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Graphic novels mostram sua força no mercado

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Tendências vão, tendências voltam. Quem diria que, em plena era digital, quando crianças a adolescentes passam horas com os olhos vidrados na tela de um celular, as HQ’s (Histórias em Quadrinhos), iniciadas na década de 1930 e que, há algum tempo, estavam em baixa, voltariam a cair no gosto desse público tão exigente?

Mas esse retorno ao centro das atenções não acontece por acaso. Todo um trabalho visando direcionar a visibilidade para as HQ’s é realizado por cabeças pensantes. Um dos exemplos é o novo formato dos antigos gibis, agora como graphic novels, histórias mais longas publicadas em formato de livro, como ‘A última flecha’, dos amazonenses Emerson Medina (roteiro) e Romahs Mascarenhas (ilustrações), que será lançado dia 17, sábado, às 19h, na Banca do Joaquim, no Largo de São Sebastião.

Romahs Mascarenhas é um dos ilustradores mais conceituados do Brasil, há oito anos produzindo histórias para a Maurício de Sousa Produções, há 23 atuando profissionalmente no Amazonas.

“Diria que três fatores influenciaram o ressurgimento das HQ’s: o primeiro foi a chegada dos mangás  japoneses, que viraram animes para a TV ou cinema, e o inverso, quando animes da TV e do cinema viraram HQ’s; depois, a adaptação de super-heróis americanos dos gibis para o cinema pela Marvel e DC Comics; especificamente no Brasil o carisma de Maurício de Souza e a turma da Mônica, que atravessam gerações sendo amados. Com a chegada da turma da Mônica em carne e osso ao cinema, no filme ‘Laços’, o Maurício está influenciando diretamente na continuidade do sucesso dos seus gibis, como acontece no Japão, nos Estados Unidos e no mundo, tanto que ele já fala na produção de turma da Mônica adolescente, que já existe no gibi”, explicou Romahs. 

Bia & Lili

Romahs começou em 1996, no extinto Jornal do Norte, primeiro como ilustrador, depois chargista e não parou mais de fazer seus desenhos já tendo ilustrado os livros de vários autores amazonenses como Chico Cardoso, Etelvina Garcia, Ana Peixoto, entre outros.

“Quanto às HQ’s, a mais recente é ‘A última flecha’, junto com o Emerson, mas sempre participo de algum trabalho, como no ano passado na HQ Ajuri. Este trabalho foi apresentado no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, o maior evento latino-americano dedicado ao gênero dos quadrinhos e reuniu 20 ilustradores e roteiristas amazonenses. O resultado de um trabalho como estes é que a partir daí cada um começa a fazer seus próprios trabalhos”, disse.

“Eu próprio estou ‘correndo atrás’ para lançar a HQ Bia & Lili, meu primeiro trabalho individual. Esse gibi reunirá tirinhas publicadas desde 2004 nos jornais Diário do Amazonas, A Crítica e Hoje. As personagens Bia e Lili são minhas duas filhas apresentadas em situações engraçadas do dia a dia”, falou.

“O segmento das ilustrações tem um grande mercado no Brasil e no mundo, mas você precisa ser altamente profissional. É isso que o mercado exige. A editora da HQ Tex paga um ano de adiantamento para seus ilustradores para que eles produzam exclusivamente para a HQ. Com a Maurício de Sousa Produções eu mando de uma vez só 100 histórias para eles, com a arte não finalizada. Após a aceitação do material, eles realizam a finalização do material e os vão publicando e me pagando”, acrescentou.

“E lá eles estão permanentemente abertos, aceitando novos ilustradores e roteiristas que se enquadrem dentro do perfil das edições. As pessoas podem se inscrever no site deles, sem falar que hoje é fácil cada um mostrar seu trabalho pela internet, através das redes sociais, e firmar seus nomes como ilustradores”, completou. 

Uma história indígena    

Emerson Medina é jornalista e ilustrador
 

Quem quiser prestigiar os ilustradores e roteiristas amazonenses, não só Romahs e Emerson, poderá fazê-lo no sábado. Além da graphic novel ‘A última flecha’, que será lançada neste dia, na Banca do Joaquim, outras HQ’s de artistas locais podem ser encontradas na mesma banca.

‘A última flecha’ foi um projeto do jornalista Emerson Medina, contemplado pelo Edital de Conexões Culturais 2017, da Manauscult (Prefeitura de Manaus).

O roteiro da graphic novel também é assinado por Emerson. Segundo ele, a narrativa é sobre a vingança de um indígena, chamado ‘Guajá’, que tem a sua comunidade dizimada no período das grandes navegações. ‘Guajá’ então começa uma jornada de perseguição aos autores da barbárie, que vai ter reflexos nos dias de hoje. A história de ficção tem como pano de fundo a cidade de Manaus em três momentos históricos diferentes, passando pelo período do Descobrimento do Brasil, Belle Époque e chegando à Manaus atual.

A classificação indicativa da HQ é 16 anos. No lançamento, os autores estarão autografando a graphic novel, que também será vendida em outras bancas da cidade.

Serviço

O que: Lançamento da graphic novel ‘A última flecha’, de Emerson Medina e Romahs Mascarenhas

Onde: Banca do Joaquim, Largo de São Sebastião

Quando: Dia 17, sábado, às 19h

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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