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Hotelaria amazonense ganha fôlego e chega a 20% de ocupação

A hotelaria amazonense está em aquecimento, indicando que o turismo receptivo está retomando aos poucos a rotina. O segmento registra taxa média de ocupação de 20% neste início de semestre. A percepção é da Abih-AM (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Amazonas. Embora os números ainda estejam abaixo do esperado, já mostra período de recuperação. 

Graças ao dinamismo da vacinação, muitos segmentos estão apostando num panorama melhor. “O processo vacinal tem feito o brasileiro ficar mais seguro e confiante para viajar. O percentual de ocupação em 20% ainda é tímido, mas já traz ânimo. Há alguns meses não tínhamos nem movimento. Estávamos estagnados. Apesar do número a sinalização é de retomada”, disse o presidente da Abih-AM, Roberto Bulbol. 

Dados publicados pela revista do Ministério do Turismo, dão conta que  houve uma redução de 59% no faturamento do turismo brasileiro. O segmento registrou também a maior queda média e chegou a atingir cerca de 70% no início da pandemia em março de 2020. 

Em compensação, nos meses seguintes, quando o comércio voltou a reabrir, os dados do FOHB (Fórum de operadores hoteleiros do Brasil) demonstram que a capital Manaus foi uma das que obteve entre julho, agosto e outubro o melhor desempenho da taxa de ocupação hoteleira, entre 15 capitais auditadas pela instituição. Já em setembro foi a segunda maior, com uma taxa de ocupação atingindo cerca de 41% / 42% de ocupação, o que para o ano passado nesse período foi uma ocupação média alta, assim teve um aumento da ocupação seguida dos primeiros meses da pandemia. 

Retorno aos postos de trabalho

De acordo com Gerson Almeida, presidente do SindHotel-AM (Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro do Estado do Amazonas), a leve retomada na hotelaria do Estado, também fez os trabalhadores do setor que estavam sob o regime do auxílio emergencial e aqueles que estavam com redução de carga horária e salário  retornarem aos seus postos de trabalho. “É um passo de recuperação. Esses trabalhadores estão retornando à normalidade, inclusive em relação ao salário”. 

Sobre as novas contratações, ele prevê que devam acontecer somente no próximo ano. “Este ano nós não temos essa perspectiva. O mercado pode até absorver algumas contratações, mas de maneira pontuais e tímidas, nada muito significativo. A nossa aposta é para 2022. Porque ainda existem restrições, principalmente nos hotéis de selva. Tudo isso depende dessa evolução para contratar. A vacinação também precisa  atingir o máximo de pessoas”, pontuou ele.

Segundo Gerson, alguns hotéis como os de rede, chegam a um parâmetro de ocupação em torno de 35% a 40%. Mas, no geral, a média é 20%. 

Estratégias para fortalecer o mercado

Ana Carolina Fusquine, VP de Hotels na Pmweb, sugere que para o setor reagir é preciso investir na Black Friday, afinal faltam dois meses e meio. “Esse será um período que, de fato, será relevante para hotelaria e não deve ser trabalhado com estratégias apenas no mês da Black Friday”. 

O que deverá ser expandido para os meses seguintes, tanto no sentido de adotar estratégias, que já estão acontecendo no ponto de vista de gerar leads, captar leads, de se comunicar com os clientes, se comunicar com os hóspedes que já estiveram no hotel e de começar o relacionamento, entendendo o perfil dele para converter ao longo dos próximos meses, culminando com o evento, que é o ponto alto, mas não só a essa data.

“A hotelaria precisa se atentar a essa data promocional, assim como o varejo já está, até por ser uma oportunidade maior para se programar para o ano de 2022,  2023 e também naqueles períodos sazonais que tem uma ocupação menor durante o ano e que são históricas. É uma oportunidade de se criar estratégias para trabalhar esses períodos de ocupação, garantindo os próximos anos”. Para ela, esse planejamento pode se sobressair e trabalhar isso desde agora e não só na véspera. Pode-se atuar com campanhas para os clientes mais fiéis, mais recorrentes, abrir pacotes especiais para esses hóspedes e fazer o planejamento dos próximos anos, oferecendo experiências  e extras avulsos, pensando também na população local, que às vezes não se hospeda no hotel em si, mas que busca uma experiência culinária, romântica ou para família.“Então, olhar para o hotel não só como um ponto de hospedagem, mas como experiência, pensando em produtos para oferecer para esse novo consumidor, que não é só a longa distância como o Amazonas recebia há um tempo atrás, então pensar no turismo regional e local, na busca das experiências com menores deslocamentos”.  

De acordo com Ana Carolina, para melhorar a imagem do turismo receptivo tão desgastado,  é preciso adotar a palavra “experiência” visando o hóspede/cliente/consumidor. “A retomada do turismo tem muita relação com a experiência e o destino em si tem muito o papel de fortalecer aquilo que o hóspede pode vivenciar e, principalmente, o turismo brasileiro a voltar/passar a conhecer seu próprio país”, conclui.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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