A recusa do governo de Taiwan em aceitar uma juíza chinesa para integrar o órgão de solução de disputas da OMC (Organização Mundial do Comércio) vem paralisando a resolução de conflitos comerciais entre os membros da organização, o que poderia culminar em uma crise, segundo representantes comerciais de países-membros da entidade.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Associated Press, o impasse vem causando irritação entre membros do governo chinês e de outros países, devido à demora que isso provoca na solução de questões como a das restrições impostas pela China à venda de filmes, músicas e livros americanos.
O governo de Taiwan rejeitou os apelos feitos por representantes de outros países-membros da OMC para diminuir suas objeções à aceitação de um juiz chinês para resolver disputas. A solução do impasse se tornou um “desafio muito grave para um sistema que é um marco central da organização”, disse o embaixador da Austrália, Bruce Gosper, que preside o Órgão de Solução de Disputas da OMC. “Se essa situação persistir mais, teremos uma crise”.
O embaixador dos Estados Unidos na OMC, Peter Allgeier, pediu a Taiwan que retire suas objeções, alegando que as regras da OMC já garantem imparcialidade nas decisões dos juízes do órgão de solução de disputas.
Única China
Taiwan passou a fazer parte da OMC em 2002, pouco depois da entrada da China na organização. A China considera Taiwan parte integrante de seu território e pede que aceite o princípio “uma única China” como condição prévia para qualquer negociação bilateral. A oposição taiwanesa causa o impasse na OMC porque as decisões na entidade precisam ser tomadas por consenso.
Na segunda-feira, a representação taiwanesa na OMC bloqueou uma reunião do órgão de solução de disputas, após a falha em convencer a organização a adiar a nomeação de quatro novos juízes –entre eles a chinesa Yuejiao Zhang. Representantes taiwaneses não se referiram claramente a Zhang, mas declararam ter reservas quanto à “imparcialidade e qualificação” de um dos indicados (os outros três juízes que seriam avaliados eram dos EUA, da UE e do Japão).
PIB menor
A China, quarta maior economia mundial, não conseguirá este ano superar o PIB da Alemanha e ocupar o lugar de terceira maior potência mundial, afirmou um especialista do Escritório Nacional de Estatísticas chinês, citado pelo jornal estatal “China Daily”.
O PIB chinês, em 2006, foi de US$ 2.7 trilhões, contra US$ 2.86 trilhões do alemão. As expectativas de crescimento em 2007 são de 11,5% na China e menos de 3% na Alemanha, o que levou a previsões de que a economia chinesa passaria a ser a terceira maior do mundo.
O engenheiro de estatísticas, Zheng Jinping, refutou as previsões. Ele alegou a alta do euro em relação ao dólar e o movimento de preços no comércio entre os dois países.