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Humberto Amorim volta com a coluna ‘Chuvas de Vinhos’

O bom enólogo à coluna de vinhos retorna. Neste sábado, o jornalista, radialista, jazzista e amante de um bom vinho, Humberto Amorim, volta com sua coluna semanal no Jornal do Commercio.

“Chuvas de Vinhos será o nome da coluna. Moramos numa região onde chove muito, e as chuvas fazem bem para a natureza, limpam o ar, lavam as ruas, fazem correr as águas dos igarapés. Os vinhos fazem isso pela nossa vida, limpam nossa mente, lavam nossa alma e fazem correr para longe as coisas ruins, então escolhi esse nome, também para despertar a curiosidade das pessoas”, falou.

Enólogo é aquele apaixonado por vinhos que busca conhecer todos os aspectos que envolvem a bebida desde o plantio, a escolha do solo, a vindima, a produção, o envelhecimento, o engarrafamento, e o que mais for aparecendo para ele pesquisar. Humberto é assim. Ele começou a beber vinhos, ainda adolescente, quando morava com uma família de suíços, nos Estados Unidos.

“Eles bebiam vinhos diariamente, e eu comecei a acompanhá-los. Veio dali o meu interesse e gosto pela bebida, que continua até hoje. Naquela época, vinho bom era vinho francês, até porque os franceses eram os maiores produtores do mundo, então não existia esse negócio de se preocupar com a safra, quem era o fabricante, o terroir. Preocupávamos simplesmente em valorizar o vinho em si. Era um prazer e uma satisfação quando nos reuníamos para bebê-lo”, lembrou.

Em Manaus, naqueles tempos, os vinhos que faziam sucesso eram os chamados vinhos de mesa, servidos em garrafões. Garrafões eram sinônimos da bebida, consumida principalmente em festividades. Tudo começou a mudar na década de 1980.

Objetivo não é ensinar

Enquanto Humberto Amorim morava nos Estados Unidos, os produtores brasileiros passaram a se interessar em produzir bons vinhos, com o investimento de multinacionais que trouxeram conhecimento e equipamentos para o país. Muita gente acha que somente os Estados do Sul do país são grandes produtores de vinhos, mas a região serrana de Minas Gerais vem se destacando no setor, e o Vale do São Francisco, principalmente Pernambuco e Bahia, coloca o Nordeste como a segunda maior região produtora de vinhos do país e com uma característica única no mundo: colhe duas safras por ano.

“Na década de 1980 eu já estava de volta ao país e, com tantos bons vinhos chegando com mais facilidade a Manaus, meu lado enólogo encontrou campo fértil na cidade”, disse.

Humberto adianta que o objetivo da coluna Chuvas de Vinho não é ensinar ninguém a beber vinhos, ou mostrar os vinhos caros que devem ser consumidos.

“Será uma coluna de dicas extraídas das minhas próprias experiências. Quero mostrar como você pode se apaixonar pela bebida, como eu me apaixonei, degustando vinhos de qualidade, não necessariamente os mais caros. Nem todo vinho caro é bom, assim como nem todo vinho barato é ruim, por isso não vou indicar rótulo algum. Vou falar sobre os mistérios dessa bebida milenar, como sentir seu aroma, suas histórias. Quero que o texto signifique para o leitor, momentos de puro prazer”, adiantou.

Não precisa ser expert

Na Argentina, o Malbec; no Chile, o Carmenere; no Uruguai, o Tannat; no Brasil, os espumantes. Nos últimos anos os espumantes brasileiros têm se destacado entre os melhores do mundo e Humberto vai explicar o porquê desse crescimento da produção brasileira e do Cone Sul, da América do Sul.

“Os vinhos argentinos, chilenos, uruguaios e brasileiros, de excelente qualidade, com quatro anos de engarrafados estão prontos para serem consumidos, e mais importante, com garrafas que custam uns R$ 90, e até menos”, destacou.

“O que quero deixar claro para as pessoas, na Chuvas de Vinhos, é que não precisa ser um expert com formação internacional para entender de vinhos. Eu nunca fiz curso algum. Aprendi, e estou aprendendo, na prática, lendo muito, viajando a lugares onde se produzem vinhos. Costumo dizer que sou um enólogo insatisfeito e infiel. Insatisfeito porque nunca o que sei me é suficiente. Sempre quero saber mais. Infiel porque bebo de tudo. Não tem dessa de dizer só bebo desse vinho. Se quer conhecer, precisa provar de tudo”, ensinou.

E também, na coluna, Humberto dará algumas dicas curiosas como nunca tentar harmonizar vinho com pato no tucupi, e até mesmo com feijoada.

“Isso não existe. Precisamos respeitar a tradição. Feijoada boa é aquela que vem acompanhada com cachaça, batida, caipirinha, ou cerveja. Servir outra bebida aí é desarmonizar”, afirmou.

E concluindo, ele lembrou. Nunca compre vinhos que tenham escrito em seus rótulos a palavra ‘Reservado’, ou que as garrafas não tenham aquela cavidade característica das garrafas de vinho.

“Essas são indicações de que a bebida não é de boa qualidade, então, deixe lá mesmo, na prateleira”, concluiu.

Para saber mais com Humberto Amorim, Chuvas de Vinhos, sábado, no Jornal do Commercio.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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