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Greve afeta bolso dos brasileiros

A greve dos bancários, que começou em meados do mês de setembro e que terminou no meio deste mês, custou caro para os brasileiros. Com as agências fechadas, quem necessitou de crédito precisou recorrer às modalidades pré-aprovadas, como cheque especial e cartão de crédito – modalidades com taxas mais altas.
Segundo dados do Banco Central, a greve influenciou a concessão do crédito bancário, que recuou 3% para as famílias no mês passado.
“A restrição parcial do acesso aos serviços bancários contribuiu para a queda de 3% nos empréstimos às famílias, com ênfase para as reduções das modalidades de crédito pessoal consignado, 16%, aquisição de veículos, 8,1%, financiamentos imobiliários, 9,5% e crédito rural, 7%”, informou o Banco Central. Neste caso, o que recuou foram as concessões.

Volume total do crédito

Com a greve dos bancários e o recuo das concessões no mês passado, o estoque (volume de empréstimos em mercado) de modalidades que são buscadas nas agências, como o crédito consignado, por exemplo, cresceu menos (1%). A taxa de juros do crédito com desconto em folha de pagamentos, que somou 24,3% ao ano em setembro, é uma das mais baratas disponíveis no mercado.
Por conta disso, o consumidor teve de buscar linhas de crédito mais caras no mês passado, como o cheque especial (juros médios de 143% ao ano em setembro) e o cartão de crédito – que são pré-aprovadas. Nestes casos, o consumidor não precisa ir às agências para contratar o empréstimo. No mês passado, os volume total do crédito (estoque) do cheque especial subiu 4,3% e, pelo cartão de crédito rotativo, avançou 2,8%.
“Algumas modalidades em que a concessão depende do acesso do consumidor às agências foram influenciadas. O crédito imobiliário, por exemplo, cresceu menos neste mês [de setembro]. O cheque especial [procura] pode ter crescido um pouco mais por conta da dificuldade de acesso [às agências bancárias]. É possivel que, no caso do rotativo do cartão de crédito, o aumento também tenha influência da paralisação [dos bancários]”, avaliou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.

Alta dos juros

A taxa média de juros com recursos livres, que correspondem aos empréstimos concedidos pelos bancos de acordo com as condições de mercado, ficou em 28,4% ao ano, em setembro, uma alta de 0,4 ponto percentual em relação a agosto, informou o Banco Central hoje.
No segmento de pessoa física, a taxa média anual de juros ficou em 37,2%, com aumento de 0,7 ponto percentual. Já no de pessoa jurídica, a alta foi menor, de apenas 0,1 p.p., chegando a 20,7% ao ano.
A alta dos juros torna mais caro fazer compras parceladas e tomar empréstimos, o que desestimula o consumo. O aumento dos juros médios no mercado é reflexo do aumento da Selic (taxa básica), que já subiu cinco vezes desde abril, para 9,5% ao ano. O Banco Central está elevando os juros para controlar a inflação. No caso dos recursos direcionados, que incluem os financiamentos concedidos pelo BNDES, o crédito habitacional e o rural, os juros ficaram praticamente estáveis, em 7,3% a.a.
Com isso, a taxa média de juros total praticada no país chegou a 19,5% em agosto, alta de 0,2 p. p. frente a agosto.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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