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Hermasa surfa na enchente de 2009

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Mantendo um crescimento médio de 5% ao ano, a Hermasa Navegação da Amazônia, pertencente ao Grupo André Maggi, conseguiu alcançar, em 2009, volume recorde superior a 2,5 milhões de toneladas transportadas, apesar de Itacoatiara (a 176 km de Manaus, em linha reta) ter registrado a maior enchente dos últimos 50 anos. Nos quase 13 anos de existência da empresa, foram investidos mais de R$ 300 milhões.

O diretor-superintendente da Hermasa, João Roberto Zamboni, assegurou que o fenômeno metereológico não prejudicou o desempenho da empresa, voltada à navegação. Por meio do seu porto em Itacoatiara, a Hermasa viabiliza a exportação para a Europa e para a Ásia de grãos (soja, milho), farelo de soja e óleo degomado. “Os negócios estão acontecendo dentro do esperado”, assegurou.

A soja que chega via rodovia até Porto Velho (RO), onde a Hermasa possui um porto de transbordo, segue viagem em comboio formado por barcaças pelo Rio Madeira, até o porto graneleiro para navios (tipo Panamax) às margens do Rio Amazonas em Itacoatiara, de onde a soja, óleo e farelo são exportados para a Austrália, Europa e Ásia. Toda essa atividade, conforme os operadores, permite que o custo médio de transporte seja 35% inferior ao que seria cobrado se a soja fosse escoada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). 

O porto flutuante de Itacoatiara, construído em Manaus, é dotado de sistema de amarração, fundeio e armazenagem, obedecendo aos mais modernos conceitos de operação e segurança. Mas, os negócios do grupo no município envolvem ainda o esmagamento de soja por meio de uma unidade esmagadora da Amaggi, que tem uma capacidade de 650 mil toneladas de soja por ano (2 mil toneladas/dia).

Em operação desde 2002, a fábrica de esmagamento de soja da Amaggi, fica no mesmo local do porto, o que dinamiza ainda mais o processo. A soja esmagada transforma-se em farelo e óleo de soja degomado. Segundo Zamboni, atualmente, a produção de farelo da Amaggi abastece toda a região Norte do Brasil.

Novos investimentos

Apesar da quantidade de cargas movimentadas ter sido crescente ultimamente, atingindo crescimento médio de 5% ao ano, João Roberto Zamboni adverte que não há muito espaço para crescer mais, a não ser com mais investimentos nas pontas. “É o que já estamos planejando”, admitiu.

Em atividade desde 1997, a Hermasa, viabilizou o Corredor Noroeste de Exportação onde é escoada a produção das regiões noroeste de Mato Grosso e Sul de Rondônia. O dirigente informou que a operação trouxe excelentes resultados para esta região. Só para se ter uma ideia, ele aponta que na safra 96/97, a área destinada ao plantio de soja em Rondônia foi de 3.300 hectares. Já na safra 2008/2009, foram plantados 111,2 mil hectares de soja no Estado.

Diante desse cenário, Zamboni garante que o porto de Itacoatiara é o segundo mais importante para o escoamento da produção de soja de Mato Grosso e Rondônia, perdendo em volume transportado apenas para o porto de Santos(SP). Hoje, o porto graneleiro de Itacoatiara está gerando em torno de 900 empregos diretos e mais de 3.500 indiretos.

Frota marítima é crescente

A Hermasa possui uma frota crescente. Para o transporte de grãos, são utilizadas 73 barcaças e sete empurradores. Atualmente, segundo Zamboni, mais 14 barcaças estão sendo construídas e três novos rebocadores. No ano passado, começou a navegar o empurrador E/M Sabino Pissolo e no início deste ano, o E/M Jaime Ribeiro. Todos estes com capacidade de transporte de até 25 barcaças (50 mil toneladas).

A empresa também tem interesse em operar com o transporte fluvial de minério de ferro. Para isso, conta com uma frota pronta para iniciar este transporte, composta por 21 barcaças, dois empurradores de 4.000 HP e dois empurradores de apoio, além de um rebocador de 4.000 HP e outro idêntico, em fase de construção (ambos para apoio portuário a grandes navios).

Novo projeto

Quanto à unidade portuária de Porto Velho, funciona como um porto de passagem, ou seja, dispõe de um armazém com capacidade estática de 45 mil toneladas. A média diária de caminhões que lá descarregam é de 350/12 mil toneladas por dia. A mercadoria que lá chega é imediatamente colocada em barcaças transportadas por empurradores fluviais, rio Madeira abaixo, até Itacoatiara, de onde é exportada para o exterior.

Conforme João Roberto Zamboni, o grupo está dando entrada nas licenças de instalação para iniciar as obras de um novo terminal, um anseio de toda a sociedade local. “Dessa forma, poderemos retirar as operações e o tráfego de caminhões da área urbana do município”, informou, ressaltando ainda que o novo local para a construção já está definido e o projeto pronto.

A responsabilidade ambiental faz parte da atuação da Hermasa. O terminal de Itacoatiara é certificado com a ISO 14001 (ambiental) e conta com certificação portuária ISPS Code (Código Internacional de Segurança de Navios e Instalações Portuárias). Zamboni informou que este certificado tem com meta estabelecer uma cooperação internacional entre governos, organismos governamentais, administradores locais e setores naval e portuário para detectar ameaças à proteção dos navios ou das instalações portuárias utilizadas no comércio internacional.

Segundo o dirigente, todos os armazéns, fábricas e portos do Grupo André Maggi -ao qual a Hermasa pertence- passam por uma auditoria do PDV (Product Board Animal Feed), da Holanda. “O PDV é um órgão holandês composto por indústrias do setor de ração animal”, informou, ressaltando que desde 2001, o grupo possui o programa de qualidade baseado nas BPFs (Boas Práticas de Fabricação) e segue os princípios de APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle).

O Grupo André Maggi também conta com o Permit, do governo australiano, que viabiliza a comercialização dos produtos produzidos pela Amaggi (empresa que conta com as unidades industriais do Grupo André Maggi) para aquele país.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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