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História do Festival – Parte II

Foto: Marcos Antônio

Como já ocorria há vários anos, os concursos para escolha do melhor boi e melhor pássaro era corrente naquelas épocas juninas. Esses concursos eram realizados por clubes de futebol, bares, em quermesses e até em escolas públicas. Nesse ano a iniciativa ficou por conta dos diários associados da empresa dos Archer Pinto “O Jornal” e “Diário da Tarde”, os “líderes” da imprensa do momento. A intenção era de fazer apenas concursos para o povo escolher pelo voto os melhores do ano de 1957.

No mês de junho do ano de 1989, o jornal “Diário do Amazonas” publicou uma série de reportagens intitulada: “Os anos dourados do “Festão do Povo” sobre o Festival, a partir das narrativas, em forma de documentário histórico, do próprio Bianor Garcia. Na primeira delas, publicada no dia 18 de junho (domingo) trazia a seguinte manchete:

Bianor Garcia criou o Festival Folclórico para acabar as brigas sangrentas”, onde no texto constava que:

“O Festival Folclórico do Amazonas, ideia e criação do jornalista Bianor Garcia, ex-deputado estadual, ex-vereador de Manaus e cronista político, nasceu no dia 21 de junho de 1957, no estádio “General Osório” aberto ao público no centro da cidade, em frente ao quartel do 27º Batalhão de Caçadores (27º BC), hoje Comando Militar da Amazônia (CMA), onde havia até arquibancada de concreto. Pertence, agora, privativamente, ao Colégio Militar de Manaus”.

“Bianor o apresentou e dirigiu até 1963, um ano antes da revolução militar de 1964. Os seus primeiros promotores foram os jornais “Diário da Tarde” e “O Jornal”, da empresa Archer Pinto, detentores da maior circulação – fechados, por falência, na década de 70, resultando na transferência de sua coordenação para o Governo do Estado e, hoje, também para a Prefeitura Municipal de Manaus”.

“Iniciando a profissão de comunicador em 1949, no “Jornal do Comércio” e na Rádio Baré, órgãos do também extinto Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand, Bianor Garcia chegou à editora Archer Pinto em 1956, como editor-chefe do seu vespertino “Diário da Tarde” e redator do matutino “O Jornal””.

Nesse mesmo ano (1956), morria no Rio de Janeiro o dono desses dois jornais, Aguinaldo Archer Pinto, e mais uma vez ocorria encontro sangrento entre dois bumbás, alta madrugada, na ponte metálica de Cachoeirinha, saindo alguns figurantes e torcedores esfaqueados, caceteados e atirados ao igarapé por cima do gradil. Cada instrumento de som ou adereço, geralmente cano-de-ferro revestido de cetim, era uma arma camuflada potencialmente perigosa e mortífera nas mãos de “índios”, “vaqueiros”, “rapazes” ou mesmo simpatizantes, fanáticos, que acompanhavam os “bois” nas suas exibições. “Corre Campo”, “Mina de Ouro”, “Vencedor” e “Tira Prosa” eram os mais populares e inimigos apaixonados entre si. Quando se encontravam, noite adentro, com as ruas às escuras, as agressões eram inevitáveis”.

“Esses incidentes tradicionais, segundo Bianor Garcia, levaram-no a idealizar uma festa anual, em forma de concurso, reunindo em praça pública, a céu aberto, inteiramente gratuito, não apenas os “bois”, mas toda e qualquer manifestação de cultura popular, no centro da cidade, premiando os vencedores com troféus, dinheiro, condução, propaganda, reportagens, fotografias e recursos financeiros para a sua preparação antecipada e aprimorada. Com isso, acabariam a rivalidade hostil e as cenas de pancadaria altamente belicosas. Bianor venceu. Pode haver rivalidade, hoje, mas as agressões nunca mais aconteceram. Para obter isso, seria necessário o apoio das autoridades, para bancar essas despesas. Isso também foi conquistado até hoje”.

“Bianor faz questão de realçar o nome do professor Mário Ipiranga Monteiro: “É talvez o único folclorista que o Amazonas possui, conhecido em todo o Brasil. Com ele aprendi muita coisa ou o suficiente para organizar o festival, embora não seja eu folclorista nem tenha me dedicado ao estudo ou pesquisa do folclore. O que eu sei, realmente, é fazer a festa, modéstia a parte, como o povo gostava ou como até hoje reclama. Por isso mesmo, Mário Ipiranga foi o primeiro a ser convidado para presidir a Mesa Julgadora dos festivais. Ele faz muitas restrições ao festival, às manifestações folclóricas, às deturpações, mas a verdade é que o ritmo de modernidade do Brasil e do mundo conduz a essas modificações na originalidade. No Recife, por exemplo, já estão dançando quadrilha dentro de piscina. Com a televisão mostrando tudo, é difícil impedir as inovações destruidoras da tradição”.

Fotos: Oliveira Júnior

FOLCLORE, seu público supera as expectativas de todos.

O 64° Festival Folclórico do Amazonas, que está sendo realizado na arena do Centro Cultural dos Povos da Amazônia – CCPA na Bola da Suframa a cada noitada traduz emoção e grandes apresentações por parte das danças folclóricas disputantes das categorias Bronze e Prata, o que reflete na presença maciça de torcedores e público que visita o CCPA. O palco sagrado do folclore tem revivido grandes festivais

O público que compareceu ao Festival na noite do dia 18 de junho foi o maior até agora, com presença de mais de 18 mil expectadores que aplaudiram suas danças preferidas como Quadrilha Tradicional Manto Azul, Quadrilha Cômica Bagaceiros na Roça, Ciranda Tradição do Parque 10, Dança Nordestina Cabras do Capitão Rufino, Quadrilha Tradicional Explosão na Roça , Dança Nordestina Cangaceiros de Lampião ou que visitavam as diversas barracas de guloseimas e comidas típicas, ou levavam a petizada para brincarem nos diversos brinquedos infláveis enquanto aguardam a próxima dança a se apresentar. Esse público flutuante é de 10 mil em média, todas as noites.

No domingo, após as apresentações de Quadrilha Cômica Castelo das Loucas, Ciranda Independente da Compensa e Quadrilha Tradicional Pimentinhas na Roça, uma chuva torrencial que se abateu sobre a cidade de Manaus, prejudicando a apresentação da Dança Nordestina Cabras do Capitão Galdino que teve de encerrar antes da sua apoteose que estava preparada para finalização de seu espetáculo. Por conta dos fortes ventos que chegou a quebrar os vidros do container onde os jurados fazem seus julgamentos, estes precisaram ser evacuados. Por conta disso a Comissão Organizadora reuniu-se nesta segunda-feira (20.06) com os representantes das Danças Quadrilha Cômica Bibas Boys – PRATA, Dança Nordestina Cangaceiros de Aparício – PRATA, e Danças Nordestina Cabras do Capitão Galdino – PRATA que ficaram prejudicadas por conta da chuva, para definir que estas se apresentem no último horário dos dias 20, 21 e 22 de junho, respectivamente.

A programação do 64° Festival Folclórico do Amazonas segue até o dia 23 de junho com a disputa entre as danças das categorias Prata e Bronze, iniciando as 19h50min. Após um intervalo de 24 a 26 de junho, o Festival Folclórico volta nos dias 27, 28 e 29 com Mostra de danças de acesso. O Festival terá um recesso nos dias seguintes e retorna a partir do dia 10 de julho e se estende até o dia 23 de julho com a disputa das danças folclóricas e dos Bumbás Master A e B, na categoria Ouro.

Nonato Torres

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