Na tentativa de chegar a um acordo para desobstruir a pauta de votações do Senado, o líder do governo na casa, Romero Jucá (PMDB-RR), vai se reunir hoje com partidos de oposição. O líder vai tentar negociar uma pauta de consenso capaz de evitar a paralisia dos trabalhos na Casa provocada pela decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de permanecer no cargo.
A oposição promete manter a obstrução aos trabalhos até que Renan se afaste da presidência. O PSDB e o DEM também pressionam o peemedebista a colocar em votação a PEC (proposta de emenda constitucional) que acaba com o voto secreto no Congresso, entre outras matérias. Os líderes governistas temem que a obstrução da oposição impeça a votação da PEC que prorroga a CPMF (contribuição provisória sobre movimentação financeira).
O Palácio do Planalto decidiu orientar os líderes para intensificarem o diálogo com a oposição na tentativa de negociarem a aprovação da CPMF no Senado. Os oposicionistas, contrários à prorrogação da contribuição, prometem dificultar sua votação na Casa.
Líderes governistas querem retomar o diálogo com o DEM e o PSDB e acenam com a possibilidade de inverter a pauta de votações no Senado. Na semana passada, a oposição conseguiu, por dois dias, impedir a votação da mensagem que indica Luiz Antonio Pagot para a presidência do DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura em Transportes).
A base aliada estuda sugerir mudanças na ordem da pauta de votações da Casa, uma vez que o nome de Pagot encontra resistências dentro da própria base de apoio do Palácio do Planalto. Uma idéia é colocar em votação, antes de Pagot, a indicação do ex-diretor geral da Polícia Federal Paulo Lacerda para o comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O Senado terá que votar esta semana uma lista de sete autoridades para agências reguladoras e postos diplomáticos.