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Governo vai cortar gastos para conter inflação

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O governo brasileiro já estuda a possibilidade de cortar gastos de custeio do ministério para evitar inflação, afirmou hoje o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A medida será tomada caso fique claro que o Brasil crescerá a um ritmo “mais forte do que o desejado este ano”.
Esse patamar, segundo o ministro, seria de 6%. Hoje, a demanda nacional estaria crescendo ao ritmo de 8%. “Acho que de fato a economia está aquecida, já estamos tomando medida e, se necessário, vamos reduzir as despesas de consumo de vários ministérios”.
Segundo ele, só os gastos de custeio seriam alvo dos cortes. “Os principais programas, como o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], investimento em infraestrutura e programas sociais não sofrerão cortes, mas qualquer ministério poderá ser alvo.”
Ele atribui a alta do indicador no primeiro trimestre ao aumento do preço dos alimentos, devido às fortes chuvas. A inflação oficial usada pelo governo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), teve alta de 2,06% no primeiro trimestre do ano.
O ministro reconhece que em 2010 o reajuste dos preços fechará em um patamar acima de 2009. “A inflação será elevada porque a economia está aquecida, mas ficará dentro da meta, e o governo tomará as medidas necessárias para evitar que ultrapasse a meta.”
Embora veja riscos inflacionários, o ministro afirma que o atual quadro de fiscal do país é um dos mais confortáveis do mundo e que, por isso, o Brasil tem condições confortáveis de crescimento da economia.
“O Brasil não tem esse problema de limitação de recursos, temos um dos menores deficits do nominais do mundo. Ainda temos espaço para crescer e investir.”
Para Mantega, o Brasil enfrenta a volatilidade causada pela crise na Grécia “de forma tranquila porque a economia é sólida”. “A volatilidade na Bolsa é algo dentro do esperado. Não há nenhum sinal de “bolha”, quem fala de “bolha”, fala de um outro país.”

Aposentados

Mantega voltou a afirmar que irá sugerir ao presidente veto ao reajuste das aposentadorias do INSS acima de 6,14%. Segundo os seus cálculos, o gasto adicional para reajustar os benefícios em 7,7%, como aprovou a Câmara na semana passada, seria de R$ 2 bilhões.
Ele também defende o veto à proposta de extinguir o fator previdenciário. “Nos últimos anos, os aposentados já se beneficiaram do aumento real do salário mínimo e mesmo quem ganha mais de um salário mínimo teve aumento real. O Brasil é um dos poucos países do mundo que dá aumento real para aposentados.”
O fator previdenciário foi criado em 1999, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, como forma de inibir aposentadorias precoces e reduzir o rombo da Previdência. Na prática, o fator previdenciário é um redutor do benefício, conforme o tempo de contribuição e a idade. Com o fim desse cálculo, o trabalhador ganharia cerca de 30% a mais ao se aposentar.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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