 9.69 milhões) despontaram na segunda posição – adquiridos exclusivamente pela Argentina. Foram seguidos por aparelhos de TV (R$ 8.40 milhões), óleo de soja (R$ 3.88 milhões) e “grupos electrogéneos e conversores rotativos, elétricos” (US$ 3.34 milhões). O único recuo apresentado entre estes quatro veio de óleo de soja.

A Venezuela (US$ 12.60 milhões) renovou a liderança na lista de destinos das vendas externas amazonenses, embora tenha recuado 6,04% sobre dezembro de 2020 (US$ 13.41 milhões). A Argentina (US$ 11.01 milhões) seguiu na segunda colocação, sendo acompanhada por Colômbia (US$ 8.70 milhões), Bolívia (US$ 6,67 milhões) e Estados Unidos (US$ 5.68 milhões) – sendo que todos aumentaram o volume de compras na mesma comparação.

“Mês atípico”

O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, explica que dezembro é um mês atípico para o comércio exterior do Estado, já que a atividade se restringe à primeira quinzena, o que explicaria a retração mensal apresentada nas vendas externas de janeiro de 2021. No tocante aos produtos e países do ranking de exportações, o dirigente avalia que não houve novidades.

“Em contrapartida, há um acréscimo em 12 meses. Mas, os números estão dentro da normalidade e dentro das negociações que vão sendo feitas. A Venezuela ainda é nosso maior comprador, mas apenas de gêneros alimentícios e material de limpeza, higiene e saúde, nenhum deles produzido por aqui. A Argentina vem melhorando suas negociações com a Zona Franca, especialmente nas motocicletas. Outro grande comprador do produto é a Colômbia, que também adquire concentrados. Os demais países da América do Sul, como a Bolívia, também vem se destacando”, comentou.

No entendimento do gerente executivo do CIN, as importações também tiveram comportamento dentro do esperado. “A China como maior fornecedor de peças e componentes para o Polo Industrial ainda desponta no primeiro lugar do ranking. A partir do início do ano, já começam a chegar os pedidos feitas pelas indústrias no final de 2020. A tendência é que esses componentes venham chegando em maior volume no primeiro trimestre e 2021”, estimou. 

Indagado sobre suas expectativas para a balança comercial do Amazonas em ano de vacinação, segunda onda, oscilações cambiais e começo de governo Biden, Marcelo Lima não prevê muitas alterações para 2021, “nem para mais, nem para menos”, e avalia que o programa de vacinação deve gerar uma retomada da economia, com consequente reposicionamento do comércio exterior no mesmo nível dos anos anteriores. 

“Acredito que no caso específico do Amazonas, deve se manter no mesmo patamar. O ideal é que se conseguisse a abertura de novos mercados, aí poderíamos ir além do crescimento vegetativo. E há também outro aspecto com relação à política do novo presidente dos Estados Unidos. Desconheço quais as ações e medidas que ele tomará com relação ao comércio exterior com o Brasil, e se deve manter o mesmo nível de negociações. De resto, acredito que não vai haver solução de continuidade”, arrematou.  

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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