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Grafiteiros se aquecem para o Festival Amazônia Walls

Surgido na década de 1970, em Nova Iorque, o grafite se espalhou pelo mundo. Em Manaus, essa arte efêmera, das ruas, surgiu há alguns anos e não mais parou de expandir com cada vez mais artistas grafiteiros surgindo em todos os bairros da cidade. Na última terça-feira (30), na cidade de Novo Airão, encerrou o ‘Graffiti Eco’, coordenado pelo grafiteiro Rogério Arab. Durante os três dias em que o evento ocorreu naquela cidade turística do Amazonas, Rogério e uma turma de dez artistas coloriram a praça principal de Novo Airão e as casas de alguns moradores. O grafiteiro é conhecido pelos vários trabalhos realizados em viadutos de Manaus e por organizar o FAW (Festival Amazônia Walls), que este ano terá sua terceira edição de 5 a 10 de maio, reunindo artistas locais, nacionais e internacionais.

Rogério e uma turma de dez artistas coloriram a praça principal de Novo Airão e as casas de alguns moradores. Foto: Divulgação

“Em Novo Airão, quisemos mostrar que grafite e ecologia podem estar juntos, que o grafiteiro preza praças e muros que, se estão feios e tristes, com a cor de nossas tintas, podemos torná-los belos e alegres. Grafitamos ao redor da praça e em algumas residências. Depois desse momento tão difícil pelo qual passamos, e ainda estamos passando, levamos cores vivas para alegrar os moradores de Novo Airão”, falou Rogério.

“No começo as pessoas ficaram admiradas e surpresas, mas depois que viram o resultado, elogiaram”, disse.

Em Manaus os grafites, cada vez mais gigantescos, como os que estão sendo pintados nas laterais de altos edifícios, além dos que existem nos viadutos, já fazem parte do dia a dia do manauara, ainda assim, cada nova pintura chama mais a atenção do que a anterior e os novos artistas sempre querem sobrepor seus trabalhos aos dos mais antigos.

Ecologia faz parte da conceituação do grafite
Foto: Divulgação

O maior de todos

Na capital amazonense o FAW já teve duas edições, a primeira, em 2017, reuniu apenas grafiteiros locais. A segunda, em 2018, trouxe artistas de outros Estados. O evento foi realizado nos viadutos da cidade. Agora, nesta terceira edição, o FAW irá receber grafiteiros de outros países e um dos espaços que terá seus trabalhos será a parede lateral da penitenciária Raimundo Vidal Pessoa, na av. Sete de Setembro. Outros dois espaços estão sendo estudados e anunciados em breve. Estão confirmados os artistas internacionais Norman, da Venezuela; Knodelin e Mada, da Colômbia; Ren, Defka e Adrian, do Chile, além dos nacionais e locais, que sempre se fazem presentes.

“Só foi possível a realização da terceira edição do FAW, e ampliarmos a participação de artistas de fora, graças a termos sido contemplados no edital do Prêmio Feliciano Lana, da Secretaria de Cultura, através da Lei Aldir Blanc. Com esse apoio pudemos fazer mais”, comemorou Roberta Messina, coordenadora do FAW.

Grafiteiro Rogério Arab e Roberta, coordenadora da FAW, à frente do movimento
Foto: Divulgação

Como o nome já diz, o FAW é um festival de cores e arte, onde não há competição, mas o objetivo de os artistas conhecerem os trabalhos uns dos outros, descobrirem novas técnicas e o que se faz em grafite além das fronteiras do Amazonas.

“Como das vezes anteriores, fizemos uma seleção de nomes, escolhemos alguns e os convidamos. Geralmente todos que são convidados, querem vir. Este ano tiveram algumas negativas por conta da pandemia, mas convidamos outros, que aceitaram, então essa edição do festival será a maior de todas. Com esse pessoal que vem de outros Estados e países, queremos entrelaçar culturas e divulgar o grafite do Amazonas pro Brasil e pro mundo”, destacou Roberta.   

Apoio à arte e ao esporte

Quem também está dando apoio à terceira edição do FAW é o empresário Sanjay Parvani, CEO do hotel Mural Living, que inaugura no próximo dia 5 de abril, na rua Dr. Moreira, Centro. Todos os grafiteiros que vierem de outros Estados e países ficarão hospedados em seu hotel.

“É uma forma de homenagear os artistas grafiteiros, pois a arte da pintura é muito rica em meu país, a Índia, e existe desde os primórdios da humanidade, encontradas em cavernas. Como a street art pode ser vista em várias ruas de Manaus, nada mais justo do que apoiar quem as faz”, falou.

O Mural Living é a restauração do antigo Hotel Internacional, construído na década de 1970 para receber os milhares de turistas que vinham para Manaus em busca dos produtos da Zona Franca. Há algum tempo estava fechado.

“O Centro de Manaus está sem hotéis da categoria do Mural. Diria que ele se posiciona entre os hotéis boutique e os hotéis de rede. São 42 apartamentos, com excelentes acomodações, para quem não pretende gastar muito com hospedagem. Nos valores está incluído o café da manhã”, explicou Arilson Freitas, consultor do Mural.

Dia 5 é a pré-abertura do Mural, uma soft open, quando todo o seu funcionamento será testado. A abertura oficial acontecerá no dia 3 de maio.

“Pretendemos apoiar outras atividades artísticas e esportivas na cidade. Basta nos procurar para conversarmos”, finalizou Arilson.   

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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