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Governo tenta dar novo um fôlego ao turismo

Governo tenta dar novo um fôlego ao turismo

O turismo regional tenta retomar as atividades após a reabertura da economia no Estado. Agora, a grande estratégia da Amazonastur (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas) é investir nos protocolos de biossegurança para alavancar o setor. Uma forma de dar tranquilidade aos visitantes num momento em que todo o País enfrenta a pandemia do novo coronavírus. 

Por quase três meses, a doença restringiu a vinda de turistas e trazê-los de volta à região tão cedo será um grande desafio, segundo admite a própria Amazonastur. Essa realidade crucial não tira, porém, os ânimos da empresa. Como sempre, a rica biodiversidade, aliada a uma culinária diversificada com base no peixe, continua sendo o principal trunfo para movimentar novos negócios. 

“Durante a pandemia, nossa equipe estudou detalhadamente as orientações da OMS sobre protocolos de biossegurança, que estaremos implementando nos próximos meses”, explica a presidente da Amazonastur, Roselene Medeiros. “São medidas que estão sendo elaboradas em parceria com empresas privadas e também com outros órgãos públicos”, acrescenta ela.

No entanto, a recuperação das baixas financeiras causadas pela pandemia em 2020 só deve mesmo acontecer a partir do próximo ano no País, isso num cenário dos mais otimistas, segundo aponta o último levantamento do RBOT (Relatório da Rede Brasileira de Observatórios de Turismo).  

Afinal, não se sabe ainda quando será desenvolvida uma vacina ou um remédio eficaz para o controle e tratamento do coronavírus. Um gargalo para novos investimentos. E quem ousa viajar nessa época? Até lá, as empresas e os governos terão que se ‘reinventar’ para tentar atrair novos clientes, avaliam especialistas.

Roselene Medeiros discutiu as novas medidas por videoconferência com secretários e representantes das prefeituras de Manaus, Parintins, Rio Preto da Eva, Tefé, Anamã, Presidente Figueiredo, Novo Airão, Manaquiri, Careiro, Santa Izabel do Rio Negro, Boa Vista do Ramos e Iranduba. 

As novas ações abrangem os sete polos do Mapa do Turismo Brasileiro, com foco na melhoria da infraestrutura, planejamento promocional e ainda assessoramento aos municípios da RMM (Região Metropolitana de Manaus).  

O objetivo é vender a imagem no exterior de que visitar o Amazonas continua sendo interessante e seguro, apesar da pandemia. Os apelos publicitários vão investir nesses aspectos. E a Amazonastur reforça o profissionalismo para atingir essa meta. Anunciou a contratação de uma empresa para direcionar o turismo no Amazonas pelos próximos dez anos. 

Será feito um amplo trabalho de marketing digital, mostrando as peculiaridades e potencialidades turísticas de cada município do Estado. “O protocolo de biossegurança é fruto de pesquisa junto aos principais órgãos de saúde do mundo, com base também em polos turísticos internacionais”, salienta Roselene Medeiros. “Tudo foi feito de acordo com a nossa realidade regional”. 

A presidente da Amazonastur acrescenta ainda que o estudo vai nortear agências de turismo, hotéis, barcos-hotéis, entre outros recursos de logística. “Dará um suporte ao trade para que se atente à segurança do operador e do turista que vem nos visitar”, explica.

Por enquanto, continuam suspensas no Amazonas as viagens de barcos que fazem os trechos para os municípios do interior. E também está proibido o acesso às comunidades indígenas. O governo do Estado anunciou que só autorizará a reabertura quando for reduzido o risco de contágio pelo coronavírus.

Retração

De acordo com os dados do RBOT, o faturamento das empresas de turismo começou a cair a partir de abril. De um modo geral, a queda no faturamento variou entre 75% e 100% com o fechamento das atividades. Sem dinheiro em caixa, muitas empresas foram obrigadas a demitir funcionários, principalmente nos setores de hospedagem e alimentação.

Em maio, a OMT (Organização Mundial de Turismo), agência das Nações Unidas, estimou uma perda de 120 milhões de empregos com a manutenção de restrições a viagens internacionais por causa da pandemia de coronavírus.  

O economista e consultor Ailson Resende avalia que a situação do turismo só deve mesmo melhorar nos próximos dois anos, lá para meados de 2022, isso se houver mais garantias de segurança aos turistas. “Todos temem viajar nessa época de pandemia e convencê-los do contrário ainda é um processo difícil, desafiador”, diz.

Na avaliação do presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Perico, o turismo pode ser uma das novas matrizes econômicas para fortalecer as atividades da ZFM (Zona Franca de Manaus). “Vivemos uma situação de crise na saúde, mas temos condições de alavancar mais essas atividades nos próximos anos, que podem proporcionar mais empregos e renda à população”, diz. “Essa pandemia vai passar, com certeza”.

Marcelo Peres

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